segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PORTUGAL A CAMINHO DA “IDADE MÉDIA”





O GOVERNO PSD/CDS AFUNDA O PAÍS



Nunca nos tempos modernos se terá visto tanto fanatismo ideológico e simultaneamente tanta subserviência ao exterior como com o actual governo PSD/CDS, dirigido por Passos Coelho em coligação com Portas.

Nem mesmo durante a ditadura, por razões que seria moroso explicar aqui, o fanatismo ideológico foi tão ostensivo e tão determinante da política seguida como hoje. Salazar estava acima de tudo interessado em conservar o poder, exercido ao serviço de um projecto político que, mantendo o país à margem do progresso dos países desenvolvidos, permitia mais facilmente a sua consolidação,embora tal objectivo não o impedisse, antes pelo contrário, de ser extremamente pragmático sempre que a situação o exigia.

Hoje o fanatismo ideológico é tanto que até chega a secundarizar a questão do poder, apesar de tal questão, por definição, não poder deixar de estar presente em qualquer visão sectariamente unilateral do mundo e da forma de nele estar. De facto, o fanático está tão convencido das suas verdades que nem sequer põe a questão de os objectivos em que piamente acredita não venham a verificar-se.

A última intervenção do Ministro das Finanças é um dos momentos mais patéticos da vida política portuguesa desde que há registos videográficos. Nem mesmo o discurso de Marcelo perante a “brigada do reumático” se lhe assemelha.

Há em Vítor Gaspar a gélida fé dos que acreditam no impossível, publicamente exibida com a tranquila serenidade de quem sabe só haver um caminho – o seu.  

A ele se junta o sinistro ministro da Saúde, que com idêntica frieza esclareceu a necessidade de deixar morrer ou abreviar a morte de largos milhares de portugueses para “felicidade das contas públicas”, seguramente muito importante para a prosperidade daqueles que como ele ganhavam perto de um milhão de euros por ano (declarados…).

E tudo isto culmina com um subservientíssimo Primeiro Ministro que deixa o país em transe, com as suas piruetas, sempre que se desloca ao estrangeiro. Chega a ser confrangedor vê-lo na presença de um mandatário estrangeiro.

Mal que só é notado nos espaços livres de opinião e notícia, já que na comunicação social em geral assiste-se a um servilismo acrítico que quase faz parecer normal o que de extraordinariamente aberrante se tem passado. Interiorizado que foi o discurso do poder, a linguagem da comunicação social, onde quer que ela se encontre, cá dentro ou lá fora, nos jornais, na rádio ou nas televisões, repete com canina subserviência o que o poder difunde como verdade oficial.

O clima de impunidade crítica é de tal ordem, que só mesmo isso pode explicar uma intervenção como a que hoje fez Marcelo Rebelo de Sousa na TVI, na sua homilia dominical. Dificilmente se encontrará no mesmo espaço de tempo tanta desonestidade intelectual, tanta mistificação, tanto primarismo, como aquele a que hoje se assistiu ao ouvi-lo comentar os “assuntos da semana”.  

Esta gente é perigosa! Tão perigosa como a que invadiu o Iraque. Não têm armas letais mas têm-nos a nós como alvos. Vai ser preciso muito mais do que um novo 25 de Abril para restaurar as Luzes!


2 comentários:

  1. Perigosíssima!!!
    «Na altura em que a senhora Lagarde" (directora-geral do Fundo Monetário Internacional) "vem dizer que a crise mundial pode agravar, o primeiro-ministro não pode dizer que a crise portuguesa em 2012 acabou, porque o ministro das Finanças disse que em 2015 há tantos desempregados como há hoje».

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  2. Este senhor é um perigo!!E está bem acompanhado...

    Saudações

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