AGORA SE PERCEBE AINDA MELHOR A IRRITAÇÃO DE LULA NA IBEROAMERICANA
O Brasil e os Estados Unidos resolveram aproximar as suas posições sobre a crise das Honduras. No mesmo momento em que a Aliança Bolivariana (ALBA) - Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia, Honduras (de Zelaya) e Equador - apoia a posição da Venezuela sobre a instalação de bases norte-americanas na Colômbia e condenam “nos mais enérgicos termos” a ofensiva “política e militar" dos Estados Unidos sobre a América Latina e o Caribe, Lula concordou que o o seu assessor para os Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, se encontrasse em Brasília com o Subsecretário de Estado dos EUA para a América Latina, Arturo Valenzuela.
Nessa reunião defenderam um governo de transição para as Honduras, constataram que as eleições presidenciais ocorreram sem incidentes graves e com boa participação popular, e concordaram ainda que elas “podem criar um cenário favorável” para a resolução da crise.
Ambos os países apoiam um governo provisório que transfira o poder em 27 de Janeiro para Porfirio Lobo.
Brasília e Washington pedem ainda às autoridades hondurenhas que concedam um salvo-conduto a Manuel Zelaya, como via de reconhecimento, pela comunidade internacional, da legitimidade do processo eleitoral.
Por outras palavras: Lula acabou por sucumbir à vontade americana e à sua forma de resolver a crise política das Honduras, deixando isolados os “seus amigos” da Aliança Bolivariana e outros, como a Argentina, que insistiam na ilegitimidade das eleições organizadas pelos golpistas. Como contrapartida obteve dos americanos a promessa de que doravante ambos os governos se contactarão com frequência relativamente aos assuntos americanos.
Agora talvez se perceba ainda melhor o azedume com que Lula encarou a tentativa de a presidência portuguesa, na Cimeira Ibero-Americana, fazer aprovar uma declaração conjunta sobre a crise das Honduras. E a diplomacia portuguesa terá percebido?
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