OS NEGÓCIOS E A
POLÍTICA
1- Relvas e Passos
Coelho – Já toda a gente há muito percebeu que a ligação entre Passos
Coelho e Relvas é antiga. Ela não veio logo à tona nos primeiros sérios
percalços de Relvas, nomeadamente as ligações com a Ongoing e a familiaridade
dos seus contactos com o espião que está acusado por quebra de segredo de
Estado, por razões de conveniência política, mas só por inocência ou muito boa vontade se poderia admitir que Relvas estava sozinho. O tempo foi passando, o Governo foi acumulando asneiras e
outras coisas que mais tarde se saberão, e exactamente no momento em que está actuando
sem rumo, às vezes até se assemelhando a um ébrio em estado pré-comatoso, veio a
saber-se que afinal alguns desses governantes hoje sem rumo – Passos Coelho e
Relvas – em assuntos que digam respeito a negócios privados com o dinheiro do
Estado são muito mais competentes do que a sua actual prestação poderia deixar supor.
De facto, Passos Coelho como consultor e depois como gestor da Tecnoforma (uma empresa, ao que dizem, hoje falida) arrecadou uma parte significativa das verbas
que Relvas, então como Secretário de Estado, tinha para gastar. E a fazer fé no
Público até se preparava para ficar com o monopólio da formação em aeródromos.
É preciso recordar que é a esta mesma
gente que está entregue o processo de privatização de algumas grandes empresas
portuguesas. E também aqui também não se pode ser inocente. Está em causa muito
dinheiro e estão em causa grandes interesses nacionais.
Num trabalho muito interessante do jornal Público sobre a Ongoing
falava-se das excelentes ligações de Relvas com gente do Mensalão hoje já condenada
no Brasil por corrupção. No auge da crise sobre a TSU, Relvas estava no Brasil. Os
jornais falaram dos contactos que por lá foi tendo contando-se entre eles pessoas
ou empresas interessadas na privatização de empresas portuguesas. Portas foi a
seguir, ou ainda talvez em simultâneo, aparentemente para tratar do mesmo
assunto. Há quem diga que foi “marcar” Relvas. Pouco tempo depois o jornal
Expresso publicou um grande artigo (duas páginas!) laudatório sobre um brasileiro,
aliás sobre um cavalheiro com várias nacionalidades, alegadamente interessado
em privatizações portuguesas. De quem era o artigo do Expresso? De uma
jornalista que trabalha no Brasil num jornal da Ongoing ou por ela dominado.
Coincidências nestas coisas não existem. Tudo isto é estranho.
É estranho o que é do domínio público. Imagine-se então que estranho não será o
que está no segredo dos gabinetes.
Já aqui apelamos várias vezes ao Ministério Público para que
investigue enquanto é tempo…
E que ninguém tenha dúvidas de que não há tempo mais interessante para certos negócios do que os tempos de confusão política que se estão vivendo...
2 – Paulo Campos e as
PPP rodoviárias – É do
conhecimento público que Paulo Campos e outros membros do Governo de José Sócrates
foram alvo de buscas judiciais, alegadamente relacionadas com os contratos de concessão
daquelas parcerias.
Apesar de haver a convicção generalizada de que as PPP foram
um mau negócio para o Estado, não somente as rodoviárias, nem somente as
negociadas no Governo Sócrates, e de inclusive haver por parte da generalidade das
pessoas a suspeita de que aqueles negócios não foram sérios, a verdade é que
Paulo Campos não se tem furtado a prestar as explicações que, segundo ele,
justificam e atestam a justeza daqueles negócios.
Já foi por três ou quatro vezes à televisão, algumas a
pedido dele, para responder a insinuações ou mesmo a afirmações que o
responsabilizam por aqueles negócios.
Mas também se ficou a saber que dois dos mais acérrimos inimigos
de Campos - Medina Carreira e Marques Mendes –, que sem tréguas o têm atacado, se
recusaram a debater o assunto na TV com o "acusado". O que não deixa de ser uma
manifestação de covardia política ou até de má fé, tanto mais que eles estão em
antena todas as semanas, às vezes até mais do que uma vez. Ou não será que o solilóquio em que ambos
se deleitam são em última instância a prova provada de quem receia e recusa o
debate?
Mas soube-se ainda que um desses acusadores, Marques Mendes,
foi por seu turno acusado de ter exigido (num governo PSD) uma alteração do trajecto de uma autoestrada no
distrito de Aveiro, apenas justificado por razões eleitorais, que custou ao
Estado cerca de 800 milhões de euros!
3- Presidente da
Conforlimpa detido – O presidente da Conforlimpa é suspeito de fraude
fiscal e foi detido. Tudo normal, ou seja, o que há mais é fraude fiscal…de
quem a pode fazer. O que não é normal é Artur Marques vir dizer que o detido é
um dos maiores “empregadores” portugueses e que com a sua detenção estão em
causa milhares de postos de trabalho. Então isto é que é uma linha de defesa?
Os tempos que se vivem fazem mal a muita gente…
tenho que dar os parabens ao bloger por este excelente espaco de confronto de iseias muito bem organizado. O facto de haver opinioes bem diferentes so o valoriza.
ResponderEliminarParabens e vida longa