A CRÍTICA DE LUÍS AMADO EM BRUXELAS
Como é do conhecimento público, na passada sexta-feira, reuniram-se em Bruxelas os Ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO e dos demais países que participam na guerra do Afeganistão, ou seja, os países da ISAF – a Força Internacional de Assistência à Segurança, ao todo 44 - para uma primeira resposta ao discurso de Obama.
De acordo ainda com as notícias vindas a público, aqueles países no seu conjunto terão respondido ao apelo de Obama com uma contribuição de 7 000 homens. Sabe-se também, apesar de as notícias serem propositadamente contraditórias, que a maior parte dessa contribuição não se destina verdadeiramente a acções de guerra. Por outro lado, duas grandes potências europeias – a Alemanha e a França – não anunciaram qualquer contribuição, já que aguardam pelos resultados da Conferência de Londres, em Janeiro do próximo ano, tendo a Espanha protelado igualmente a sua.
É também certo que alguns países, como é o caso da Holanda, com uma participação significativa relativamente à sua dimensão, já anunciaram a retirada das tropas. Portanto, o mais natural é que a contribuição anunciada pelo Secretário-geral da Nato seja, com excepção da Itália e eventualmente do Reino Unido, proveniente dos países de Leste europeu, da Ucrânia, da Geórgia, da Coreia do Sul e de outros, assumindo pouco relevância a contribuição dos países da Europa Ocidental.
É neste contexto que devem ser interpretadas as palavras de Luís Amado em Bruxelas quando se refere à subalternidade da União Europeia em relação à NATO e acrescenta não estar a posição da UE nesta organização devidamente estruturada.
O leitor distraído (que não se recorde de uma entrevista concedida por Luis Amado a Teresa de Sousa, Público, 2008, sobre este assunto) poderia ser levado a supor que o Ministro estava criticando a UE por se colocar numa posição de inferioridade relativamente à NATO. Mas o que nessa entrevista se diz é exactamente o contrário. O que se defende é a NATO como o local adequado para a política de defesa da União Europeia e, obviamente, por extensão, da própria política externa. Mas sendo a NATO, como toda a gente sabe, dominada pelos americanos, a concretização de tal concepção significaria na prática o contrário daquilo que o Ministro (aparentemente) critica.
Ou quererá mesmo Ministro dizer que, pertencendo os países da União Europeia à NATO, com excepção da Irlanda, da Finlândia, da Suécia, da Áustria, de Chipre e de Malta, deveria aquela apresentar-se na NATO com uma posição comum? Mas como, se os países da UE que fazem parte da NATO são apenas uma parte da UE? E como estender as posições da NATO aos países da UE que não pertencem àquela organização?
Luis Amado já tentou ajudar Lula a resolver o problema das Honduras e agora parece-me que quer ajudar a França e a Alemanha a resolverem o problema do Afeganistão….
Ou quererá mesmo Ministro dizer que, pertencendo os países da União Europeia à NATO, com excepção da Irlanda, da Finlândia, da Suécia, da Áustria, de Chipre e de Malta, deveria aquela apresentar-se na NATO com uma posição comum? Mas como, se os países da UE que fazem parte da NATO são apenas uma parte da UE? E como estender as posições da NATO aos países da UE que não pertencem àquela organização?
Luis Amado já tentou ajudar Lula a resolver o problema das Honduras e agora parece-me que quer ajudar a França e a Alemanha a resolverem o problema do Afeganistão….
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