quarta-feira, 8 de abril de 2015

PRESIDENCIAIS


SAMPAIO DA NÓVOA E O PS

 

Face ao que se perfila pelo lado da direita, a esquerda entendida em sentido lato, de modo a nela englobar o PS, só pode ganhar as presidenciais se apresentar um candidato susceptível de recolher o voto à esquerda do PS e simultaneamente for capaz de fazer o pleno do PS. Para isso terá de ser alguém oriundo do PS que a outra esquerda aprove sem reticências. Não é fácil. E mais difícil se torna quando o PS tem um secretário-geral sem capacidade política para tomar a iniciativa que anda manifestamente a reboque dos acontecimentos.

Nóvoa, tanto quanto se percebe, aparece à revelia de Costa, com o apoio de Soares, sendo todavia um candidato a que o hesitante e inconclusivo António Costa não desdenharia dar o seu apoio pela comodidade que tal candidatura lhe traria no plano da condução interna da política partidária – dispensava-o de ter de escolher entre vários potenciais aspirantes (quase todos fracos).

Todavia, já se percebeu, pelas reacções que vieram a público de gente com peso no aparelho que desta vez a habitual manha de Costa não terá êxito. Uns porque contavam ser escolhidos, outros porque não querem gente de fora, outros ainda porque reconhecem que Nóvoa não é um candidato aglutinador, ou seja, uns por umas razões, outros por outras trazem à evidência um PS relativamente esfrangalhado para a batalha das presidenciais que se aproxima.

A partir daqui não será difícil antever nova derrota nas presidenciais com consequências devastadoras no plano político-constitucional. O PS não aprendeu nada com Cavaco. Ou talvez pior: o PS não considera grave a permanência de Cavaco em Belém por 10 anos. Para o PS importante é ganhar as legislativas. Simplesmente, ganhar…já que de política lhe parece bastar a receita de Passos e Portas com alguns arredondamentos. Os possíveis.