A DIREITA E O PS
A vitória do Syriza representa uma grande vitória da
dignidade contra a humilhação. Ela é também uma vitória contra o medo, uma
vitória do novo contra o velho, uma vitória da mudança. Uma vitória de quem
aposta no futuro e de quem tem confiança na sua construção.
Por isso a maior parte dos comentários que se têm ouvido, dos comentadores do “arco do poder”, da direita e do PS, são o espelho do
que é a negação da ideia que o Syriza encerra, independentemente da
possibilidade da sua concretização.
Do lado da direita dificilmente seria possível expressar mais
reaccionarismo do que aquele que Coelho e Portas se encarregaram de difundir.
Cada um à sua maneira, mas ambos irmanados no mesmo objectivo, foram a amostra
fiel da subserviência, do retrato da humilhação nacional, do mais puro
conservadorismo. As ameaças veladas ou as falsas diferenças, que e outro
veicularam para justificar a “via portuguesa” para a miséria, inserem-se no que
de mais vil e abjecto existe no ser humano: defender os interesses do dono,
exagerando nessa defesa, como se esses fossem os seus próprios interesses.
Do lado do PS a situação é diferente, porventura mais
perigosa para a esquerda. A vitória do Syriza na Grécia aparece aos olhos da
nomenklatura do PS e de todos aqueles que na base a apoiam como o quid indispensável à vitória de uma
candidatura que “aposta na mudança” e na “luta contra a
austeridade”. Puro oportunismo de nefastas consequências. Como se pode
acreditar que um partido que liderou em Bruxelas, juntamente com outros da
mesma linha política, a institucionalização do neoliberalismo na “Europa”; que
colocou em mãos privadas a riqueza nacional, e que antes disso já tinha
internamente aplainado o caminho para que todas essas grandes mudanças se
pudessem fazer sem constrangimentos jurídicos; que colocou o poder europeu nas
mãos de um directório restrito dominado pela Alemanha (e que disso tanto se
vangloriou: “Porreiro, pá!”); que
conduziu internamente uma política económica de favorecimento do grande
capital; que aplicou e continuou a defender gravosas medidas de política de
austeridade; que institucionalizou essa política ligando Portugal a
compromissos de difícil retractação; que nunca claramente afirmou que estaria
disponível pelos seus próprios meios para reverter as consequências dessa
política; que espera (com fé) que sejam outros a resolver os nossos problemas;
enfim, como se poderá supor que um partido que fez tudo isto, e o mais que,
mesmo resumidamente, aqui não cabe, seja capaz de protagonizar a mudança?
O PS está umbilicalmente ligado a tudo o que de negativo a Europa
tem para nos oferecer. É que não há duas Europas: há apenas uma Europa, a que
sempre existiu, a que paulatina, mas persistentemente, vem desde a sua fundação
advogando e pondo em prática, primeiramente com algumas restrições, mas depois
abertamente sem limitações, um liberalismo económico sem freios,
inteiramente dominado pelo lucro e pela ganância, com desprezo pelos mais
elementares direitos dos povos e dos cidadãos. Uma “Europa”, como aquela que já existe entre
nós, onde somente as empresas contam e onde as pessoas mais não são que números
descartáveis para as fazer crescer e dar lucros. Uma “Europa” onde aumenta a
desigualdade e cresce a marginalização, onde os ricos são cada vez mais ricos, onde a classe média está a desaparecer e os pobres são cada vez mais numerosos.
Outra Europa só será possível destruindo esta e construindo
outra completamente diferente, assente num pacto entre nações semelhante ao
pacto que no interior certos Estados vigorou entre o capital e o trabalho. Um
pacto de distribuição de riqueza e de protecção do mais fraco. Se isso não for
possível, ou se o que for possível for exactamente o contrário disto, então é preferível não ter Europa nenhuma.
É por não ter
compreendido isto, por não concordar com outra matriz da Europa que não seja
aquela que os tratados encerram e o directório põe em prática, que o PS se
mostra muito surpreendido com a aliança do Syriza na Grécia. É que no contexto neoliberal
em que nos encontramos os aliados são os combatem o neoliberalismo e não
aqueles que apenas lhe pretendem “fazer uma cócegas” ou “arredondar-lhe as
arestas” mais vincadas. A estratégia do Syriza, tanto quanto se percebe, é que
aponta para uma luta dura contra a União Europeia para o êxito da qual
precisa do apoio da maioria do povo grego e no decurso da qual conta também
colher simpatias e apoios nos povos semi-adormecidos do sul da Europa.
