COITADOS, JULGAVAM-SE DIFERENTES
Desde que o PSD com a prestimosa colaboração de Cavaco Silva resolveu derrubar o anterior Governo a situação de Portugal não tem cessado de piorar, interna e internacionalmente.
Internamente, o novo Governo, nos poucos dias de vigência que tem, agravou todas as medidas que ao longo dos dois últimos anos o Governo socialista havia adoptado na mesma vã esperança de por via da austeridade acalmar os mercados e relançar a economia nacional, baseada na irracional suposição de que era o "acerto" das contas públicas que iria permitir o crescimento económico, por mais que se explique que é a partir do crescimento económico que as contas públicas podem ser equilibradas.
Internacionalmente, a situação portuguesa vai de mal a pior. À atitude subserviente, ideologicamente convergente com os grandes interesses estrangeiros, do Governo PSD/CDS, respondem os “bem-amados” mercados com desgraduações sucessivas da dívida portuguesa e uma subida record (e insustentável) da taxa de juro numa clara e inequívoca demonstração do desprezo que nutrem pelos actuais governantes por mais veementes que tenham sido as suas juras de fidelidade à ortodoxia neoliberal.
E é interessante, muito interessante, ouvir agora alguns dos gurus do actual Governo apodar de “terrorista” e outros adjectivos semelhantes a notação das agências de rating quando ainda ontem tudo não passava de uma situação normal condizente com o estado da economia portuguesa e com a situação política do país.
Enquanto se espera com natural ansiedade a posição do Governador do Banco de Portugal, não pode deixar de sublinhar-se as novas posições do imparcialíssimo Cavaco Silva que, depois de ter considerado explosiva e insustentável a situação portuguesa e de repetidas vezes ter enaltecido e encarecido o papel dos mercados, em sua opinião decorrente da tal situação por ele caracterizada como catastrófica, vem agora afirmar que a notação da Moody’s não tem a mínima justificação, fazendo-o, naturalmente, com o mesmo à vontade com que ainda ontem declarava que os portugueses tinham de estar preparados para sacrifícios prolongados – ele que ainda há dois meses era de opinião que os portugueses não podiam suportar mais sacrifícios.
Por tudo isto, não pode deixar de considerar-se vexatoriamente irónico vê-los desfilar nos telejornais, um por um, do CDS ao PSD e também ao PS, dos banqueiros aos demais patrões até aos lacaios de uns e de outros, a vociferar contra as agências de rating, exactamente aquelas em nome de cujos interesses por elas representados se tem governado neste país.
É em homenagem a esses mesmos interesses que ainda ontem num gesto irresponsável e gravemente lesivo dos interesses nacionais o Governo extinguiu as “golden shares” de três empresas vitais para a economia portuguesa que aliás nunca deveriam ter sido privatizadas.
No fundo, o comportamento das agências de rating está em linha com o PEC que o Governo anunciou no Parlamento e com as justificações apresentadas pelo Ministro das Finanças para a extinção das “golden shares”, ao afirmar que ela representa um ganho para o Estado português.
Caro Correia Pinto:
ResponderEliminarDe acordo, com esta pequena observação: no primeiro parágrafo, o meu amigo esqueceu-se de referir o CDS, o BE e o PCP como agentes do derrube do Governo. O PSD, neste particular, não teve mais responsabilidades do que os restantes partidos presentes na AR. Acho eu. Saudações cordiais.
Os 'Bilderbergos' ambicionam não só apanhar os activos das nações... como também, pagá-los a preço de saldo: "Descida do rating pela Moody’s é imoral".
ResponderEliminar.
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Marionetas dos 'Bilderbergos' (ex: Sócrates e afins) fizeram o seu trabalho: silenciaram 'Medinas Carreiras' e conduziram países para a falência...
