AS ESCUTAS COMO QUESTÃO CENTRAL PARA O PSD E BE
O debate parlamentar quinzenal que esta manhã teve lugar foi em grande parte dominado pela questão das “escutas”.
O PSD e BE quase nos mesmos termos insistiram na questão das escutas, um pouco à semelhança do que já antes havia sido feito pela presidente do PSD. O CDS, muito escaldado em matéria de averiguações criminais, prefere remeter o caso para a justiça, ou seja, deixá-lo ficar como está. O PCP, como é norma neste tipo de assuntos, não se mete.
Como já deve ser do conhecimento geral, circula na internet uma versão das escutas, com papel timbrado do tribunal respectivo e tudo mais que possa dar uma aparência de seriedade ao caso.
Mas logo se depreende que se trata de uma “peça literária” elaborada com base em factos conhecidos de toda a gente à data em que as alegadas conversas terão ocorrido. A ausência nessas conversas de factos desconhecidos do grande público, bem como a sua reduzida “oralidade telefónica”, além da completa inexistência de indícios de algo que se possa considerar criminalmente punível, retira a essa versão qualquer credibilidade. Tem graça, está bem escrita, mas é um diálogo teatral…Mesmo assim pode ser que sirva o objectivo em vista: saciar a curiosidade de milhares interessados e eliminar qualquer suspeita sobre o comportamento de Sócrates.
Se no meio desta polémica não tivesse ocorrido a insensata intervenção do Ministro da Economia, Sócrates ter-se-ia saído bem mais uma vez. A presidente do PSD é uma verdadeira desgraça: sempre que fala sobre o assunto acaba por deixar o seu partido em pior situação. De facto, a senhora não domina os princípios elementares do regime democrático. Acontece que o Bloco também não esteve melhor. O assunto teria que ser abordado de outra maneira. Com menos animosidade, menos certezas e fazendo recair sobre o PM todo o ónus de o esclarecer. Fazendo-se uma crispada interpelação na base de um prévio e fulminante julgamento, ela acabará sempre por se virar contra quem a faz.
Neste blogue e mesmo na mini-polémica que mantivemos com Mário Lino, no blogue dele, nunca dissemos que alguém tinha o direito de exigir do PGR ou das autoridades judiciais o teor das escutas; também nunca aqui se disse que Sócrates estava obrigado a desvendá-las. O que se disse foi uma coisa muito diferente. Disse-se que tendo em conta o clima de suspeita social que envolvia o PM, em consequência de decisões contraditórias da justiça (facto perfeitamente normal), mas ambas secretas (situação excepcional), o PM teria todo o interesse em autorizar ou pedir a publicação da parte relevante das escutas em nome da transparência política e da credibilidade da justiça!
3 comentários:
À margem do essencial do debate, merece registo o "Sr. deputado porte-se com juizinho", dito por Sócrates a Portas. Está ao nível dos cornos do ministro Pinho. Lembras-te da geração rasca do Vicente Jorge Silva? Estou à espera que alguém comece a falar do governo rasca.
João, não acha que um deputado que interrompe constantemente o Primeiro-Ministro quando este está no uso da palavra merece uma advertência do tipo "Sr. deputado porte-se com juizinho"?
O João aceitava esse tipo de comportamento quando o João está a dar aulas e um aluno estive sempre a interromper? Não se esqueça que o PM pediu educadamente a Paulo Portas, por várias vezes, para ouvir e o deixar falar! Como não se calou, teve que levar nas "orelhas!"
Isto também já não há pachorra! Qualquer coisa que JS faça ou diga é motivo de condenação! Qualquer coisas que os adversário digam ou façam é menosprezado!
Abraço.
Nuno Costa.
Ao Sr. JVC; e esta, estará ao nível de quem ? " Durão Barroso foi um PM sem nível, malcriado e muitas coisas mais. Lembro-me de uma vez ele ter dito a Ferro Rodrigues, na AR, metendo a mão no bolso das calças: "Você vale tanto como estes cêntimos que aqui tenho" Qual seria a geração deste idiota.
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