terça-feira, 26 de outubro de 2010

PÚBLICO: UM JORNAL REACCIONÁRIO DE REFERÊNCIA


A PROPÓSITO DA VISITA DE CHÁVEZ

Se hoje em Portugal alguém quiser saber o que pensa a direita sobre qualquer assunto da actualidade política lê o Público. Nas notícias ou nos artigos de opinião (com uma ou duas excepções) lá está a posição da direita. Da direita em geral e da portuguesa em especial, que é uma direita atrasada, retrógrada, totalmente avessa a qualquer ideia de solidariedade social.
Por isso, o Público é, a justo título, um jornal de reaccionário de referência.
Os exemplos poderiam multiplicar-se, mas não vale a pena gastar muito tempo a denunciar o que todos sabem. Vale, todavia, referir o tratamento das relações portuguesas com a Venezuela.
Um dos grandes défices da diplomacia portuguesa (entre outros) era a quase ausência de relações comerciais com os nossos principais fornecedores de petróleo e de gás natural. Na área porventura mais sensível e estratégica da nossa economia, que é a da energia, o país estava e está numa posição altamente desequilibrada relativamente aos fornecedores. Que nada nos compravam para compensar o muito que nos vendiam.
Como aqui tenho referido, uma das vertentes mais importantes da política externa de Sócrates tem sido a atenção dedicada a estes países, não para equilibrar a balança comercial, que isso não será fácil, mas para atenuar o nosso défice.
A Venezuela é um desses países, mas não é o único: idênticos esforços se têm feito no norte de África e noutros Estados, nem todos com o mesmo êxito.
Chávez é um dos políticos do mundo que mais vezes se submeteu a eleições. Até há quem diga (Lula), que, quando as não tem, as inventa.
Pois bem. A direita reaccionária não gosta de Chaávez. A direita reaccionária não gosta de ninguém que distribua, que atenue as diferenças sociais, que conceda cidadania aos “metecos”. Não gosta. Do que gosta é dos príncipes da Arábia Saudita, dos emires do Golfo e de um ou outro sultão que venda petróleo. Desses gosta. Gosta também da sra Merkel, que é muito democrática, tão democrática que até se dá ao trabalho de dispensar a opinião, sobre assuntos de interesse comum, da maior parte dos Estados que com que ela fazem parte da mesma “agremiação” …porque já votou por eles antecipadamente…
E gosta também dos “mercados” para os quais a democracia nem um estorvo chega a ser, já que se estão rigorosamente nas tintas para a opinião ou o voto daqueles a quem os suas imposições se aplicam
Desta democracia o Público gosta e respeita-a; e os seus opinadores, como o Sr. Lomba, também!
E, se dúvidas houvesse, lá estava o Público para as dissipar: na rubrica “Blogues em papel”, em seis recolhas sobre a visita de Chávez tem seis opiniões exactamente coincidentes.
Portanto, que fique claro: o Público é, com todo o merecimento, um jornal reaccionário de referência!

5 comentários:

  1. "yo"... fico com pena... sinto-o por vezes, mas é o único que consigo ler...
    Abraço:))

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  2. É o autêntico "his master voice".
    Quem é o dono do jornal é o dono da noticia. Alguma dúvida?

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  3. Permitam-me recordar que no outono de todas as "reformas", fará agora 5 anos, o Público e o seu então director foram dele grandes e explícitos apoiantes. O Sr Fernandes que perorava num canal de cabo (SICN?) defendeu que a "Comunicação Social deveria resistir à tendência de se transformar em caixa de ressonância" das grandes movimentações que as Corporações iriam desencadear como reacção. Portanto, o Público sabe, a cada momento, o que deve fazer.
    LG

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  4. Sou daquelas que também acham que Chavez se preocupa com os pobres. Sim, não falem de ditadura populista porque ele se tem submetido a sufrágios vários.
    Pode ser considerado excessivo em algumas atitudes, mas há bem pior.
    JFC

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  5. Viva Chávez!
    De todo modo, grande poste.
    Obg

    A.M.

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