NÃO SE PERCEBE MUITO BEM O QUE ANDOU A FAZER
A Câmara Corporativa chama muito justamente a atenção para o curriculum do Primeiro Ministro publicado no Portal do Governo
Este Governo – ouça, quem for capaz, o seráfico Relvas ou o regressado Marques Guedes – faz questão de a propósito de tudo e de nada falar de transparência. A Glasnost é sempre uma boa coisa, principalmente se for praticada. Já ontem demos aqui vários exemplos, de áreas e temas, onde era muito importante que ela fosse praticada.
Mas não é só no mundo dos negócios ligados à governação que ela é importante. É também preciso que a gente saiba quem nos governa. Quem são eles, donde vieram, o que fizeram antes. É certo que alguns não têm curriculum: estão a fazer curriculum no governo, mas aqueles que são um pouquinho mais velhos, como é o caso do PM, deveriam dar-nos indicações mais precisas sobre as suas vidas, naquilo que é politicamente relevante, como é óbvio.
Como todos nos recordámos, Sócrates foi muito criticado por se ter inscrito no Parlamento como engenheiro e não como licenciado em engenharia. Primeiro engenheiro técnico, depois licenciado em engenharia, propriamente dita (Arouca dixit).
Deste Primeiro Ministro a gente gostaria de saber em que ano se licenciou em economia, quando e onde fez o secundário. Com excepção do ano do seu nascimento (1964) e da passagem pela Câmara da Amadora, onde esteve como vereador entre 1997 e 2001 e de mais uma ou duas referências datadas, mas inócuas, a parte mais relevante do curriculum é omissa em matéria de datas até 2010! Assim como também é omisso quanto aos seus empregadores. Docência de economia, onde? Gestão de empresas, quais?
Quem lê o curriculum não fica substancialmente mais informado do que estava antes e pode até, porventura injustamente, criar a convicção que se trata do curriculum de uma dessas personalidades que nunca fez nada de verdadeiramente importante, como são aquelas criaturas que, desde muito novinhas, giram na órbita dos partidos sempre na esperança de que um dia a força centrípeta acabe por empurrá-las para o centro dos acontecimentos…
Eu, "injustamente", fiquei com essa tal convicção...
ResponderEliminarDe que estava à espera? Transparência, verdade? Para isso seria necessária uma espécie de transmutação da matéria de onde saiu o governo, ou seja, dos portugueses.
ResponderEliminarOs portugueses vivem naturalmente bem com a mentira. É frequente, mesmo em processos judiciais, os intervenientes refazerem as versões que dão dos acontecimentos, os testemunhos, não tendo qualquer pejo e dizer que, antes, tinham mentido!
Todos tivemos a experiência de ouvir indivíduos combinarem actos criminosos (do ponto de vista dos códigos, claro!) e, depois, com a maior desfaçatez, dizerem que não tinham nada de que se arrepender porque as gravações eram "ilegais". Houve alguma recriminação social/moral? Não!. Porque haveria de ser diferente com os chegam a lugares mais altos? Eles não podiam adivinhar com suficiente antecedência!! O Ângelo Correia parece que fez o que pôde...!
LG
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNiguém sabe.
ResponderEliminarOu melhor, até se sabe mas ninguém quer dizer que este Primeiro-Ministro licenciou-se em Economia depois de mais de uma década de esforço e trabalhou como consultor para as empresas do seu mentor político Ângelo Correia, numa de "anda cá meu filho que precisas de ganhar algum e eu até preciso de ti para meter os meus boys lá por um governo de PSD".
E melhor se pode dizer sobre a sua licenciatura: se a de Sócrates pode ser considerada como fraudulenta, Passos Coelho no actual regime de prescrições do ensino superior jamais seria licenciado.
Já todos vimos que vamos ter um imposto extraordinário, com uma taxa de IRS especial para o 13º mês (subsídio de férias, basicamente).
ResponderEliminarNo entanto, o risível é o argumento invocado. Lá pelo déficit público no 1º Trimestre de 2011 estar abaixo do prometido à Troika no final do ano ... Mas não é costume que assim seja? Estava em 9,1% do PIB no final de 2010, salvo erro estava a 7,9% do PIB no final do 1º Trimestre de 2011. Mas o prometido à Troika não foi 5,9% no final de 2011? Se já se cortou 1,2% num só trimestre, será que, com as medidas já tomadas, não se consegue cortar 2% nos 3 trimestres seguintes?
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