terça-feira, 5 de janeiro de 2016

MARISA-MARCELO


A IMPRESSÃO DE UM DEBATE
Imagem da notícia sobre MARCELO - MARISA MATIAS de RTP

Acabei de ver o debate entre Marisa Matias e Marcelo Rebelo de Sousa. Mariza esteve melhor do que com Maria de Belém, embora nem sempre tivesse sido rigorosa nas suas afirmações, mas percebeu – e isso é que importa – que não estando Rebelo de Sousa habituado ao contraditório – quer na TV quer na Faculdade (aulas) – a melhor forma de lidar eleitoralmente com ele era atacá-lo. Atacá-lo, não tanto pelas decisões que tomou, já que afastado dos lugares de decisão há muito tempo pouco haveria a atacar nesse domínio, mas fundamentalmente pelas posições que semanalmente assumiu como comentador.

Acontece que Marcelo tem tido perante os ataques de que tem sido alvo uma atitude muito diferente daquela sempre teve como comentador. No comentário, Marcelo vertia frequentemente veneno, embora elegantemente e quase sempre com ironia, não apenas sobre os “seus ódios de estimação”, mas também sobre aqueles de quem intelectualmente desmerecia.

Hoje a sua atitude é diferente. Há uma espécie de vitimização “soft” que ele julga eleitoralmente vantajosa pela afectividade que desperta no eleitorado. Nunca contra-ataca, se possível elogia o adversário, e, mais importante, deixa aparentemente cair com relativa facilidade algumas das mais emblemáticas bandeiras da direita.

Politicamente o que isto significa é que a direita, apesar do contexto em actua, está na defensiva e tem hoje mais dificuldade do que tinha ontem em apresentar-se tal qual é. 

Enfim, são as consequências de quatro anos de Passos Coelho e de dez, principalmente dos últimos cinco, de Cavaco.

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