NÃO, NÃO É PELO FRANCÊS: É PELAS IDEIAS…
Quis o acaso que eu ligasse a televisão quando, pausadamente, um senhor francês falava com aquela cadência de quem já meditou maduramente sobre o que está a dizer. Logo o reconheci. Era Jean Daniel (JD), cujos editoriais durante anos e anos acompanhei, bem como alguns livros. Acompanhei, mas não segui. De certo modo, também ele acabou derrotado. O mundo girou muito rapidamente para domínios que então ninguém suspeitava.
Do outro lado lá estava, mais uma vez, Mário Soares. Por que não fala em português? Por que não arranja alguém que interprete correctamente o que ele pretende dizer? Mas o pior não é isso. O pior é a superficialidade com que aborda as questões e a ligeireza com faz extrapolações.
A democracia portuguesa também se ressente disto. Nunca ter tido à frente do governo alguém verdadeiramente culto e com um mínimo de respeito pelo método científico. E é por isso que a gente tem de ouvir coisas como esta: “O comunismo implodiu com Gorbachov e o neoliberalismo implodiu com Obama”. Coitado, JD nem sequer estava a perceber. Depois compreendeu e explicou-lhe a única grande mudança que houve, até agora, na América. Mas Soares de certeza que não memorizou, nem sequer terá percebido que o seu interlocutor estava elegantemente a corrigi-lo. É que para Soares perceber o que JD lhe disse tinha de ter estudado a sério o pensamento neo-conservador americano. Mas, para que fazê-lo, se isso entre nós pode ser resolvido com uns simples slogans e uns insultos a Bush?
Quis o acaso que eu ligasse a televisão quando, pausadamente, um senhor francês falava com aquela cadência de quem já meditou maduramente sobre o que está a dizer. Logo o reconheci. Era Jean Daniel (JD), cujos editoriais durante anos e anos acompanhei, bem como alguns livros. Acompanhei, mas não segui. De certo modo, também ele acabou derrotado. O mundo girou muito rapidamente para domínios que então ninguém suspeitava.
Do outro lado lá estava, mais uma vez, Mário Soares. Por que não fala em português? Por que não arranja alguém que interprete correctamente o que ele pretende dizer? Mas o pior não é isso. O pior é a superficialidade com que aborda as questões e a ligeireza com faz extrapolações.
A democracia portuguesa também se ressente disto. Nunca ter tido à frente do governo alguém verdadeiramente culto e com um mínimo de respeito pelo método científico. E é por isso que a gente tem de ouvir coisas como esta: “O comunismo implodiu com Gorbachov e o neoliberalismo implodiu com Obama”. Coitado, JD nem sequer estava a perceber. Depois compreendeu e explicou-lhe a única grande mudança que houve, até agora, na América. Mas Soares de certeza que não memorizou, nem sequer terá percebido que o seu interlocutor estava elegantemente a corrigi-lo. É que para Soares perceber o que JD lhe disse tinha de ter estudado a sério o pensamento neo-conservador americano. Mas, para que fazê-lo, se isso entre nós pode ser resolvido com uns simples slogans e uns insultos a Bush?
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