terça-feira, 12 de maio de 2009

O BLOCO CENTRAL NA SUA EXPRESSÃO EUROPEIA


NO PLANO EUROPEU NÃO HÁ ASSINALÁVEIS DIFERENÇAS: RANGEL APENAS É MAIS EXPLÍCITO

No debate de hoje à noite, ficou muita clara a posição do PSD sobre o desemprego. Todas as medidas que o PSD propõe para alegadamente combater o desemprego visam descapitalizar a segurança social, que é o caminho mais rápido para terminar com o que resta do estado social. Apesar de o desemprego e a crise serem encarados de forma relativamente diferente pelo PS e pelo PSD, é notória em ambos os partidos uma forte aposta na tentativa da sua superação pelo lado da oferta. As medidas que visam combater a crise pelo lado da procura, únicas que podem ter algum êxito, são todas dos partidos de esquerda.
Mas não foi apenas neste tema que Rangel andou mal. Igualmente andou a propósito do referendo quando, ao tentar desviar o assunto do incumprimento das promessas eleitorais, confundiu a aprovação de uma constituição por quem foi eleito expressamente com esse mandato com a aprovação de um tratado limitador da soberania…por quem foi eleito com a obrigação de o submeter a referendo.
A propósito do refendo andou também mal o candidato do PS que nunca conseguiu explicar por que razão o tratado não foi sujeito a referendo, a não pelo argumento subjacente que Miguel Portas tão bem evidenciou de que isto de Europa é uma “coisa para deixar connosco”. De facto, o que está presente na recusa do referendo é a concepção antidemocrática de que a Europa só pode ser construída tal como eles a conceberam.
Igualmente mal andaram os candidatos do PS e do PSD em tudo que se relaciona com a desregulação, tendo ficado muito claro, tanto por parte de Miguel Portas como pelo de Ilda Figueiredo, que as propostas ou as medidas que agora dizem defender não têm qualquer credibilidade, por provirem de quem antes sucumbiu completamente à hegemonia do capital financeiro e dos grandes monopólios. E como a prática se encarregará de demonstrar, as medidas que vierem a ser postas em prática não têm certamente em vista uma alteração radical da situação que gerou a crise, mas antes tentar evitar que as situações mais perigosamente destabilizadoras se repitam.

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