PARA “SALVAR” A GRÉCIA
O que se está a passar com a Grécia vai certamente amanhã passar-se com outros países da zona euro.
A “solidariedade” comunitária é tão forte que até o próprio FMI (é certo que dirigido por um social-democrata, mas nem por isso deixa de ser FMI) está preocupado com ela. O FMI teme que a redução excessiva e abrupta do défice cause mais recessão. Enfim, diz aquilo que toda a gente sabe…
Os alemães estão porém em vias de encontrar uma solução. A Grécia para pagar as dívidas deve vender algumas ilhas (tem muitas…) e algumas obras de arte…ou dar esses mesmos bens de garantia aos mutuantes (alemães, claro).
Só falta mesmo que na sequência dos empréstimos (se um dia vierem a ter lugar) a Alemanha se proponha fazer à Grécia o que a França fez à Alemanha por não ter pago a horas, em dado ano, as indemnizações de guerra devidas pelo Tratado de Versalhes!
E se “isto” começar a estoirar aos poucos, mas depois em cadeia, quanto tempo faltará para na Europa começar tudo de novo à “batatada”?
4 comentários:
Excelente desmistificação! Obrigado!
Um abraço.
Parece-me que começa a despontar, aqui e ali, uma onda de diabolização dos alemães. Não me parece justo porque nisto de egoísmos ( neste caso nacionais)não sei quem leva a dianteira. A verdade é que nunca perguntaram aos alemães o que pensavam dos sucessivos alargamentos, de Maastricht, da moeda ec. (impedimento constitucional, dizem) Se tivessem perguntado..! Lembro-me que quando da criação do Euro houve gente a avisar sobre os riscos. Outros responderam que também o distrito de Bragança (exemplo apenas) era menos desenvolvido que o conjunto do país e, nem por isso, deixava de poder usar o Escudo.... Não sei se então alguém o fez, mas poder-se-ia ter respondido que Bragança (ainda apenas por exemplo), beneficia de transferência internas (chame-se-lhe solidariedade, coesão ou outra coisa)incomensuravelmente superiores às que se verificam ao nível da Comunidade. Basta imaginar o que seriam certas zonas do país se fossem cortadas essas transferências que suportam o essencial da actividade e do rendimento.
Agora, porque é que persiste, e parece agravar-se, a dicotomia entre os países do Norte e os mediterrânicos?
Quanto aos perigos do "ressurgimento do perigo alemão", por um lado é evidente que a Alemanha ter um poder relativo incomparável com o que teve no século passado (pesa muitíssimo menos no mundo, não tem, nem é previsível que venha a ter, armas poderosas) mas, por outro, também é verdade que para haver borrasca não tem que ser provocada pelos alemães e não são precisas armas atómicas, elas não foram precisas na Jugoslávia. Esperemos que tudo não passe de temores.Os problemas não se resumem à Alemanha, veremos que surpresas haverá, se as houver, nas próximas eleições holandesas. LG
Resposta a LG e a Ana Paula Fitas
De forma alguma está em causa "a diabolização dos alemães" ou um qualquer alerta subliminar sobre o "ressurgimento do perigo alemão".
Da filosofia à música, passando pelo direito, sou um admirador do povo alemão, até ás vezes injustamente acusado de justificar o injustificável, quando o que por vezes se trata é de tentar comprender ...o incompreensível. Mas isso é outra conversa.
Nada disso se pretende com este post, mas apenas sublinhar, com um exemplo prático, esta fase de "construção" da Europa caracterizada pela sua "desconstrução" selectiva, ou seja, dizer exactamente aquilo que nele viu Ana Paula Fitas (adjectivos à parte).
Obrigado pelo comentários
JMCPinto
Não quero importunar mas apenas esclarecer que quando disse "aqui e ali", não estava a pensar neste "blog", apenas o tema me lembrou o que se vai lendo e ouvindo por aí e que alguns responsáveis alemães vão espicaçando com declarações menos "adequadas" ou, pelos menos, a forma como elas são relatadas pela C.Social
lg
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