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Bandalhos/cúmplices dos 'Bilderbergos' (ex: os praticantes do Terrorismo_CGTP) também fizeram o seu trabalho: face a uma entidade pagadora em deficit (leia-se Estado), apresentavam propostas de aumentos - e não - propostas de orçamentos... leia-se, queriam mais dinheiro não importa vindo de onde... leia-se, jubilavam quando os aumentos vinham... e... varriam para debaixo do tapete o facto da entidade pagadora ter necessidade de pedir dinheiro emprestado a especuladores, e necessidade de vender activos...
OBS 1: agora andam por aí chorar lágrimas de crocodilo: «alerta para "perda de soberania" do País».
OBS 2: os praticantes do Terrorismo_CGTP deviam de abandonar a bandalheira/cumplicidade... e deviam de ganhar juízo: em vez de protestos contra as medidas de austeridade, deveriam, isso sim, era estudar quais as medidas de austeridade necessárias... para que o país não necessite de pedir dinheiro emprestado aos (perigosos) especuladores.
Francisco Clamote: teve. Sem o PSD nada aconteceria. Daí a responsabilidade de Cavaco.
ResponderEliminarAbraço
CP
Sem o PC e o BE não haveria derrube do governo!
ResponderEliminarSão todos cúmplices, só que uns mais responsáveis que outros!
Prove o contrário!
outeiro
Sempre li os seus postais com muita atenção, e concordava com eles na maioria das vezes.
ResponderEliminarEsta última afirmação, branqueamento do PCP e BE, é inacreditável.
Vou passar a ler os textos, com outra perspectiva do autor.
É uma pena!
outeiro
Não há branqueamento. O PCP e o BE nunca apoiaram a política do Governo. Sempre se manifestaram contra as políticas de austeridade como meio de combate à crise. Não mudaram de posição. Quem mudou de posição foi o PSD. E também Cavaco.
ResponderEliminarNinguém poderia esperar que o BE e o PCP mudassem de posição por o PSD ter decidido derrubar o Governo.
Também neste blogue sempre se combateu a política de austeridade com argumentos que vão muito para além da simples luta partidária entendida no seu pior sentido. Combateu-se e procurou perceber-se por que razão era ela imposta e em defesa de que tipo de interesses era aplicada.
Por outro lado, sempre se fez uma análise objectiva da crise, sem imputações morais de culpa. A crise dos países periféricos é uma consequência inevitável do modo como está estruturada a zona euro. E só reestruturando esta, em moldes completamente ddiferentes, seria possível sair da crise.
A zona euro é um "jogo" de resto zero: tudo o que uns ganham, outros perdem! Pode haver alguma União com base em semelhante pressuposto?
Este poste quis apenas sublinhar a ironia das coisas: uma política mais à direita que a política de direita do PS ainda obtem piores resultados. Mas isso nunca seria motivo para deixar de combater a política do PS.
Agradeço os comentários, mas tenho que dizer que não concordo com eles. Este blogue não se afastou um milímetro daquilo que tem sido e continuará a ser a sua posição
na compreensão da crise e do seu combate.
Como quase sempre, inteiramente de acordo. Permito-me o abuso de remeter para coisa escrita independentemente deste teu post, "Um murro dói, mas puseram-se a jeito".
ResponderEliminarE isto vai enjoar de "patriotismo" hipócrita!
O Guro do menvp é o grande Medina.
ResponderEliminarGrande "homem",um "visionário"digo eu, até porque o dito andou pelas fundações do Oriente,etc e tal...pois. Agora é assim mais para o,enfim, aquele tempo da Outra Senhora...
Naquele tempo é que era bom. Né?
Cofres cheios e cheirinho a chulé com solas rotas...lindo, não era?
Assim como é lindo apelidar de terroristas, trabalhadores que, recebem um ordenado mínimo, e às vezes inferiore,porque pertencem a CGTP...
Só revela a mente rançosa,que o asno que assina de sigla é.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarE ainda falam eles do caminho da servidão...
ResponderEliminarKadu