sábado, 2 de maio de 2009

MAIS DESPEDIMENTOS, JÁ!


A EXIGÊNCIA DE MANUELA FERREIRA LEITE

A presidente do PSD tem um claro conflito com a língua portuguesa. Um político tem por obrigação falar de modo a que as suas intervenções possam ser interpretadas de acordo com o sentido corrente dos vocábulos utilizados. Poderia, no limite, aceitar-se que certos políticos tenham uma forma peculiar de se exprimir, contanto que o sentido das palavras utilizadas se mantenha constante no quadro dessa peculiaridade.
Agora, o que não pode é aceitar-se que cada intervenção, principalmente aquelas em que o político diz o que lhe vai na alma, seja sistematicamente seguida de um desmentido.
MFL começou por não falar. E, segundo as sondagens, nunca esteve tão bem. Depois, insistiram com ela para falar – certamente por insistência dos seus perversos “camaradas” – e começou a dizer dislates…e a cair nas sondagens.
Para evitar mais problemas, devem ter exigido que ela fale “com papel”. E foi com papel, que ela hoje nos veio dizer que suspeitava que o governo PS estava a impedir as empresas de despedir trabalhadores…até às eleições.
A direita, principalmente quando fala com papel, usa metáforas. Não emprega o conceito de despedimento, que tem uma carga política e social muito forte. Usa preferencialmente o de reestruturação para dar a ilusão de que tudo vai ficar melhor. Só que no contexto em que o conceito foi usado, a sua utilização resulta estúpida. Então faz algum sentido acusar um governo, qualquer que ele seja, de impedir uma empresa ou uma qualquer instituição de melhorar a sua situação?
Não, o que a Senhora quer, sem preconceitos e sem pudor, é mais despedimentos, já! Que o PS só os queira depois das eleições é igualmente grave. Mas que um partido político exija a antecipação desses despedimentos para tirar deles uma vantagem política, mais do que imoral, é a prova provada do desprezo que o povo trabalhador lhe merece.

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