Não há em Portugal neste momento – essa é que é a verdade –
quem esteja em condições de travar vitoriosamente essa luta. Quem poderia
travá-la não tem votos suficientes para chegar ao poder; quem poderá vir a ter
votos para alcançar o poder não está em condições de a travar.
Essa a razão por que a vitória do Syriza pode ter em Portugal
consequências perversas. Criar a ilusão de que existe uma oposição à política do Governo e
apresentar como meios para por em prática essa oposição as decisões do Sr. Draghi,
as frases soltas da Sra Christine Lagarde ou a “nova” política do Conselho
Europeu só pode ter como consequência a frustração de quem mais uma vez
acreditou nos “políticos” e uma vez mais se sente enganado com tudo o que daí
necessariamente decorrererá mais tarde ou mais cedo.
Dir-se-á: e qual é a alternativa? Sim, qual a
alternativa – esse o problema. Uma coisa porém é certa: a inexistência de
alternativa não faz da não alternativa uma alternativa. A alternativa é lutar, sem sectarismos nem tentações hegemónicas, por uma alternativa.
Se tudo está assim, só nos resta emigrar para outra galáxia. Eu penso que devemos fazer uma análise ao contrário. Pois o continuar a disparar ao PS, parece-me não só desporto velho como inconsequente. Devemos sim é procurar utilizar tudo o que o PS diga que possa servir para inverter o que até agora tem sido a sua praxis
ResponderEliminarNão, não vamos emigrar para outra galáxia. Vamos é lutar pelo que queremos alcançar. O PS já está, infelizmente, naquela posição de ter de ser ele a provar tudo (em política não é grave pensar assim; só é grave em direito penal), porque nós já acreditamos muitas vezes e tem sido o que se viu. Aliás, o Costa não engana ninguém. Só se engana quem quer ser enganado.
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ResponderEliminar"Não, não vamos emigrar para outra galáxia. Vamos é lutar pelo que queremos alcançar."
ResponderEliminarO comentário, para mim, faz parte do texto!
Consegui publicar dois comentários iguais , e em vez de apagar um apaguei ambos - autentico ás!!! Era mais ou menos isto:
ResponderEliminarDe acordo JM, o PS é o que é, aliás se fosse outra coisa talvez nele militássemos, mas há outro dado, nós esquerda pensamos com frequência a política como algo de estático mas é dinâmica. e nada tentarmos para "arrastar o PS (Costa) para outras águas" também somos responsáveis. Depois o Costa (PS) não engana ninguém nem julgo que o queira fazer. E o disparar sempre no PS é um desporto velho e inconsequente, deixa-nos com a consciência tranquila pelo "bem praticado" .... mas só isso
O comentário apagado estava no meu mail ??? Mistérios da net para um nabo como eu. aqui vai:
ResponderEliminarDe acordo JM, o Costa não engana ninguém, nem penso que o queira fazer. Só que nós esquerda portuguesa temos tendência a política como coisa estática e não dinâmica como de facto é. Depois se nada fizermos para "arrastar" o PS (Costa) para outras águas a responsabilidade também é nossa.É verdade se criticarmos e bem, ficamos com a "consciência tranquila pelo bem perseguido" ... mas é fraca consolação
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ResponderEliminarMas ... ao fim de 46 anos (4 anos de ASP e 42 de PS, 41 dos quais depois de Abril) ainda há quem acredite e defenda que o PS, (blindado como está à esquerda) fará parte da solução qd ele é um dos grandes problemas, sejam quais forem as direcções e secretários gerais em funções ?
ResponderEliminarO PS que impediu o referendo dos sucessivos tratados europeus e que com o psd/cds assinou o Memorando e o Pacto Orçamental ? O PS que estendeu a mão à tríade Cavaco/PSD/CDS qd da crise Gaspar/Portas (isto é, PSD/CDS), permitindo que estes prosseguissem o o seu programa ?
Perante a derrota do PSD/CDS nas últimas eleições, não foi o Tó Costa do PS (o tal que após as eleições autárquicas não havia posto em causa o Tó Zé Seguro) e que inventou as diversões da "abertura" a "simpatizantes" e das "candidaturas" a 1ª Ministro, com o mesmo objectivo ? E não anda Cisco Assis e quem representa como sempre afobado a alianças "naturais" com o psd, os tais do centrão com a bengala sempre prestimosa ao centrão do alterne ?
