EPISÓDIOS VIVIDOS NO PAÍS SEM ESPERANÇA
1 -Nobre renunciou ao mandato de deputado. Embora as razões da renúncia sejam em última instância as mesmas que o levaram a aceitar a inclusão do seu nome na lista do PSD, tem de reconhecer-se, por mais paradoxal que pareça, que este é o acto mais nobre que Nobre praticou desde que é conhecido na vida pública.
Talvez um regresso à sua antiga profissão lhe fizesse bem. Depois de tudo o que disse seria o mais razoável. Em tempos de mudança e de crise, talvez fosse altura de deixar para outros as causas humanitárias, até porque já se percebeu que não parece estar com grande predisposição para aceitar pequenos sacrifícios. Quanto mais grandes…
2 – O Álvaro da Economia (tem de ser assim identificado, porque Álvaro há só um…) acha que a Madeira, se quiser, poderá um dia tornar-se independente. Cavaco, pelo contrário, acha que as independências não podem ser unilaterais. Pois é, estas coisas da independência são um bocadinho mais complicadas...
3 – Aliás, Cavaco está tão compreensivo com a presente situação que já nem sequer fala na impossibilidade de impor mais sacrifícios ao povo. Ao invés, até diz que ninguém pode esperar uma melhoria da situação nos próximos tempos. O que ontem era inaceitável tornou-se hoje imprescindível…
4 – Afinal, quem tem direito de veto sobre a composição do Governo é o Moniz. Ao que isto chegou!
5 – Lentamente, muito lentamente, em raciocínio lento, os economistas do sistema acabarão por chegar à conclusão que o programa da “troika”, mais os acrescentos do Passos Coelho, não só não resolverão nenhum problema da economia portuguesa como agravarão todos os que agora existem; o que eles nunca serão capazes de perceber ou de reconhecer é para que serve o programa da troika. Seria pedir-lhes demasiado…
Num país governado pela mulher do Moniz já nada me espanta.
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