A PROPÓSITO DA INSUFICIENTE DEFESA DO EURO
Durão Barroso acusou, em entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, os políticos alemães de não defenderem suficientemente o euro. E lembra as enormes vantagens que a Alemanha tem retirado da moeda única. Discorda igualmente do agravamento das medidas punitivas propostas pela Alemanha relativamente aos países "incumpridores", assim como critica o modo como foi tratado o assunto da Grécia.
Durão Barroso acusou, em entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, os políticos alemães de não defenderem suficientemente o euro. E lembra as enormes vantagens que a Alemanha tem retirado da moeda única. Discorda igualmente do agravamento das medidas punitivas propostas pela Alemanha relativamente aos países "incumpridores", assim como critica o modo como foi tratado o assunto da Grécia.
Como se trata de um assunto que aqui temos acompanhado muito de perto, sublinhando sempre que o problema em que estamos envolvidos, tendo indiscutivelmente uma componente interna, só pode ser verdadeiramente resolvido no quadro de uma outra política comunitária, só nos podemos congratular com a posição assumida pelo Presidente da Comissão.
Quando o ano passado se discutia o nome para a Presidência da Comissão sempre, neste blogue, demos preferência, sem sectarismos, a Durão Barroso relativamente a qualquer socialista, fosse ele do Norte ou Sul, do Leste ou do Oeste. Falava a experiência de quem conhece o modo de actuar de uns e de outros no domínio das relações internacionais.
É claro que Durão Barroso tem contra si aquela "mancha" que é a guerra do Iraque. Uma "mancha" que tem um precedente: a intervenção da NATO na Jugoslávia, apoiada por todos os governos socialistas
Em determinada altura chegámos a duvidar que Barroso fosse eleito, exactamente porque a Alemanha e outros não estão habituados a ouvir verdades, mas a impor condutas. Tinham interesse noutro tipo de pessoa, pelas razões que aqui foram explicitadas com alguma minúcia. As previsões, porém, não se concretizaram.
Apesar dos poderes cada vez mais reduzidos da Comissão - redução fundamentalmente imposta pela prática intergovernamental que os países pequenos deveriam contrariar, em vez de alardearem um grande contentamento - "Porreiro, pá!" - por andarem a fazer o frete aos grandes -, não permitirem "grandes voos" e de haver no seu seio uma complexa correlação de forças, sempre é preferível ter à sua frente alguém que compreenda melhor os problemas dos mais pequenos (que hoje já são muitos...) do que lá ter quem esteja acima de tudo preocupado em fazer um mandato apenas para agradar aos grandes.
Excesso de optimismo? Não, apenas algum conhecimento do que se tem passado a propósito da questão da dívida...
Inteiramente de acordo!
ResponderEliminar