Mas alguém tem dúvidas sobre que +é o PS? Só os Santanas desta vida:
ResponderEliminarwww.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=4367206
Excelente texto e análise lúcida. Na fase actual de desenvolvimento do sistema capitalista - e esse é sempre o cerne da questão - as decisões a tomar têm que ter a delicadeza de filigrana. A vitória do Syriza na Grécia, pode ser ou não uma janela de oportunidade. O voto no Syriza, encerra um sentimento profundo de repúdio e um desejo simultâneo de alternativa política. Oxalá o Syriza, com todas as contradições que o atravessam, venha a honrar o mandato que o Povo Grego lhe deu.
ResponderEliminarDe qualquer modo, serão as dinâmicas populares e a força das massas, a ditar em larga medida o rumo que as coisas hão-de tomar. Por cá - e já que se fala de alternativas - importa desenvolver um processo de reforço e consolidação das forças que de modo consequente (com programa, com ideologia, com metas e objectivos credíveis) se situam à esquerda do PS. Não porque o regenerem, mas porque o medo da "Pasoquização" (que afecta também os seus congéneres Espanhol e Francês), provocará algumas fracturas internas, que, de um ponsto de vista táctico e estratégico, podem vir a revelar-se fundamentais. Mas é também por estas razões, vistas e lidas "a contrario", que o reforço do PS será sempre um caminho absolutamente suicidário para todos os que acreditam que um outro Mundo é efectivamente possível e hoje mais do que nunca, vital.
Os Santanas desta vida, não acreditam com certeza que o PS seja a solução. Mas os Santanas igualmente sabem que a nossa esquerda, ao longo destes quase 41 anos não deram mostras de grande capacidade, o que quer dizer também nela não acreditam. Diferentemente dos anónimos de todas as vidas, que fundamentalistas como muitos crentes, julgam que a política seja questão de fé. Gostaria de ver V. Nogueira usar igual rigor na análise destes 41 anos da nossa esquerda ... só como honestidade intelectual ... gente é hora de acordar ... assim continuaremos eternamente na cepa (torta direita, enviozada)cada um escolha a cepa que mais lhe aprouver ....
ResponderEliminarOs anónimos desta vida, Santana, também cá vivem há muitos anos e têm bons motivos para se manterem anónimos e não é isso que lhes tira ou deixa de tirar a razão.
ResponderEliminarJá os Santanas insistem em apostar nos mesmos cavalos de sempre e tudo lhes desculpar e perdora mesmo que repetidamente mostrem ao que têm vindo e voltem agora a dar espaço aos chicos assises, antónios vitorinos, correias de campos, jorges colehos e quejandos.
Curiosamente para este sectarismo que se diz de extremo-centro (embora seja bastamente neoliberal)e se afirma democrático a culpa parece ser sempre dos cavalos em que recusam apostar.
Daniel Fins Santana não contra-argumenta, limita-se a afirmar que eu estaria a usar de desonestidade intelectual e falta de rigor. E sem fundamentar, afirma que "a nossa esquerda ao longo destes quase 41 anos não deram mostras de grande capacidade ..." e fala em "fundamentalistas" e em "questões de fé". Meros jogos de palavras.
ResponderEliminarPorque a "esquerda" de que Santana parece falar e não poucos defendem tem demonstrado nestes quase 41 anos uma grande capacidade: a de sistematicamente enganar o eleitorado com falsas promessas de pisca pisca à esquerda e, encerradas as urnas, efectuar estrondosas viragens à direita, como aquelas de ter sempre recusado alianças à Esquerda, aliando-se ao psd/cds para sucessivas revisões constitucionais que abriram caminho à recuperação capitalista depois do susto de 1974/75, para além do que referi no comentário anterior.
Em matéria de fé não há quem bata os que ano após ano afirmam ser o PS a “solução” imprescindível para a saída da crise e, sobretudo, para o derrube do capitalismo, de quem acredita ser possível arrastar o PS e presentemente o Tó Costa para “renegar” o passado cada vez mais à direita do PS
Mas a culpa não é do PS, tadinho, eleição atrás de eleição cheio de boas intenções, a responsabilidade, segundo Santana e Afins, é da "nossa" esquerda, uma incapaz, o que demonstra um grande rigor de análise e sólida argumentação. Porque o que está de facto em causa e “debate” é o conteúdo do texto de Correia Pinto.
