SE CAVACO APENAS ESTIVESSE
PASSADO…
Depois das invocações da Senhora de Fátima, de “como a minha
mulher me chama”, de S. Jorge e dos “cidadões” é normal que nas redes sociais ou,
comentadores mais arrojados, nos media
institucionais se questione a saúde mental de Cavaco e as consequências que daí
poderiam constitucionalmente retirar-se.
Todavia, com o Tribunal Constitucional debaixo de fogo e com
uma Procuradora Geral da República escolhida pela Ministra da Justiça pelo “seu
amor” ao Ministério Público, não é de que por esse lado se chegue a algum resultado, tanto mais que aquela que pela sua proximidade poderia
prestar o testemunho mais convincente é, tanto quanto se sabe, a inspiradora dos
últimos grandes pensamentos do Presidente, como ele orgulhosamente tem referido.
E não adviria grande
mal ao mundo se Cavaco apenas estivesse “um pouco passado”. O pior é que
ele faz parte daquele grupo de pessoas, e tem nele um papel cada vez mais
activo, decididamente empenhado na destruição da economia e da democracia.
E é por isso que a comparação com Thomaz se torna inevitável,
mesmo para aqueles que o julgavam inimitável.
De facto, apesar das diferenças – Thomaz não dava calinadas
no português típicas de uma quarta classe mal feita, as suas eram quase sempre ligadas
ao realce de uma efeméride ou de uma coincidência: “É a primeira vez que cá estou desde a última vez que cá estive”; “O Chefe de Estado pela primeira vez vem pela
segunda vez à feira de Santarém”; “Hoje
visitei todos os pavilhões, se não contar com os que não visitei”; “Manteigas é uma terra bem interessante, porque
estando numa cova, está a mais de 700 metros de altitude”; “Comemora-se em todo o país a promulgação do
despacho número Cem, um texto de grande importância para a Marinha Mercante de
Portugal, e a que foi dado esse número não por acaso mas porque ele vem na
sequência de outros noventa e nove anteriormente promulgados”- há muitas
semelhanças.
Para usar uma terminologia do Governo, Cavaco está cada vez
mais em linha com Américo Thomaz. A malta mais nova não conviveu com Thomaz,
mas a mais velha sabe perfeitamente que quanto mais os portugueses se riam dele
e das suas imbecilidades, mais decisiva era a sua influência na condução
política do país.
Por isso, o importante é evitar que a História, sempre que
tem condições para se repetir, não seja necessariamente uma farsa…
As calinadas de uma quarta classe mal feita parece crítica de classe, como se o homem tivesse culpas de ter frequentado a escola comercial em vez do liceu de Faro.
ResponderEliminarÉ uma nódoa pq sim, não por causa da escorregadela em "cidadões", um escorrego em quem, aliás, sempre ouvi pronunciar bem, por exemplo, o plural de acordo (acôrdos) ao contrário da errada maioria que aí se ouve (acórdos)
Meu caro, se há alguma coisa certa nisto tudo é o facto de a mulher o chamar de São Jorge. Então não sabe que há fundadas dúvidas sobre a existência de São Jorge...
ResponderEliminarMas, nos eu caso, eu compreendo esta lacuna. :))
Abraço
JR
Escreve melhor, do que eu escrevo
ResponderEliminaro meu próprio pensamento...