sexta-feira, 19 de setembro de 2014

AINDA A PROPÓSITO DO POPULISMO DE SEGURO


 

O SENTIDO DAS PROPOSTAS PARA ALÉM DE SEGURO E DE COSTA

O último post "O populismo de Seguro" parece ter dado lugar a algumas incompreensões. Ora, vamos lá ver se nos entendemos.
Quando consideramos demagógicas as tentativas de Cavaco se demarcar dos políticos dando a entender que está acima e por cima das “querelas político-partidárias”, ele que está activamente na política partidária há mais de trinta anos, nós sabemos que ele se dirige a um eleitorado que menospreza os políticos e a política, do qual, à esquerda, nada temos a esperar.

Quando criticamos o populismo de Portas sempre que ataca os pobres, criando com base em duas ou três situações anómalas as condições para reduzir drasticamente a atribuição do rendimento social de inserção ou quando pretende destruir as garantias de defesa em situações de flagrante delito, nós sabemos que Portas apela aos baixos instintos do ser humano, à vingança, à inveja, à ausência de solidariedade ou se dirige a um eleitorado que é ideologicamente contra o assistencialismo ou contra o que considera o excessivo garantismo em processo penal, em qualquer dos casos propostas dirigidas a um eleitorado do qual a esquerda nada tem a esperar.

Quando censuramos o populismo de Seguro nós estamos certamente a desqualificar politicamente o autor das propostas populistas. Mas se o outro candidato a número um do Partido Socialista, além de qualificar Seguro como populista diz que ele pretende desesperadamente ganhar votos na recta final da corrida com base em propostas populistas, aí já está a dizer algo que vai muito para além da desqualificação política de Seguro. Está a dizer que as propostas populistas de Seguro são susceptíveis de cativar o voto do eleitorado a que se dirigem. Só que este eleitorado não é um eleitorado qualquer. Não é o eleitorado a que se dirige Portas nem aquele para o qual Cavaco fala. É, como se disse, no post anterior a verdadeira essência do Partido Socialista – o eleitorado composto pela alma e pelo corpo do PS, ou seja, pelos militantes mais os simpatizantes que têm a militância e o empenhamento suficientes para se inscreverem nas eleições primárias mais importantes da vida do partido. Teoricamente tratar-se-ia de um eleitorado de esquerda e como tal imune às propostas populistas mais vulgares.

Só que parece não ser esse o caso. Pois se o actual Secretário Geral, profundo conhecedor do partido, apresenta sobre a recta da meta propostas populistas é porque crê na sua eficácia e se o seu mais directo contendor, igualmente socialista desde sempre, reconhece que com essas propostas o seu adversário pretende desesperadamente ganhar votos é porque ambos admitem que elas são susceptíveis de seduzir o eleitorado a que se dirigem.

E aqui é que está o problema: é a que, a ser assim, o PS está ainda mais à direita do que a esquerda supunha!

7 comentários:

  1. Uma questão.

    A forma como tem decorrido o debate, tanto em público como internamente, não vai deixar marcas irreversíveis no PS que resultar no final deste processo eleitoral?
    Marcas mais acentuadas e imprevisíveis do que as que resultaram de processos anteriores?

    Tanto mais que também sob o ponto de vista sociológico parecem desenhar-se diferenças no eleitorado de cada um deles?

    De

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  2. O primarismo rebuscado, tendencioso, e até maldoso, das considerações sobre o tema epigrafado deste post, tiraram-me todas as dúvidas, aquelas que avancei em comentários anteriores. Fiquei devidamente esclarecido, e não voltarei a incomodá-lo.

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  3. Manoja:sendo o partido sucialista(não,não é engano) um bando alternativo (oq é o vara(de porcos),robalos e tutti quanti maffiosi) ao bando do psd eu,estoume cagando para o seu fingido distanciamento.Farewell.Adieu.
    Que o psucialista seja reduzido às suas elites corruptas ou seja,nil!

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  4. Faz cá uma falta, Manojas. No anterior post, o que, aparentemente, por causa das suas tresleituras, deu origem a este, um comentador Zé Lucas mostra como se pode discordar de um post, mostrando-se alfabetizado.

    Podia aprender...

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  5. Foska-se, onde isto chega!!!

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  6. A questão que o anónimo das 18,37 coloca parece-me muito pertinente. Como é que o PS vai sobreviver a isto?
    Nunca como agora parece tão verdade a velha frase (Churchil?), segundo a qual "os inimigos estão no interior do partido...".
    É evidente a fractura sociológica: o beautiful people da esquerda está com Costa e despreza o Seguro, com o seu ar de seminarista e blá, blá. Mas convenhamos que o Seguro fartou-se de dar tiros no pé.

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  7. Seja qual for o resultado

    serão sempre primárias

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