quinta-feira, 5 de novembro de 2015

AINDA A PROPÓSITO DO ACORDO À ESQUERDA




O QUE FAZ FALTA

Não há nada pior na política portuguesa do que alguém vestir as vestes alheias e fazer-se passar por quem não é.

Recordo que a seguir à queda do Muro, por razões profissionais e outras, desloquei-me várias vezes a alguns países do extinto Pacto de Varsóvia e não podia deixar de criticar a arrogância com que alguns colegas se referiam à paisagem urbana de cidades como Berlim Leste, Praga e Varsóvia entre outras.

Falavam e criticavam como se fossem cidadãos de Munique, de Londres, de Paris ou até de uma qualquer cidade modelo e esqueciam-se completamente que tinham a Baixa Pombalina numa situação miserável, que no Largo de Camões havia pés de couves a nascer dos telhados em ruínas, enfim, tomavam-se por quem não eram.

Infelizmente, esse mau hábito é contagioso. Se eu tenho um programa político para executar, mas nem sequer disponho no Parlamento de um décimo dos deputados, por mais justo e excelente esse meu programa seja, eu não posso ter pretensão de o executar como faria se dispusesse da maioria absoluta dos lugares. Claro, que os meus deputados são importantes para construir uma maioria e nessa medida tem um valor superior ao seu peso numérico isoladamente considerado, mas como, por outro lado, eu também estou interessado numa nova solução (é suposto) aquele peso baixa na razão directa desse meu interesse e obriga-me a ser comedido e moderado nas minhas exigências, sem deixar de ser firme no que tenho de ser.

É tudo.

3 comentários:

  1. ~~~
    ~ Muito bem, «POLITEIA».
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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  2. Concordo, plenamente, com os dois comentários.
    O momento politico que vivemos é dramático e por vezes não deixa de ser caricato constatar que a direita sabe o que perde com este acordo e as forças de esquerda não queiram valorar aquilo que podem ganhar aqueles que eles representam.
    È preciso ser racional , ponderado e agir com coragem,
    A decisão a tomar é nuclear para o futuro das coisas da vida, para o nosso povo.
    P.B.

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