Sem acrimónia
Vitor Nogueira, eu gostava muito que, no fim, Santana em vez de perder tempo com conversa sobre anonimatos e acusações a si
ResponderEliminarcontestasse realmente o que Correia Pinto diz.
Podia começar por explicar como como vai usar o que o PS diz para o levar a "inverter o que (até agora) tem sido a sua praxis" e ir beber na selha onde sempre recusou beber.
Mas que susceptíveis!!!??? Primeiro, os anónimos, era piada , igual aos Santanas, que não me ofenderam, tanto que repeti, se estivesse Fulano em vez de anónimo, teria escrito Fulanos de todas as vidas, só isto, não subsistia qualquer tentativa de processo às intenções. Victor, eu não acusei de falta de rigor, antes pelo contrário, só alvitrei que se usasse o mesmo rigor para criticar a nossa esquerda, por honestidade intelectual, que a todos nós deve assistir. Até pode ser que o Victor (que não conheço) o faça muito mais do que eu. Era um aviso a todos (e eu julgo-me parte do todo). Claro que não vou rebater tudo o que o JM disse, até porque já disse "de acordo", só que acho não seja o melhor caminho. É óbvio que não consigo seguir tudo, quer as asneiras que a esquerda comete (para que não restem dúvidas na esquerda incluo o PS), diz, proclama ... quer as críticas a essas asneiras. Nos últimos tempos as piores que me foi dado verificar foi uma não melhor identificada comemoração da queda de um chamado muro ... e não me foi dado observar tal rigor na crítica de tão infeliz comemoração, ou mesmo um simples torcer de nariz. Outra pior foi o ter assinalado o exemplo, no último congresso, de países que se afirmam na estrada do socialismo (Coreia do Norte, Laos, Vietname, e China - esta junto dos outros até brilha). Estas coisas eu que me considero de esquerda critico sem descanso. Uma força política que se diz de esquerda, e de hoje, parece-me evidente não poder afirmar tais dislates. As coisas do PS o Costa que desanque o Seguro, o Seguro que chore pela "traição" que afirma ter sido vítima, o Alegre que faça uma ode a ambos,... são coisas que lhes dizem respeito eu limito-me a observar, e se for caso disso, com timidez digo que talvez estejam a exagerar. A honestidade intelectual queria dizer apenas isto, e era para todos ...
ResponderEliminarTalvez seja ingenuidade, mas uma das ilações que o PS poderá tirar deste resultado eleitoral na Grécia é de que, caso não obtenha a maioria absoluta (que julgo ser o que deverá vir a suceder), não tem condições políticas para se coligar com a Direita (mesmo com um “PSD renovado”, ou seja sem o safado do Passos) e terá que o fazer à Esquerda. A existência de um governo claramente de esquerda na Europa, como o grego, “deveria facilitar” essa decisão. Naturalmente, isto tudo se Costa tiver coragem e vontade para tal. Dou-lhe, ainda que a muito custo, o benefício da dúvida. Até Outubro perceber-se-á melhor quais as opções e intenções deste PS caseiro. Quanto à restante Esquerda, ou se entendem, o que me parece tarefa ciclópica e pouco provável, ou então teremos uma versão da actual política, em “soft”, com um PS a fazer o que a extrema-direita do PSD/CDS veem fazendo, embora de forma mais suave. Haja alguém com lucidez suficiente no PS e na restante Esquerda que perceba que este é o momento, ou oportunidade, talvez única, para que se possa mudar a política social e económica deste país, de forma vincada e radical. Estou, porém, muito céptico. A ver vamos, até Outubro. Gostei deste seu Post.
ResponderEliminarP.Rufino
Gosto do comentário do P Rufino, mas penso que a sua hipótese tenha pouca viabilidade, mais por culpa da esquerda que do PS. O Costa é navegador de longo curso, e a esquerda parece-me que nem à vista sabe navegar. Senão vejamos: O Costa sabe o partido que tem, sabe igualmente que sobre a renegociação da dívida, ou mais moderadamente sobre uma diversa directriz política na UE, há posições transversais na Assem. da Repú. (AR). Por isso fez aprovar na AR que se convidassem especialistas para analisar .... a esquerda como é seu "estatuto de normalidade" (quer dizer nada perceber de nada) o que fez até agora??? Quem convidou??? Pensa algo sobre isto, ou, como creio, nem, deu por nada !!!
ResponderEliminarPRufino entra pela habitual e inconsistente lengalenga xuxalivre sobre a esquerda. Dengosices da treta para constituir família.
