A RESPOSTA QUE SE IMPÕE
A Faculdade de Direito de Lisboa e o 25 de Abril são duas
ideias que não conjugam uma com a outra. Quanto ao Governo, deixemos a questão
para mais tarde.
Contrariamente ao que acontecia, antes do 25 de Abril, nas
universidades, em que as faculdades, apesar da ditadura e das restrições
relativas a docentes, sempre tiveram um ou outro, às vezes até mais,
professores oposicionistas, embora sem participação activa na luta
antifascista, na Faculdade de Direito de Lisboa não havia, à data do 25 de
Abril, nenhum professor abertamente oposicionista, velho ou novo, catedrático
ou simples assistente. Essa a razão por que logo a seguir ao 25 de Abril todos
os professores foram saneados numa acção de limpeza política sem precedentes
levada a cabo pelo MRPP, a qual, embora envolvendo algum exagero, não deixava
de retratar uma verdade política incontornável. Aquele era um local onde se acoitavam
fascistas encartados, fascistas envergonhados e falsos democratas.
Depois do 25 de Novembro, muito por força de vários desmandos
praticados pela gestão “revolucionária”, encetou-se, já numa altura em que a
acção do MRPP era dispensável pelas forças da normalização, a recuperação,
científica, académica e política, da Faculdade de Direito mediante a criação de
uma comissão composta por docentes de Lisboa, pouco conotados com o fascismo,
embora nunca tidos por opositores democratas, como Magalhães Colaço e Castro
Mendes e professores de Coimbra, integrados na nova ordem democrática, como
Mota Pinto, por exemplo.
O objectivo dessa recuperação consistia em estabelecer a
normalidade docente mediante a contratação de novos professores e a integração
gradual de todos, ou quase todos, os que tinham sido saneados.
Poucos anos volvidos, cerca de dez, se tanto, a Faculdade de
Direito de Lisboa, embora integrando alguma gente nova, com passado ou com
presente democrático ou sem passado fascista, estava novamente nas mãos dos que
tinham saído pela porta pequena no 25 de Abril, com excepção dos que tinham
atingido a idade da reforma.
Depois, bem…depois, foi evoluindo na continuidade. E é esta
herança fascista, mitigada, maquilhada por uma superficial cosmética
democrática, sem uma verdadeira ruptura com o passado salazarista-marcelista,
que em último termo explica a afronta à democracia, praticada nas vésperas do
25 de Abril, traduzida no convite a Sérgio Moro, Ministro da Justiça do Brasil,
para participar numa acção de puro proselitismo jurídico levado a cabo com o
propósito de converter os ouvintes à defesa de um processo penal medieval, sem
garantias para os investigados que, além de suspeitos, passam a arcar com o
ónus de ter de provar a sua inocência, sempre dependente da convicção de quem
prende, investiga e julga, tarefas se possível a cargo da mesma pessoa.
É este o vergonhoso exemplo da Faculdade de Direito de Lisboa
ao convidar, como toda a gente sabe, o braço armado o braço armado do poder
judicial brasileiro encarregado de pôr em prática a contra revolução
democrática no campo do direito, mais concretamente do direito penal e
processual penal, por este serem os ramos jurídicos por onde penetra a barbárie
e se instala a arbitrariedade e o despotismo.
Se isto já era grave por parte de uma instituição pública a
qual cabe por lei a tarefa de ensinar e defender os nobres princípios da
Constituição portuguesa, que dizer de um Governo que permite ou que fica
inactivo perante a presença de um membro seu nessa acção de propaganda jurídica
contra-revolucionária promovida numa instituição pública portuguesa por um
elemento da extrema-direita estrangeira?
Sérgio Moro não falou na Faculdade de Direito de Lisboa como
Ministro do Brasil mas como propagandista de um novo credo jurídico que já
colhe defensores entre nós e que visa alterar profundamente as regras da
convivência democrática em que temos vivido desde o 25 de Abril.
O ministro português não pode ficar impune, mesmo que no seu
errado pensar a sua presença tenha sido ditada por uma questão de cortesia
diplomática. Uma coisa é receber o Ministro da Justiça do Brasil no Ministério
dos Negócios Estrangeiros no quadro das relações diplomáticas entre dois
Estados soberanos. Outra, completamente diferente, é coonestar com a sua
presença uma acção de extrema-direita, promovida por um estrangeiro, para
captar, em solo português, apoiantes para uma doutrina retrógrada
representativa de um perigoso retrocesso civilizacional.
