sábado, 24 de dezembro de 2011

ARTUR SANTOS SILVA



NÃO PODIA HAVER MELHOR ESCOLHA



Como antigo bolseiro da Fundação Caloust Gulbenkian fico feliz com a escolha de Santos Silva para Presidente da Fundação. Nada melhor poderia ter acontecido à Gulbenkian e ao país do que a sua escolha. Como muitos disseram foi a escolha óbvia e imprevisível. Depois de tantos boatos e falsas notícias postos a circular na vã esperança de influenciar a decisão, a escolha de Santos Silva nestes tempos que correm apresenta-se quase como uma excepção, talvez por isso ninguém a tivesse previsto.

Pena que Santos Silva não possa dedicar-se a tempo inteiro ou exclusivamente à nova função sem ter de ocupar-se de outras que, além de lhe roubarem tempo e atenção, lhe trarão certamente muitas preocupações, deixando-o mentalmente menos livre para o desempenho do cargo. Não que o acúmulo de lugares possa perturbar o exercício das funções no sentido mais corrente do termo. Isso com pessoas com a personalidade moral de Santos Silva é questão que nem sequer se põe – e não são muitas as pessoas como Santos Silva.

Era mais porque Santos Silva nesta fase da vida merecia ter apenas um lugar como o da Gulbenkian sem ter de se ocupar também de bancos que hoje são a causa universal, ou, pelo menos, ocidental, da nossa desgraça. Por eles perdemos salários; por eles perdemos pensões; por eles perdemos empregos; por eles somos sobrecarregados com impostos; por eles empresas abrem falência; por eles se esvai a democracia…

Era só por isso que eu muito gostaria de ver o Santos Silva apenas na Gulbenkian ou, quem sabe, depois, noutro lugar …


4 comentários:

  1. «pessoas com a personalidade moral de Santos Silva»

    De facto, na nossa vida pública é uma das raras excepções que confirma a regra da falta de ética e moral -- M. M. Carrilho, que integra a regra, que o diga!

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  2. e já agora que ganhasse pela Fundação e não pelo banco

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  3. Boas Festas, meu bom amigo... e um 2012 melhor do que o previsível :))
    Um grande abraço

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  4. Inteiramente de acordo que é um dos muito poucos e honrados.

    Ele está ligado à banca..., a tal banca que atirou o país para ...? ou a banca portuguesa e o capitalismo são coisas distintas? ou "ele" não faz parte do sistema ou consegue ser um puro dentro do execrável sistema?

    Sempre vincando a virtude que, isso não está em causa, às vezes soa-me a um ímpeto anticapitalista quando há remédios para refrear o capitalismo selvagem, por exemplo, essa coisa de se comprar e vender o que ainda não se possui que provoca enormes golpadas especulativas na bolsa e essa estória de vender/comprar futuros devia ser só permitida nos casinos.
    Por mim o capitalismo pode continuar, mas nós os portugueses e outros vamos ter de punir os capitalistas dizendo: tenham paciência, mas o capital sim, talvez, porém juros esperem aí pela eternidade.
    Boas Festas
    RT

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