segunda-feira, 29 de março de 2010

O QUE SE PASSA NA AMÉRICA




O PARTIDO REPUBLICANO NAS MÃOS DA EXTREMA-DIREITA

Não tenho bem a certeza se a generalidade das pessoas que acompanha a política internacional tem consciência clara do grau de extremismo que tem norteado a política da direita americana neste último ano.
Dir-se-á que o fenómeno não é novo e que, pelo menos desde Reagan, tal ameaça tem estado sempre presente na política americana. É verdade. O próprio Clinton, que estava longe de sequer se poder considerar um homem de centro-esquerda, a partir do momento em que o Partido Republicano passou a ter maioria no Congresso, foi praticamente sequestrado, mediante cortes e congelamentos de verbas que na prática o impediam, a nível interno, de exercer a função presidencial. E só por um triz, embora aí por outras razões, se livrou do impeachment.
Agora é tudo batante diferente para pior. O Partido Democrático, com maioria nas duas câmaras e numa delas – o Senado – com super maioria até há bem pouco tempo, tem sido praticamente impedido de legislar em virtude da obstrução permanente do Partido Republicano. Prevalecendo-se das artimanhas que o “regimento” lhe permite, o Partido Republicano paralisou grande parte da actividade do Senado e certamente que, a partir de agora, o fará ainda com mais facilidade.
Os democratas não estão isentos de culpa, já que as hesitações e o calculismo eleitoral da direita do partido muito têm contribuído para aquele estado de coisas. O próprio Presidente, tentando conciliar o inconciliável, e supondo, ingenuamente, que poderia repetir no Senado Federal as suas experiências compromissórias no Senado de Illinois, também contribuiu em grande medida para a presente situação.
Depois da aprovação do novo sistema de saúde, que só peca por tardia e menos ambiciosa do que poderia ter sido, percebe-se que não há regresso. Quem votou a favor apenas lhe resta continuar no mesmo caminho noutras matérias sob pena de ainda ter mais a perder se recuar.
Os congressistas democratas que, estando hesitantes, acabaram por dar o seu voto têm sido ameaçados, insultados, vilipendiados e até a inefável Sara Palin os transformou em alvos virtuais de uma hipotética batalha.
Ultimamente, também a filha de Cheney, ainda mais reaccionária do que o pai, tem entrado na campanha usando sem parcimónia todas as armas que possam produzir algum efeito.
Este movimento a que o Tea Party está intimamente associado teria uma importância relativa se apenas se circunscrevesse aos ataques soezes de uns tantos nas televisões do costume e contasse fundamentalmente com o apoio daquele eleitorado mais conservador que sempre existiu na América.
A situação, porém, é bem mais grave. Nunca a extrema-direita teve tanta força na América como hoje. E mesmo aqueles que, não usando a linguagem desbragada de Palin, Liz Cheney e tantos outros e outras, não deixam de actuar em consonância com eles, apoiados numa forte intelligentsia que domina o pensamento político e económico de muitas das mais importantes universidades americanas.
Com efeito, o pensamento neo-conservador é forte, está bem estruturado e até chega a ser intelectualmente sedutor pela forma hábil e inteligente como se exprime, obviamente muitos patamares acima das “baboseiras” que popularmente o exprime.
A ideia de que a América, a primeira grande democracia do mundo moderno, está imune a tentações totalitárias começa a ser uma ideia do passado.

2 comentários:

Anónimo disse...

caro sr

não abuse da verbiage hiperbólica.

as milícias do michigan são extrema-direita

o partido republicano é apenas um conglomerado de imbecis.

são coisas distinta.

a sarah palin, apesar de tudo, n é de ext direita. é ignorante, burra, uma dona de casa hiper conservadora. mas n é de ext direita.

Horacio Lima disse...

Meu querido Dr.com toda a razao que lhe devo dar terei que acrescentar que a America ainda esta a sofrer as consequencias do Reganismo isto e o Anarquismo pacifista que se viveu no seu tempo!A descentralizacao total do poder e o deixar fazer deixar passar!O segredo para os republicanos "Anarquistas Pacifistas" O o poder do capital dentro e fora da America."Os ricos