São estes equívocos, por vezes fundados na hipocrisia
diplomática ou num jogo de conveniências sem princípios, que levam às piores
consequências, quer quando se traduzem em actos positivos, como o apoio a agressões
cometidas pela NATO contra a Carta das Nações Unidas, quer quando se reconhecem
governantes fantoches para pressionar alterações políticas em Estados soberanos,
quer quando se participa em actos como os da Faculdade de Direito de Lisboa
levados a cabo como peça de um puzzle mais complexo visando, em última análise,
uma alteração constitucional ou uma prática constante contrária à Constituição.
Isso é inadmissível num governo democrático. E o Governo tem de se explicar e a
melhor explicação será certamente a que imputar ao Ministro a responsabilidade
pessoal e política pela prática de actos contrários ao programa do Governo.
O Ministro Santos Silva não deve saber que o Bolsonaro chefe do Governo de Sérgio Moro que equiparou os Socialistas aos Nazistas porque se soubesse não se teria sentado ao seu lado. Sérgio Moro que está habituado a julgar baseado em pressupostos como fazem os ditadores sobretudo por ter insultado Sócrates, um cidadão português que não foi julgado nem condenado. Sérgio Moro devia ter sido expulso de Portugal com um pedido de desculpas, percebeu Sr. Ministro Santos Silva? É por isso que o PS baixa nas intenções de voto e é capaz de perder as eleições porque o Povo Português é um povo culto e esclarecido
ResponderEliminarAs culpas devem ser atribuídas a U.Direito de Lisboa por ter recebido um fascista na véspera do 25 de Abril e tomar as devidas medidas a relação Portugal -Brasil não deve ser confundida com activismo politico neo fascista de Moro como bem disse José Sócrates, uma vergonha para Portugal e para a Democracia ,possivelmente convidado por André Ventura outro que tal ,mas a que saber a verdade sobre esta conduta da parte do governo .
ResponderEliminarAlguém,sózinho, apareceu a protestar contra o insulto perpetrado por um estrangeiro de práticas reconhecidas internacionalmente.
ResponderEliminarMelhor agora se percebe a fúria cega dos coniventes com Moro contra esse alguém que persiste na linha da legalidade e da coragem.
Excelente posta
ResponderEliminarEspanta o silêncio mediático de denúncia desta autêntica bolsa fascista que rebentou agora na Faculdade de Direito de Lisboa
Pelo simples facto de não pretender gastar tempo com "fascistices", vejo na parelha destacada na fotografia em destaque, algo que já há muito fulminou a minha mente: o fascismo tem várias faces, e estas figuras representam apenas duas delas. Mas há mais e estão fazendo, de há muito, do ponto de vista prático, elaborando a sua síntese operacional e teórica. Têm dúvidas?
ResponderEliminarOlhem que o cinismo sempre foi um dos valores, a par da violência, da consideração da eternidade do capitalismo, do impulso vital, da intuição como fonte privilegiada do conhecimento, etc. que essenciais da ideologia fascista. Por isso, para mim, nunca um cínico, seja quem for, deixou nem deixará de ser olhado tal como é: um espirita mórbido e cruel. Entendam como quiserem, porque eu .........
Excelente texto! Obrigada!
ResponderEliminarE putugal que do que? E o mesma merda e pior povo no mundo! E verdade e verdade amigos! Ler meu blog pa mais informaciao, obrigado amigos meus (L)(L)(L)
ResponderEliminarAbaixo o merda do putugal, o PIOR merda no mundo! Até os macacos não respeitam putugal. Putugal o nova provincia Espanhola proximamente :)
Ahhhh putugal, putugal, putugal! Sempre, sempre, sempre chorando e chorando e chorando e chorando por tudo, sempre! Tudo mundo sabe que putugal e o pior merda no mundo, tudos! E mais na palavra “luso’ e uma invencao! Tudo nossa historia e fenotipo e Cigano e Arabe. Nao somos lusos. E mais, e melhor que tudo putugal sei uma provincia do Espanha e pronto! E nao trabalhos, sempre ficar nas sopas dos pobres tudos dias. Putugal e em estado do merda e nao fix. E verdade e verdade amigos. Esperamos que um tipo de mudança positiva aconteça em Putugal, pois mais de 50% da população, por necessidade, tem que ir às sopas dos pobres para comer. E também, uma melhora no crescimento dos empregos, já que eles estão no país. Por esta razão, muitas pessoas já vão para suas ex-colônias para buscar uma vida melhor e não retornam. Putugal está realmente atolado na merda e ninguém quer fazer nada sobre o assunto. Eles preferem viver em mentiras, o que é isso?
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