AO QUE ISTO CHEGOU
Quando eu for grande, quero ter um Ministro dos Negócios Estrangeiros que se ocupe dos assuntos portugueses. Pensando melhor, quando eu for grande, quero ter dois Ministros dos Negócios Estrangeiros – um para tratar dos "assuntos portugueses", outro para se ocupar apenas dos “assuntos americanos”.
O dos “assuntos americanos” pode ficar com as Necessidades e a maior parte da sua burocracia, dada a quantidade de matérias a tratar.
O do “assuntos portugueses” talvez possa ir para a Cova da Moura, ficando com os que lá estão, mais uma meia-dúzia, menos cosmopolita, que não se importe de tratar de assuntos de interesse exclusivamente doméstico.
O dos “assuntos americanos” reporta directamente à Embaixada dos Estados Unidos, excepcionalmente ao próprio Departamento de Estado. Depois de “fixada” a decisão, por razões formais e protocolares, deve levá-la ao conhecimento do Primeiro Ministro para homologação.
O dos “assuntos portugueses” poderá actuar livremente em matérias onde não se vislumbre um qualquer interesse americano, como, por exemplo, apoiar ou não a proposta da Federação de Hóquei Patins sobre o lugar da realização do próximo Campeonato do Mundo ou decidir da ementa dos banquetes de Estado oferecidos a Chefes de Estado não europeus, de países não produtores de petróleo ou gás natural. Em todas as demais questões, deverá subordinar as suas decisões, para poderem prosperar, ao visto prévio do Ministro que se ocupa dos “assuntos americanos”. O exercício do direito de veto de este último não está sujeito a qualquer fundamentação, nem depende do envio de qualquer mensagem ao Primeiro Ministro.
Para os candidatos aos respectivos lugares, segue a relação de alguns telegramas enviados a Washington pela embaixada dos Estados Unidos, em Lisboa.
TELEGRAMA PEDINDO AUTORIZAÇÃO PARA USAR A BASE DAS LAGES PARA REPATRIAR PRISIONEIROS DE GUANTÁNAMO
Concordo fortemente.
ResponderEliminarE aplaudo.
Indecente, como se vê, a prestação do Min. Amado (amado, claro, dos americanos...).
Insustentável, a partir daqui, a sua manutenção emn funções.
Ou senão: escandalosa.
E nociva para os interesses portugueses.
P.S. Deixo aqui a sugestão de uma petição en linha, a pedir a demissão...