sexta-feira, 28 de março de 2014

BLOCO INTERPELA GOVERNO



TRÊS NOTAS

 

Três notas sobre a interpelação, desta manhã, do Bloco de Esquerda ao Governo.

Primeira - A jornalista da SIC que acompanha os trabalhos parlamentares passou todo o seu tempo de antena a lamentar que os partidos da oposição não tivessem interpelado Paulo Portas (a quem hoje competia responder pelo Governo) sobre o episódio de ontem do Secretário de Estado da Administração Pública relativo aos cortes permanentes das pensões. Portas, mesmo sem ser interpelado, bem tentou falar do caso, dizendo que foi um tremendo erro político, mas praticamente não obteve resposta.
É óbvio que os partidos da oposição não iam dar de bandeja ao Governo a possibilidade de se defender por via de um seu representante que aparentemente estava “fora da jogada”. Quem a oposição tem de interpelar é a Ministra das Finanças e Passos Coelho, já que foram eles que urdiram a trama que o Secretário de Estado, Leite Martins, começou a pôr em prática segundo as orientações recebidas. Por isso é que será politicamente um erro chamar Leite Martins, que em seguida terá de se demitir, deixando limpa a “honra” de quem lhe encomendou o serviço.

Segunda – Foi interessante ouvir Miguel Frasquilho a reproduzir as teses de Cavaco sobre o pós-Troika. Ou seja, que os credores ficam por cá a mandar até que 75% da dívida esteja paga, deitando assim por terra os esforços de Paulo Portas que, durante todo o tempo de que dispôs antes de Frasquilho falar, tentou fazer crer que nada disso se passaria. Que acabaria em Maio, como ele diz, o “fim do protectorado”.

Terceira – Fazenda, que, da bancada, fez a última intervenção do Bloco, distanciou-se claramente das teses de Louçã quanto ao euro, admitindo a saída de Portugal da moeda única. O que quer isto dizer: que Fazenda já é uma voz isolada no Bloco ou que no Bloco já há quem afronte publicamente as teses de Louçã?

9 comentários:

  1. Não é só Fazenda. Há algum tempo, João Rodrigues, Alexandre Abreu e Nuno Teles (do BE e também economistas do Ladrões de Bicicletas) publicaram uma proposta para a saída do euro. Louçã ainda pesa, eppur si muove.

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  2. O ultima intervenção foi feita pelo deputado de Aveiro Pedro Filipe Soares, o meu caro deve ter estado distraído.

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  3. O ultima intervenção foi feita pelo deputado de Aveiro Pedro Filipe Soares, o meu caro deve ter estado distraído.

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  4. Fiz uma distinção, porventura demasiado subtil, que pode, mesmo assim, estar errada.
    Eu julguei ver a última intervenção da bancada por Fazenda e última do Bloco, feita da tribuna, pela deputada Mortágua. Pelos vistos, da bancada, depois de Fazenda ainda falou Filipe Soares, a fazer fé no que me dizem. Mas é um pormenos sem importância para o assunto em causa. De qualquer modo fica feita a correcção.

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  5. Até parece que é proibido reflectir a saída da moeda que não é única

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  6. A saída do euro seria a praia da esquerda: a súbita carestia de vida e subsequente inflação, a luta por melhores salários, as rupturas de abastecimento e os lucros especulativos, o Estado interventor, omnipresente....

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  7. Jose exprime a sua convicção ( mais do que convicção,credo) que a saída do euro seria a "praia da esquerda"
    Sem nos atermos agora o que será a praia onde jose, repare-se como o gato aparece escondido sob a cauda do dito:
    " Melhores salários" ...
    Udo dito ...eis o medo e o pânico do jose

    Quanto aos "lucros especulativos" que jose refere, este enganou-se com toda a certeza.Queria definir a situação actual, onde se assiste à engorda dos tubarões que vivem dos lucros especulativos.E onde se assiste à intervenção do estado a favor destes,legislando a seu favor, governando em função destes

    Como dirá Daniel Vaz de Carvalho:
    "O sector monopolista (os oligopólios são formas apenas mitigadas de monopólio) constitui-se como oligarquia e os seus interesses tornam-se política de Estado, assumem o seu controlo. É o que ocorre atualmente em Portugal e que a tutela da UE promove. "


    De

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  8. Cheguei tarde ao seu apontamento
    mas a tempo

    esta realidade vai mudando
    mas não tanto

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  9. Sair do Euro vai sair muito caro, traz graves consequencias para a economia do país e para a vida das pessoas.


    No entanto teimar em permanecer no Euro representa o nosso suicidio coletivo.

    Façam uma opção.

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