ResponderEliminar"Quanto à restante Esquerda, ou se entendem, o que me parece tarefa ciclópica e pouco provável", afirma convencido de que a proposição assenta em factos inegáveis e auto-evidentes.
Há muito que BE e CDU (a outra esquerda que P Rufino) está entendida. Os dois partidos votam sistematicamente em convergência. Têm posições muito semelhantes numa série de questões. Ao tempo que ambos os partidos se afirmaram disponíveis para ir para o Governo. Ao tempo que repetidamente o reafirmam. O que não falta aí são declarações e entrevistas onde dirigentes dos dois partidos se mostram disponíveis para ir para o Governo
Mas, embora entendidos, alguém resolveu passar a votar neles para que possam ir para o Governo? Pelo que vejo continuam abaixo dos 15 por cento. Não foi a abertura que lhes valeu subidas.
Mais, quando BE e CDU convergem cada vez mais, o BE torna-se apetitoso para os ataques sectários de figuras como Daniel Oliveira, Ana Drago ou Rui Tavares, grandes mentores intelectuais de posições de convergência bloquista que deram com os burros na água - como a do Sá Fernandes, do Alegre ou do próprio Tavares.
O que P Rufino parece querer dizer é que CDU e BE se devem entender para que o PS lhes estenda o tapete. Ou então os dois residualíssimos despojos do BE que aí podm vir a andar.
Está-se mesmo a ver que o partido que recuperou Vitorino, Coelho, Correia de Campos tem um olho na social-democracia.
Preocupado, o preocupante Sérgio Sousa Pinto avisou logo que o PS não é nem vai ser o SYRIZA.
Ontem na AR, o PS recusou apoiar propostas do BE e CDU para fazer reverter os estaleiros do Alfeite para o Estado - para o PS o estratégico sector do mar tem estar entregue ao mercado.
Que é lá isso de a Marinha poder projectar, construir e reparar os seus meios navais estratégicos?
Afinal, outro país que não tenha o Mar como eldorado estratégico pode perfeitamente tomar conta dos meios que permitam a exploração do Mar português, não é verdade?
Com tanta cátedra de lustre "empenhados"
ResponderEliminara desvendar nos subúrbios
o óbvio improvável
só me resta desejar que a Grécia não seja
o fósforo na palha.
". Mas é também por estas razões, vistas e lidas "a contrario", que o reforço do PS será sempre um caminho absolutamente suicidário para todos os que acreditam que um outro Mundo é efectivamente possível e hoje mais do que nunca, vital."
ResponderEliminarNem mais
De
Benvindo JC Correia Pinto.
ResponderEliminarNão gostei da aterragem...
Mas mudando a agulha, a questão central é, a meu ver, a "implosão" do bloco central.
A sua eternização, lá e noutros lados, era a continuação da tragédia...Vamos lutar pela libertação !
João Pedro
O anónimo tem razão em muito daquilo que refere, quanto ao meu anterior comentário. Esclareçamos desde já uma coisa: tenho as maiores reservas quanto a este PS refundado, basta ver as recentes posições e declarações de muitos dos seus dirigentes. O que eu acho é que, mas talvez esteja a ser ingénuo, se Costa vencer, como parece - nas circunstâncias actuais europeias, acreditando (e eu acredito) que o projecto Syriza irá triunfar (tem gente muito capaz e determinada, com objectivos bem definidos) – não terá condições políticas para se coligar com a Direita (prefiro designa-los de Extrema-Direita, em virtude do violento programa anti-social que tem sido levado a cabo). Por mim, gostaria, de preferência, ver um projecto de maioria onde coubessem as forças políticas à esquerda do PS a vencer as próximas eleições, mas infelizmente este povo opta normalmente pelo “prato do costume”, PS, PSD, CDS. Sendo assim, a única esperança que nos pode restar é que haja coragem, no seio do PS, para se aliar com as forças políticas à sua esquerda, caso não consiga a maioria absoluta (não deverá conseguir). Se depois do que sucedeu na Grécia e se “O Podemos” conseguir um resultado semelhante em Espanha e nós viermos a votar no mesmo centrão incompetente e refém das habituais traficâncias de poder económico-financeiro, ou seja, o PSD, PS, CDS, então “reformo-me” da política e passo a dedicar-me ao berlinde, lá numa aldeola qualquer, no Interior.
ResponderEliminarP.Rufino