terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

AS SONDAGENS E AS PRESIDENCIAIS


O QUE SE PERFILA 

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As últimas sondagens sobre as presidenciais apesar de integrarem, com excepção de um, putativos candidatos ao cargo, não devem ter agradado nada a Marcelo e a Costa, embora por razões não coincidentes.
Não agradaram certamente a Marcelo que vê esfumar-se a hipótese de bater um recorde que para ele era importante – ter a maior maioria de sempre numa segunda volta
Não agradaram a Costa que vê numa candidatura de Ana Gomes uma complicação com que não contava: haver alguém que em nome do PS vai atacar o Presidente nos termos que menos lhe convém – de alguém que a apresentar-se não deixará de fazer apelo à sua filiação partidária e de buscar nela apoios visíveis quer para atacar o Presidente quer o próprio Primeiro Ministro se este se distanciar, como certamente fará, da sua candidatura
Não agradaram também ao Bloco, como Louçã já deu a entender antes do “tiro de partida”, por uma candidatura como a de Ana Gomes retirar espaço ao Bloco, ou seja, a Mariza Matias; o que convinha ao Bloco era que o PS não apresentasse candidato, deixando a Mariza o terreno livre para penetrar no seu eleitorado.
Finalmente, não agradaram a quem preza a democracia e as conquistas democráticas, porque com estes candidatos a campanha reúne todas as condições para ser uma campanha iminentemente populista, entre populistas
Entre o populismo paternalista de Marcelo e o populismo exacerbado de idêntica matriz de Ventura e Ana Gomes fica um espaço muito estreito para poupar a vida política portuguesa, não só nas presidenciais mas também no futuro subsequente, às consequências de actores políticos fanatizados na defesa de causas que apelam aos instintos mais básicos das pessoas.
 Neste sentido, Ventura e Ana Gomes pelo ataque, descrença e desconfiança que lançam sobre as instituições democráticas e pela permanente secundarização dos direitos liberdades e garantias desempenham um papel semelhante mesmo quando pretendem colocar-se em polos opostos do xadrez político.
Será que haverá em Portugal um político que esteja disposto neste contexto a ir à luta para combater esta maré que não pára de crescer? 

5 comentários:

  1. Importa não confundir Ana Gomes com Ventura. Gomes tem toda a razão quando afirma que a corrupção é a principal causa do crescimento entre nós do populismo.

    O populismo vive do ataque às instâncias de intermediação entre os cidadãos e o poder, AR, tribunais, etc. Pretende construir uma relação directa entre o líder e as massas, em detrimento dos direitos individuais, em particular das minorias.

    E não o faz em nome de uma moralização da vida pública (aonde é que indivíduos amorais como Trump e quejandos, ou entre nós Ventura, que já mudou vezes sem conta de posição e conta entre os seus correlegionários com gente que anda a ser investigada pela Justiça, poderiam servir de exemplo para o que quer que fosse?), fazem-no em nome do cinismo do 'os políticos são todos iguais'.

    Ora é justamente a impunidade de políticos, financeiros, etc que contribui para o crescimento desse cinismo na população em geral. Entendo que Gomes é excessiva, recorrendo frequentemente a acusações genéricas (como a da lista de juízes que recebem bilhetes para jogos, como se alguém estivesse obrigado a responder a todas as acusações que circulam na Internet), mas ela tem razão quando diz que, a não ser que os resultados apareçam, as pessoas continuarão a descrer das instituições...

    E no momento em que os cidadãos perdem o respeito pelo Estado, só resta o medo... Justamente aquilo que Ventura pretende utilizar para capturar o dito Estado. Gomes nunca faria tal coisa.

    Quanto ao populismo paternalista de Marcelo é, pelo menos por agora, inofensivo...

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    1. Completamente de acordo. Não faz sentido nenhum a comparação. Ao nível da defesa feita aqui da isabelinha da unitel.

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  2. Não disse que eram iguais. Disse que provocavam o mesmo efeito. E até poderia ter dito que parte da "pregação" de AG favorece a extrema-direita. Portanto, não estamos avaliar sentimentos, mas os efeitos dos comportamentos políticos. Apenas isso.

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  3. Parece que é preciso explicar as coisas tintim por tintim a Jaime Santos

    Arremete deste jeito sem jeito em prol de Ana Gomes ( e de Marcelo). Sobre Ventura, (um tipo asqueroso tanto ideologicamente como de carácter),avança com um "argumento" de peso,quando afirma que "conta entre os seus correlegionários com gente que anda a ser investigada pela Justiça"

    É este tipo de linguarejar que desmascara os oportunistas e os demagogos. Como se entre os correlegionários do bloco central de interesses não se perfilassem exactamente sujeitos com o mesmo perfil do apontado para o Ventura.

    É necessário uma outra postura e uma outra verticalidade, que passa necessariamente por um regresso aos valores fundamentais da democracia

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  4. Quanto à bênção dada por JS ao inofensivo prof Marcelo...

    Quem vai apontando (e bem) as jogadas do Presidente da República, é Vitor Dias

    https://otempodascerejas2.blogspot.com/2020/03/o-discurso-de-fundo.html

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