terça-feira, 14 de setembro de 2021

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 ELEIÇÕES NO BENFICA

Aprovado que está, na generalidade, o Orçamento de Estado para 2021 e impossibilitado de interferir nas eleições americanas, não por falta vontade, mas por ausência de meios, restam-me as eleições do Benfica.
Vieira encontrou o clube numa situação miserável tanto no plano económico-financeiro como quanto à sua capacidade competitiva nacional e internacional. Situação de que não é exclusivo responsável Vale e Azevedo, como frequentemente se ouve dizer, mas também as direcções anteriores que, embora sendo diferentes nos seus protagonistas e objectivos, contribuíram, cada uma à sua maneira, para a descaracterização do Benfica dos anos 60 e 70.
Vieira tem, portanto, no seu activo, inapagavel, essa gigantesca obra de "restauração" do Benfica enquanto titular de um riquíssimo patrimonio desportivo quase sem paralelo nos grandes clubes do futebol mundial.
No seu passivo tem, porém, erros sem conta quase todos relacionados com a capacidade competitiva da equipa de futebol, principalmente no plano internacional. Não adianta enumerar aqui esses pontos muito fracos da gestão de Vieira nem o seu particular agravamento nos últimos quatro anos. Eles tendem a ser quase unanimemente reconhecidos pelos benfiquistas.
Urge, portanto, mudar. Mudar o que está errado e deixar de cometer os mesmos erros no futuro.
Para mudar, apresentaram-se contra Vieira três candidaturas.
Pois bem, ouvidos os seus programas eleitorais e feita a sua avaliação nenhuma dessas três candidaturas me convenceu, apesar de a gestão de Vieira sempre me ter merecido duras críticas.
Não me convenceu a candidatura de Noronha Lopes, não obstante alguns apoios de peso do universo benfiquista, por ter detectado nela uma fria visão tecnocrática típica do moderno gestor neoliberal. Receio que com a sua vitória o Benfica e o seu rico património se tornem a breve prazo "pasto" apetecível de um qualquer oligarca do petróleo ou de um Sheik das arábias a troco de uma promessa da criação de uma equipa altamente competitiva nas lides europeias do futebol.
Não me agrada a candidatura de Gomes da Silva, primeiro por ser uma candidatura assente num ressentimento, e depois pela completa ausência de meios para pôr em prática o seu utópico plano, não havendo nada pior na concepção e concretização do quer que seja do que desconhecer a realidade sobre que se actua.
Finalmente, não me convence a candidatura de Costa Carvalho pela sua bondosa ingenuidade. Assim sendo, o meu voto irá para Vieira não tanto como voto a favor mas como voto contra os outros candidatos, na esperança, porventura ingénua, de que não venha a repetir os erros mais graves em que incorreu.
27/10/2020

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