TRÊS NOTAS
Três notas sobre a interpelação, desta manhã, do Bloco de
Esquerda ao Governo.
Primeira - A jornalista da SIC que acompanha os trabalhos
parlamentares passou todo o seu tempo de antena a lamentar que os partidos da
oposição não tivessem interpelado Paulo Portas (a quem hoje competia responder
pelo Governo) sobre o episódio de ontem do Secretário de Estado da
Administração Pública relativo aos cortes permanentes das pensões. Portas, mesmo sem ser interpelado, bem tentou falar do
caso, dizendo que foi um tremendo erro político, mas praticamente não obteve resposta.
É óbvio que os partidos da oposição não iam dar de bandeja ao
Governo a possibilidade de se defender por via de um seu representante que
aparentemente estava “fora da jogada”. Quem a oposição tem de interpelar é a
Ministra das Finanças e Passos Coelho, já que foram eles que urdiram a trama
que o Secretário de Estado, Leite Martins, começou a pôr em prática segundo as orientações recebidas. Por isso é que será politicamente um erro chamar Leite Martins, que em
seguida terá de se demitir, deixando limpa a “honra” de quem lhe encomendou o
serviço.
Segunda – Foi interessante ouvir Miguel Frasquilho a reproduzir
as teses de Cavaco sobre o pós-Troika. Ou seja, que os credores ficam por cá a
mandar até que 75% da dívida esteja paga, deitando assim por terra os esforços de
Paulo Portas que, durante todo o tempo de que dispôs antes de Frasquilho falar,
tentou fazer crer que nada disso se passaria. Que acabaria em Maio, como ele diz,
o “fim do protectorado”.
Terceira – Fazenda, que, da bancada, fez a última intervenção
do Bloco, distanciou-se claramente das teses de Louçã quanto ao euro, admitindo
a saída de Portugal da moeda única. O que quer isto dizer: que
Fazenda já é uma voz isolada no Bloco ou que no Bloco já há quem afronte
publicamente as teses de Louçã?
Não é só Fazenda. Há algum tempo, João Rodrigues, Alexandre Abreu e Nuno Teles (do BE e também economistas do Ladrões de Bicicletas) publicaram uma proposta para a saída do euro. Louçã ainda pesa, eppur si muove.
ResponderEliminarO ultima intervenção foi feita pelo deputado de Aveiro Pedro Filipe Soares, o meu caro deve ter estado distraído.
ResponderEliminarO ultima intervenção foi feita pelo deputado de Aveiro Pedro Filipe Soares, o meu caro deve ter estado distraído.
ResponderEliminarFiz uma distinção, porventura demasiado subtil, que pode, mesmo assim, estar errada.
ResponderEliminarEu julguei ver a última intervenção da bancada por Fazenda e última do Bloco, feita da tribuna, pela deputada Mortágua. Pelos vistos, da bancada, depois de Fazenda ainda falou Filipe Soares, a fazer fé no que me dizem. Mas é um pormenos sem importância para o assunto em causa. De qualquer modo fica feita a correcção.
Até parece que é proibido reflectir a saída da moeda que não é única
ResponderEliminarA saída do euro seria a praia da esquerda: a súbita carestia de vida e subsequente inflação, a luta por melhores salários, as rupturas de abastecimento e os lucros especulativos, o Estado interventor, omnipresente....
ResponderEliminarJose exprime a sua convicção ( mais do que convicção,credo) que a saída do euro seria a "praia da esquerda"
ResponderEliminarSem nos atermos agora o que será a praia onde jose, repare-se como o gato aparece escondido sob a cauda do dito:
" Melhores salários" ...
Udo dito ...eis o medo e o pânico do jose
Quanto aos "lucros especulativos" que jose refere, este enganou-se com toda a certeza.Queria definir a situação actual, onde se assiste à engorda dos tubarões que vivem dos lucros especulativos.E onde se assiste à intervenção do estado a favor destes,legislando a seu favor, governando em função destes
Como dirá Daniel Vaz de Carvalho:
"O sector monopolista (os oligopólios são formas apenas mitigadas de monopólio) constitui-se como oligarquia e os seus interesses tornam-se política de Estado, assumem o seu controlo. É o que ocorre atualmente em Portugal e que a tutela da UE promove. "
De
Cheguei tarde ao seu apontamento
ResponderEliminarmas a tempo
esta realidade vai mudando
mas não tanto
ResponderEliminarSair do Euro vai sair muito caro, traz graves consequencias para a economia do país e para a vida das pessoas.
No entanto teimar em permanecer no Euro representa o nosso suicidio coletivo.
Façam uma opção.