ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Começando pela
abstenção – a abstenção foi muito elevada, um pouco superior à de 2014 (entre 2
e 3%), e muito superior à de qualquer das outras quatro eleições (legislativas,
presidenciais, autárquicas e regionais (embora estas confinadas aos Açores e à Madeira).
Para além das causas gerais em regra apresentadas para explicar a abstenção, a
destas eleições parece ter, além daquelas, uma causa específica: as pessoas não
sabem para que servem as eleições europeias e as que conhecem as explicações
correntes para este acto eleitoral não concordam com elas ou não acreditam
nelas. Assim, a causa primeira da alta abstenção nas eleições europeias não
deve ser imputada ao menor civismo de quem não vai votar mas à irrelevância
democrática do acto.
Quanto aos resultados
eleitorais, os trinta por cento que foram votar tiraram do mapa eleitoral o
MPT, que elegeu, em 2014, 2 deputados e recolheu mais de 230 mil votos, e que
agora, concorrendo (no essencial) sob a designação de PNR, pouco passou dos 15
mil votos e zero deputados. Esses mesmos trinta por cento deram uma expressiva
vitória ao Bloco de Esquerda e ao PAN e uma significativa derrota à CDU,
deixando mais ou menos na mesma a situação dos restantes três principais
partidos – o PS, o PSD e o CDS, quer quanto a deputados eleitos, quer quanto ao
número de votos.
Se quanto às vitórias
do Bloco e do PAN bem como ao resultado negativo da CDU não há verdadeiramente
interpretações divergentes, já o mesmo não acontece relativamente à interpretação
da votação dos três demais principais partidos. No PS, que ficou com mais um
deputado, passando de 8 para 9, e ganhou alguns, poucos, milhares de votos,
cantou-se vitória; no CDS chorou-se amargamente a derrota, apesar de ter ficado
na mesma; e no PSD aceitou-se a derrota, não obstante se ter mantido o mesmo
número de deputados, com a promessa de fazer melhor da próxima vez.
Numa outra perspectiva,
mais política e menos aritmética, a interpretação dos resultados já tem de ser
diferente desta. O PS, como partido que ganhou o maior número de mandatos, tem
a seu favor o facto de ter invertido uma tendência que há muito se verificava
na sociedade portuguesa ou, se a memória me não falha, que somente por uma vez
aconteceu: o partido do Governo ganhar as europeias. O PS ao ganhá-las exibe um
sinal da sua força, embora o que dessa vitória realmente sobressaia não seja
tanto a sua força, praticamente ao mesmo nível de 2014, em que era oposição,
mas a extrema fraqueza dos partidos da oposição. Tanto o PSD como o CDS ficaram
muito aquém dos objectivos a que se tinham proposto. Os do CDS era certamente
irrealistas e megalómanos já que nada na sociedade portuguesa deixava antever
que o CDS pudesse vir a ter uma grande subida e menos ainda com base numa
campanha feita por um simpatizante da extrema-direita que passou o tempo todo a
tentar interessar os portugueses por assuntos que nada lhes dizem. Esta ilusão
do CDS, que a própria Cristas acalentou, só lhe poderia ter advindo da errada e
falsa interpretação das últimas eleições autárquicas, em que o CDS nada ganhou,
antes perdeu, tendo-se, porém, criado a falsa ideia de que tinha tido um
excelente resultado por a sua presidente ter ficado em segundo lugar nas
autárquicas de Lisboa em virtude de o PSD de Passos não ter verdadeiramente ido
a jogo, em consequência da crise profunda que já atingia o partido.
Devorado por lutas
internas, incapaz de fazer esquecer junto dos portugueses a sua profunda
colaboração com a “Troika” e a auto satisfação com que lhes infligiu as medidas
mais gravosas, o PSD partiu para estas eleições com um cabeça de lista que é
hoje a imagem fiel do estado em que se encontra o partido: atacando o Governo
por tudo o que foi apreciado pelos eleitores, incapaz de apresentar um programa
minimamente sedutor para um eleitorado que já foi seu, o cabeça de lista do
PSD, também ele muito próximo dos sectores mais reaccionários do partido, só
poderia averbar um mau resultado, como se previa e veio a acontecer. Não ganhou
nada. Ficou como estava, tornando-se ainda mais evidente a profunda rejeição
que com a grande maioria dos portugueses encara as propostas do PSD. É caso
para dizer que “Troika” saiu do país, mas o PSD ainda não foi capaz até hoje de
se libertar da “Troika”.
É perante um quadro
desta natureza que os resultados do PS têm de ser analisados. É natural que o
cabeça de lista do PS, depois de tanto ter sido massacrado pelos aliados da
“Troika”, exiba um sorriso de grande satisfação por ter deixado o seu mais
directo concorrente a mais de 10 pontos percentuais de diferença. Todavia, a
realidade política com que se depara o PS é bem mais complexa do que a ilusória
“expressiva” vitória deixa supor. De facto, os resultados para o PS não são
animadores, para não dizer que não são bons.
