terça-feira, 30 de março de 2010

A GRÉCIA RESISTE, MAS CONTINUA A SER EXPLORADA



FMI NÃO CONSIDERA NECESSÁRIA INTERVENÇÃO

A dívida pública que ontem a Grécia pôs no mercado foi contraída ao juro de 6,275%, mais do dobro do que paga a Alemanha (3,127%) e bastante acima do que paga Portugal (4,249%).
Ontem foram subscritos 5 mil milhões de euros para uma procura de 7 mil milhões de subscritores, considerada pobre para este tipo de operações onde a procura costumar duplicar a oferta.
Até fins de Maio a Grécia vai ter que contrair mais 11 mil milhões de euros e de Maio até ao fim do ano mais 53 mil milhões.
O problema é que, apesar de o juro ter descido muito ligeiramente depois do (ambíguo) acordo de Bruxelas, a Grécia continua a pagar taxas muito altas que acabam por consumir todo o esforço de poupança resultante do PEC. A Grécia continua, portanto, a ser explorada.
De nada vale o director de FMI declarar que não há necessidade de intervenção do Fundo, mantendo, todavia, a porta aberta se a Grécia a solicitar, e não a UE, que não é membro do Fundo, porque nem com as boas palavras de Dominique Strauss-Kahn o juro baixa. Apesar de tudo, o facto de o Director do FMI ser francês e social-democrata tem servido, pelo menos, para não agravar a situação e também para impedir que o próprio FMI tire partido da situação criada pelo Merkel.
Na verdade, a dirigente alemã porta-se cada vez mais como uma vulgar presidente de um länder de segunda ordem e não como uma verdadeira Chanceler. As vantagens de curto prazo que possa colher, tanto eleitorais, como financeiras, não compensam o descrédito lançado sobre a zona euro, em cujo prestígio a Alemanha deveria ser a principal interessada.

4 comentários:

Anónimo disse...

A chanceler poderia comportar-se como uma verdadeira Fuehrer mas para o fazer teria que perder as eleições. Ela n pode fazer mais nada. Os alemães estão fartos de gente corrupta e preguiçosa, diz a reuters.

JMCPinto disse...

Ela vai perder de qualquer modo a Vestefália do Norte (ou é a Renânia Platinado?). Para o caso tanto dá: vai perder. Mas, como quem ganha é igual a ela, para efeitos externos vai ficar tudo na mesma.
Os alemães andam agora com essa conversa dos preguiçosos. Mas tudo isso não passa mesmo de uma conversa. Salvo o devido respeito, os alemães pensam o que lhes mandam pensar. E toda esta conversa não passa de, através de uma forma indirecta, quem manda dizer: a guerra acabou de vez!
Só que o problema não é esse. Como se verá mais tarde, esta forma de actuar não favorece a "paz" (isto é, a Europa) e a Alemanha precisa dela mais do que ninguém
CP

Anónimo disse...

"os alemães pensam o que lhes mandam pensar..."

com o devido respeito, isto é um absurdo. a Grécia manipulou as suas contas....

sim, a Alemanha precisa de uma Europa (leia-se Grécia) composta por países que n pervertem os princípios que foram adoptados e reconhecidos por todos como válidos.

ela vai ganhar as próximas eleições precisamente pq n cedeu à tentação de ajudar a Grécia. pode perder a Westphalia, so what?

Anónimo disse...

dizer que a Grécia continua a ser explorada é uma absurdo.