AS ÓBVIAS CONSEQUÊNCIAS
Relvas vem agora dizer que afinal não haverá fusão, mas concentração, logo os ministérios que ficam sem ministro mantêm-se, inteiros ou desmembrados, doravante administrados pelo titular de uma pasta ministerial com outro nome.
Dito de outro modo: a realidade tem muita força e das propostas iniciais de uns e de outros apenas restará demagogia com que se pretende enganar o vulgo, dando-lhe a entender que o Governo só tem dez ou doze ministérios.
A única vantagem que essa fictícia redução dos ministérios poderá ter é a diminuição de incompetentes à frente das pastas ministeriais. Mesmo assim haverá muitos, a dar crédito às notícias que têm vindo a público.
Quando se fala em incompetentes não se está a pensar em pessoas que têm ideias diferentes das nossas e menos ainda naqueles que têm como agenda política a construção de um modelo de sociedade muito diferente do actual, baseado num crescimento económico gerador de uma sociedade dual com inteiro domínio do capital sobre o trabalho.
Quem assim actuasse, com êxito, seria certamente competente e a única via que restaria para contrariar aqueles objectivos seria a luta sem tréguas contra esses competentes agentes da “nova sociedade”.
Mas não é isso o que se passa. Eles são incompetentes, embora não deixem de ser política e socialmente perigosos. De facto, todos esses ministeriáveis com que os jornais diariamente nos brindam já deram provas da sua incompetência nas diversas pastas ministeriais ou lugares de relevo por onde passaram.
Em primeiro lugar, eles não foram capazes de compreender o que significava a adesão ao euro; menos ainda foram capazes de analisar os desequilíbrios existentes no seio da União Europeia e antecipar as óbvias consequências; não foram também capazes de compreender a inevitabilidade, para o capital dos países frágeis, de encontrar rentabilidade em áreas que a prazo acentuariam aqueles desequilíbrios; eles não são sequer capazes de perceber que, mesmo do ponto de vista dos seus interesses, as medidas que vão pôr em prática só levam a um agravamento da situação; numa palavra, eles não percebem como funciona o sistema capitalista e dentro dele o modelo de economia que defendem.
Esta incompetência vai-lhes ser fatal a um prazo relativamente curto. Eles só têm debaixo dos olhos ideologia barata e baseiam todo o seu “saber” em “fèzadas”. Para eles tudo resultará, desde que se conduza um ataque bem sucedido contra o trabalho, diminuindo o seu custo, directo ou indirecto, e, simultaneamente, se reduza a despesa pública nas áreas sociais. Tudo isto porque eles supõem na sua ideológica ignorância que é a despesa pública que atrofia o desenvolvimento do sector privado e impede o crescimento económico, como se a despesa pública não tivesse toda ela um reflexo imediato no sector privado, como aliás se está a ver pelo que está a acontecer ao dito sector privado em consequência das medidas de austeridade já em curso. Mas eles ainda acreditam noutras “fadas”: acreditam que a economia de um país pode estar fundamentalmente virada para a exportação e que está se expandirá baixando os custos do trabalho. É esse o programa do novo governo em todos os domínios. Numa palavra, eles nem os clássicos do capitalismo conhecem e menos ainda a sua história.
Eles são incompetentes e perigosos: vão afundar o país e deixá-lo num beco sem saída. Tudo aponta nesse sentido. As pressões que se pressentem em cada intervenção televisiva dos altos representantes dos bosses do capital não deixam lugar a dúvidas.
Perante este quadro só resta mover-lhes uma luta sem tréguas.
Que tal o cargo de Presidente Primeiro Ministro da República parece em vias...
ResponderEliminarMuito bem Dr.Vamos produzir barato para vender muito! Vamos matar a fome com sopas de couves galegas! Vamos esmolear! A esta situacao descrita por si, estar-nos a mostrar um salazarismo "branco" que temos novamente que atravessar! Olha diz o nosso profeta:-Sobe ao Espinhaco de cao e diz-me como esta Portugal? Sr.Esta quase tudo a chorar, sao poucos os que riem! Pois, diz o profeta:-E assim que Portugal vais ficar!!! A maioria a morrer de fome e "resto"a cantar o hino!
ResponderEliminarOs meus parabens Dr. Correia Pinto. Cedo outro galo cantara! H.
"... cedo outro galo cantará"?
ResponderEliminarTrata-se de alguma alusão críptica à possibilidade do avanço da extrema-direita em França, para enterrar o que resta da UE?
Toda a Europa ira para a direita e sera o fim UE. Aconteceu sempre nas crises...e depois novas democracias surgirao..vejamos o resto do Mundo ate os Estados da America estao a um passo da extreme direita! Teremos que passar primeiro por este calvario!H.
ResponderEliminarNão sabem como funciona o sistema?
ResponderEliminarPois, não leram Marx!...
dl&ds