OU A HISTÓRIA DE UMA
TRAIÇÃO
Estas palavras foram proferidas esta manhã em Berlim pelo
Ministro Alemão da Economia, Wolfgang Schäuble, numa conferência conjunta com Vítor
Gaspar, depois de uma reunião a dois na capital alemã.
Deixando, por agora de lado, a vergonha que é a generalidade
do jornalismo português, mais uma vez demonstrada numa conferência de imprensa
onde não houve um único jornalista que na presença do “patrão” de Gaspar
tivesse a coragem de o confrontar com a situação político-económica portuguesa
e com as responsabilidades que pessoalmente lhe são assacadas, inclusive em
meios próximos do Governo, pela calamitosa situação de Portugal, o que
interessa agora sublinhar é que a suspeita muito generalizada entre nós de que Gaspar
é o principal defensor da política económica do Governo junto dos credores
estrangeiros, na qual só vê virtudes e êxitos, recusando-se a apresentar a real
situação do país para poder renegociar objectivos e metas impossíveis de
cumprir sem a destruição do que resta da economia nacional e sem a
marginalização de mais umas centenas de milhares de portugueses, está agora
plenamente confirmada pela declarações de Schäuble.
De facto, seria impensável, salvo num cenário de extrema provocação,
que o primeiro responsável pela política económica europeia, tivesse a coragem
de declarar na presença do Ministro das Finanças português que o “ajustamento
em Portugal é uma história de sucesso” se esse mesmo ministro lhe tivesse
traçado um quadro minimamente objectivo da situação económica portuguesa.
Esta conferência de imprensa demonstra mais uma vez que
Gaspar não desempenha funções no Governo ao serviço do seu país, nem tão pouco
está interessado na defesa dos interesses portugueses.
A posição de Gaspar não é apenas a consequência das suas
opções ideológicas fundamentalistas nem do desprezo a que vota os seus
concidadãos, nem mesmo da completa ausência de elementares valores humanistas, jamais
contemplados na sua folha de Excel, ela é também a expressão de uma traição
ao povo português que não pode ficar impune hoje, como nunca ficou outrora na
longa e velha história deste país.
a nossa miséria é o sucesso deles?
ResponderEliminarem quê?