sexta-feira, 8 de março de 2013

DEMOCRACIA


 

O GRANDE EQUÍVOCO

As questões da democracia e da legitimidade estão na ordem do dia. Quando Assis, Paulo Rangel, Augusto Santos Siva, Paulo Portas - enfim, o bloco central apendiculado pelo CD - falam de nossa democracia, do respeito que ela nos deve merecer e da legitimidade do governo (não ficar ao sabor das manifestações, respeitar os mandatos, etc) do que estão a falar é disto que o Governo está a fazer: negociar com a Troika o nosso futuro, cortes nos ordenados, nas pensões, nas despesas sociais, sem que nós saibamos nada, absolutamente nada. E acham perfeitamente normal, como ainda ontem se viu no debate quinzenal, que o Primeiro Ministro, interpelado, responda com ar mais ou menos sarcástico: “Estejam descansados porque como algumas dessas medidas têm de ter aprovação parlamentar, elas virão necessariamente aqui”:

Só que esta democracia não é a nossa, nem é a daquelas centenas de milhares de pessoas que se manifestam nas ruas. É contra isto que, em última instância, se luta. Essa democracia representativa, de mandatos incondicionados, em que os mandatários, em manifesta usurpação de poder, se permitem fazer tudo, sem ouvir o povo, apresentando-lhe factos consumados, muitos dos quais irreversíveis, tem de acabar.

Enquanto isto não acabar, vamos ter sempre os mesmos problemas.

4 comentários:

  1. Este governo perdeu a legitimidade há muito tempo e esta "democracia" é muito questionável.

    Está completamente parasitada.

    Parece óbvio que há "democracia" representativa a mais e democracia directa a menos.

    Nos nossos tempos talvez já se justifique a retirada de alguma representatividade e a colocação de alguma directividade na democracia. Não que defenda que os cidadãos passem a votar as leis pelo Facebook, como parece que defende o Grili.

    Mas é óbvio que se está a ir longe demais na democracia representativa. Tão longe, que a democracia se perde.

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  2. A democracia directa não é solução... mas votar em políticos não é passar um 'cheque em branco'!!!!!!
    Os cidadãos não podem ver os políticos como um 'paizinho'... devem, isso sim, é exigir uma maior fiscalização e controlo sobre a actividade política!
    O Presidente da República pode vetar uma lei... sem querer derrubar o governo!!!
    Os contribuintes devem poder vetar uma despesa com a qual não concordam... sem querer derrubar o governo!!!
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    AMCD disse:
    «Este governo perdeu a legitimidade há muito tempo»
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    -> Anda por aí muita música para entreter otários: leia-se, conversas que visam perpetuar/eternizar a parolização de contribuinte... e... desviar a atenção de certos interesses instalados...
    -> Leia-se, apenas visam 'mudar as moscas'... ficando o sistema inalterável (vira o disco e toca o mesmo): um sistema muito permeável a lobbys... leia-se, um sistema muito permeável ao lobby dos políticos e a muitos outros - um exemplo: o lobby dos banqueiros.
    -> Por um sistema menos permeável a lobbys... temos de pensar, não em «políticos governantes»... mas sim... em «políticos gestores públicos» que fazem uma gestão transparente para/perante cidadãos atentos... leia-se, temos de pensar em bons mecanismos de controlo... um exemplo: "O Direito ao Veto de quem paga" [blog 'fim-da-cidadania-infantil'].

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