UM DURO GOLPE NO PENSAMENTO ÚNICO
A Argentina não tem apenas Borges e Che Guevara, Messi e Maradona, mais cinco prémios Nobel que a maior parte das pessoas desconhece, tem também governantes com a coragem suficiente para desferir um rude golpe na política do pensamento único e da ausência de alternativas permanentemente apregoada por estas democracias de liberdade condicionada onde a maior parte dos Estados já são estados-vassalos e onde as pessoas vivem sem esperança completamente anestesiadas pela ideologia dominante que todos os dias lhes faz crer que somente com as receitas proclamadas pelos múltiplos arautos das novas doutrinas a terra onde vivem pode ter alguma viabilidade.
E, todavia, à medida que o tempo passa é cada vez maior número de pessoas que vive pior enquanto um pequeno número vai escandalosamente acumulando aquilo que àqueles muitos é diariamente subtraído.
A Argentina que já tinha tido a coragem de impor o seu ponto de vista ao FM, como Stiglitz também descreve em “Making Globalization Work”, nas difíceis negociações que se seguiram à bancarrota resultante das políticas neoliberais impostas por Menen, nacionalizou agora – numa época em que somente se fala em privatizar tudo o que possa dar lucro – 51% da YPF, sucursal da Repsol, uma empresa que explorava as riquezas petrolíferas da Argentina fundamentalmente orientada para a maximização do lucro sem qualquer tipo de preocupação com as necessidades reais do país.
Esta decisão de Cristina Kirchner apoiada pelo Congresso é um feito que não pode deixar de ser assinalado. Ela mostra ao mundo que, ao contrário do que diariamente nos impingem, há outro caminho! Um caminho por onde não passem os exploradores!
Até gostava que a senhora nacionalizasse mais uma quantas multinacionais ou propriedades das mesmas, de preferência americanas! Terá razão . Repsol estava lá para lucro dos seus accionistas, isso já seria óbvio quando entrou. A argentina foi capaz de variadas coisas incluindo os tais Prémios Nobel, e também de produzir regimes e situações políticas que não abonam muito em favor de uma cultura política muito desenvolvida e confiável. Não estou a lembrar-me apenas da dinastia peronista e suas providenciais senhoritas, também do Viola, Videla, Galtieri e quejandos. A jogada pode ter paralelismo com a patriótica guerra da Junta para recuperar o sagrado solo pátrio(que, por acaso, nunca lhes pertenceu). A coisa então deu para o torto, tinha que dar porque para o grande aliado do norte tratava-se de dois "amores" desiguais. Agora não sei, a Espanha sempre é um elo mais fraco. Vamos ver..
ResponderEliminarPois é, vim cá de propósito só para confirmar que o meu caro amigo não ia deixar passar em claro aontecimento tão intolerável que concitou o imediato e vivo repúdio dos "mercados" com as suas veladas ameaças. O lorpa do Rajoy um empregado dos mercados já esperneou. E claro está, a capital do império, em perda mas ainda império - Washington, também disse que a coisa é intolerável nos tempos modernos.
ResponderEliminarDuas mulheres tesas: a Argentina e a Kirchner.
Vou-me sentar p'ra ver.
Abraço,
é notável.
ResponderEliminarvivam elas!
O Povo Argentino sempre demonstrou uma raça latina dos velhos tempos.
ResponderEliminarViva a luta contra os interesses capitalistas.
Afinal até já se veio a descobrir que a empresa ia ser vendida aos chineses por 7,7 mil milhões.
Força Argentina!
Estamos à espera que o Hollande não se transforme ou seja aconselhado pelo Sócrates.
Cumprimentos de Munique
JcD
eu ando com a suspeita que tem dedo de Obama por detrás; acabar com a globalização é indispensável para se conseguir controlar a economia, e o Obama anda a tratar disso.
ResponderEliminarE penso isto porque me parece que se não houvesse uma cobertura tácita dos EUA tinha caído o Carmo e a Trindade sobre a Argentina