quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O PSOE E O NACIONALISMO


 

O CHEFE DO EXÉRCITO DÁ O EXEMPLO
 

O nacionalismo é sempre uma temática muito sensível. Não vamos abordá-la neste post. Apenas dar conta de um episódio ontem ocorrido em Espanha e do como a ele reagiu o PSOE.

O Chefe do Exército de Terra, Jaime Dominguez Buj, respondendo a uma pergunta sobre se competia às Forças Armada, nos termos da Constituição, garantir a unidade de Espanha, disse que “os militares não são garantes de nada, mas uma ferramenta do Governo e do Parlamento para fazer cumprir a lei e a Constituição”.

Acrescentando que "o Exército está preparado para intervir onde e quando o Governo o decida, no interior ou no exterior, em Valencia ou no Afeganistão”. Mas recordou também que os movimentos centrífugos se produzem quando o “poder central é débil” e citou a independência das colónias americanas depois da Invasão Napoleónica como exemplo do que acabara de afirmar, bem como o que aconteceu ao Império Romano, ao Otomano e ao Britânico quando a metrópole se tornou débil. Nessas ocasiões há sempre quem entenda que é melhor estar separado do que juntos, acrescentou.

Perguntado depois sobre que sentimentos tinha relativamente à Catalunha, Buj respondeu: “A todos nos dói Espanha, nos dói a Catalunha, nos dói a corrupção de que diariamente vamos tendo conhecimento pela imprensa”. E acrescentou que “as coisas ainda se podem parar, mas não mudar mediante o uso da força”. E citando um general norte-americano, disse: “Há que ganhar as mentes e os corações para que os cidadãos compreendam que juntos têm um futuro melhor”.  

Quem reagiu vivamente a estas declarações, considerando-as “profundamente inadequadas” e “impróprias de uma pessoa com as responsabilidades” de quem as proferiu, foi o PSOE, que exigiu ao Ministro da Defesa uma rectificação urgente do Chefe militar, principalmente por ter atribuído o auge do “soberanismo catalão” a uma situação de crise como a ocorrida no início do séc. XIX ou em 1898.

O PSOE que, mesmo sem governar, já “está ligado à máquina” bem podia aprender com este militar sensato e inteligente como tentar “sair dos cuidados intensivos”. Infelizmente, vai ter de fazer companhia ao PP e fazer jus àquele célebre ditado do País Vasco (certamente também corroborado por muitos portugueses), segundo o qual “não há nada mais parecido com um espanhol de direita do que um espanhol de esquerda”.

Enfim, o ditado estará hoje desactualizado não tanto pelo lado de ser espanhol…mas pelo de ser de esquerda.

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