É INACEITÁVEL QUE NA A.R. O GOVERNO CONFUNDA OS ELEITOS COM OS SEUS BOYS
O Ministro das Finanças, que tem dado provas de não ser um homem rigoroso (a atestá-lo a subida galopante do défice sem que ele se tivesse dado conta), também não é um homem vocacionado para as lides parlamentares.
Há dias ia arranjando um novo “sarilho” com a Madeira, depois da catástrofe. Para bem de todos as suas palavras rapidamente caíram no esquecimento. Mas não vai ser assim com o que se passou hoje. Porque toda a gente já percebeu que o pseudo rigor com que actua nunca abrange os boys nem os super boys do PS e muito menos as empresas protegidas pelo governo seja nas parcerias público-privadas, seja nos contentores de Alcântara, seja ainda na protecção do capital financeiro.
O seu pseudo rigor e os seus insultos estão todos orientados para os autarcas das freguesias a quem ele quer negar uma verba orçamental para pagamento das parcas gratificações (ou vencimentos) que recebem pelo desempenho dos respectivos cargos. E se a negação da verba já era inaceitável, menos ainda se pode aceitar que ele confunda insultuosamente aqueles autarcas com os boys do governo quando se sabe, como foi dito na AR, que só os dois superboys que o Governo tinha na PT representavam, em prémios, um encargo anual superior ao da verba em discussão.
1 comentário:
Pois, não há dúvida que o M. das Finanças foi infeliz. Já todos sabemos ao que andam as "máquinas" dos partidos do "arco da governação", andam a tentar governar-se e de que maneira! Mas a oposição também não colhe o meu apoio nesta questão. É que há um ponto que nenhum dos partidos, nenhum, questiona que é o da "administração política". Porque é que não há racionalização nesta área? Eu sei, ou penso saber. Seria interessante que quando se discute esta questão, se pusessem na mesa os dados: qual a retribuição global dos titulares dos diversos cargos? Que acumulações são possíveis (emp. municipais, inter-municipais ....). De qualquer modo voltar-se-ia sempre à questão do que é que é ser justamente remunerado, por comparação como o quê? Depois, há justificação para a existência das Juntas de Freguesia? Toda a gente acha que sim! Porquê, Para quê?. Pode também questionar-se a manutenção das estruturas existentes em muitos dos actuais concelhos. Vou dar um exemplo: há um município que construiu uma praça de touros onde cabe três vezes a população, incluindo a rural(2750 h)! O presidente, a pretexto de tudo e de nada, já fez dezenas de viagens ao estrangeiro incluindo 3 a Cuba, chegou a deslocar-se a Lisboa alugando um helicóptero.
A baixa remuneração dos autarcas em Portugal é uma ideia muito difundida e pouco questionada. Pois bem, em França há "maires" que recebem uma retribuição de 400€!(é verdade que a mairie não corresponde exactamente à n/câmara municipal). Outro exemplo: o presidente da câmara de Toulouse, Lille etc (maire) tem um vencimento (nominal!!!) inferior ao do presidente da câmara de Braga, Coimbra, Setúbal etc., dei-me ao trabalho de comparar.
O Poder Local continua a ser uma espécie de "boi apis" do pós- 25 de Abril. Não tenho dados e muito menos informação com que o possa demonstrar, mas tenho para mim a certeza que as maleitas de que sofre a administração do Estado como a corrupção, desperdício, ineficiência etc, afectam as administrações locais e desconcentradas ainda mais intensamente que a Administração Centra. Por isso, enquanto não me convencer do contrário, tenho poucas certezas, mas não tenho dúvidas de que, por exemplo, a famigerada regionalização não terá outra consequência que não seja aprofundar e generalizar a gangrena.
lg
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