Em primeiro lugar, no
que ao partido exclusivamente respeita, a marca de 33% reflecte uma
cristalização eleitoral, típica de um partido que não cresce, apesar da extrema
fragilidade dos seus principais opositores. Depois, pior do que isto, é a
composição dos resultados eleitorais entre as forças políticas que o apoiam. A
CDU desce, e muito, pela segunda vez em eleições depois dos acordos com o PS
enquanto o Bloco cresce, e bastante, consolidando a tendência que as
autárquicas já indiciavam.
Ora isto representa
exactamente o contrário do que interessava a Costa. Costa não está nada
interessado no crescimento do Bloco, já que esse crescimento ameaça o PS na sua
tradicional área de influência, inclusive, em sectores do próprio partido. Por
outro lado, o crescimento do Bloco e o decréscimo da CDU ameaçam também o
equilíbrio da própria coligação, à manutenção do qual Costa não pode deixar de
ser muito sensível. Assim, tanto por razões internas como externas, este é o
resultado que menos convém ao Partido Socialista.
Se as actuais
tendências se mantiverem dificilmente o PCP voltará a participar numa solução
governativa que lhe “rouba” votos e de cuja perda tira directo proveito, ao que
tudo indica, como já aconteceu nas autárquicas, o próprio Partido Socialista.
Ao PS restar-lhe com
base nestas previsões lutar até Outubro pela maioria absoluta, o que se afigura
muito difícil, ou esperar que o PAN consolide e aumente o seu eleitorado de
modo a torná-lo parceiro privilegiado do Governo, o que também se afigura
improvável por insuficiência de votos ou, se vier a acontecer, essa “aliança”
se afigurar muito mais complicada do que parece.
Arredada, parece também
estar a hipótese de uma coligação governamental com o Bloco, se a votação de
ambos for suficiente para fazer maioria, por o PS não estar minimamente
interessado nessa solução, não sendo também de admitir uma solução como a actual
circunscrita aos dois partidos por, neste caso, ser o Bloco a não querer participar
sem a presença da CDU. Assim sendo, estão presentes todos os ingredientes para
tornar uma vitória do PS nas legislativas, idêntica à actual, numa verdadeira
vitória de Pirro.
O tempo o dirá…
Interessante, mas para
análise posterior, é a quebra eleitoral da CDU apesar da sua prestimosa colaboração
nas medidas governamentais que mais interessam aos eleitores. Por que não tira
a CDU partido dessa colaboração?
Europeístas: uma coisa de fugir, urge o separatismo desse pessoal.
ResponderEliminar.
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DIZER NÃO À ECONOMIA NEO-ESCLAVAGISTA: SEPARATISMO-50-50
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Economia neo-esclavagista: a ajuda aos pobres deve ser efectuada por meio da degradação das condições da mão-de-obra servil... e não por meio da introdução da Taxa-Tobin.
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Existe uma tripla de 'supporters' da economia neo-esclavagista:
1- a alta finança;
2- europeístas (e afins);
3- migrantes que se consideram seres superiores no caos.
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Mais:
- Os «grupos rebeldes» (daesh e outros), não possuem fábricas de armamento... no entanto, máfias do armamento fornecem-lhes armas... para depois terem acesso a recursos naturais (petróleo, etc) ao desbarato, e para depois deslocarem refugiados para locais aonde existem investimentos interessados em mão-de-obra servil de baixo custo.
Ora, em vez de chamar à responsabilidade aqueles países que estão a fornecer armas aos «grupos rebeldes», ou seja, os países aonde a máfia do armamento possui as suas fábricas... os europeístas fazem outra coisa: decretam sanções contra os países que não permitem a chegada de mão-de-obra servil ao desbarato (refugiados) aos investimentos interessados em tal.
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Urge dizer à elite deste sistema o mesmo que foi dito aos construtores de caravelas esclavagistas: a não existência de mão-de-obra servil ao desbarato não vai ser o fim da economia... vão continuar a existir muitas oportunidades de negócio (nomeadamente introduzindo mais tecnologia)!
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O MOVIMENTO-50-50:
1- defende o investimento em tecnologia que permita aumentar a produtividade, para que dessa forma, seja possível aumentar os ordenados às pessoas;
2- defende respeito pela Diversidade;
3- defende respeito pela Justiça Social;
4- defende respeito pelos Povos de Menor Pegada-Ecológica;
5- defende um planeta aonde povos autóctones possam viver e prosperar ao seu ritmo;
6- defende uma sociedade que premeie quem se esforce mais (socialismo, não obrigado)... mas que, todavia, no entanto... seja uma sociedade que respeite os Direitos da mão-de-obra servil.
---» Todos Diferentes, Todos Iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o seu espaço no planeta --»» INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo, INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
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Nota: Os 'globalization-lovers', UE-lovers. smartphone-lovers (i.e., os indiferentes para com as questões políticas), etc, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
-»»» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/