sábado, 9 de maio de 2020

O DIA DA VITÓRIA


Termina a Segunda Guerra: o mundo comemora cessar fogo e o 'Dia da ...

HÁ 75 ANOS


Comemorar o 9 de Maio, dia da vitória, com um elogio a Franco não é necessariamente uma aberração, é apenas uma opção política. Mas afirmar que Portugal se manteve neutral na II Guerra Mundial, que a Península ficou à margem da guerra e que Hitler não tomou Gibraltar por Franco, em Hendaye, se ter recusado a entrar na guerra é dar da história uma visão incompleta que corre o risco de a deturpar, por muito que o objectivo seja apoucar Salazar (agora que ele já morreu há 50 anos…).
Vamos aos factos: No outono de 1940 Hitler já sonhava com uma Alemanha vencedora e porventura com um plano de paz que pusesse termo ao conflito no Ocidente europeu susceptível de reflectir a correlação de forças existente no campo militar. Depois de derrotada a França, ocupada a Polónia e dominada a Europa do norte, só faltava a rendição da Inglaterra e a repartição dos seus despojos imperiais pelos vencedores.  
Para abreviar o termo do conflito, à Alemanha interessava a entrada da Espanha na guerra e a Espanha também estava interessada em sentar-se à mesa dos vencedores, desde que não tivesse que fazer um grande esforço, dada a penúria em que se encontrava, e pudesse tirar dessa participação uma grande vantagem. Foi assim, neste contexto bélico e de interesses não necessariamente coincidentes, que decorreu o encontro de Hendaye entre Hitler e Franco em finais de Outubro de 1940.
A situação de Espanha era à época deplorável. Completamente exaurida por uma guerra civil de três anos, a Espanha estava faminta, atrasadíssima, com péssimas vias de comunicação e militarmente fraca, apesar da vitória interna alcançada um ano antes.
Franco, como qualquer outro espanhol megalómano (de que Aznar nos tempos modernos é também um bom exemplo, mas não o único), sonhava com uma Espanha imperial. Daí que nas negociações com os alemães, mesmo quando conduzidas do seu lado por confessos simpatizantes nazis, a Espanha pretendesse como contrapartida da sua entrada na guerra, além de comida, combustíveis e fornecimento de material bélico em quantidades absurdas, a transferência dos territórios franceses do norte de África e Gibraltar, claro.
Os alemães jamais cederam a esta pretensão, Hitler inclusive. A justificação era muito óbvia: Hitler não queria hostilizar a França de Vichy, com a qual ainda contava para fazer a guerra à Inglaterra, e, portanto, não se ia comprometer com a entrega de vastos territórios de um potencial aliado, que na estratégia alemã era muito mais importante para o futuro próximo da guerra do que a da depauperada e miserável Espanha. Assim, no Protocolo que reflecte o ponto das conversações de Hendaye, a Alemanha limitou-se a aceitar:
 Além da união de Gibraltar, as potências do Eixo declaram que, em princípio, estão preparadas para dispor, no decurso do acerto geral em África, que se levará a cabo nos tratados de paz após a derrota da Inglaterra, que sejam cedidas a Espanha certas áreas em África precisamente com a mesma extensão das que a França possa ser compensada com outras secessões territoriais em África com o mesmo valor. As reclamações a fazer pela Alemanha e a Itália à França não deverão ser afectadas por isso”.
Este compromisso, negociado por Ribbentrop, que a Alemanha aceitou fazer por escrito, não satisfez Franco nem o seu cunhado Serrano Süner, tendo por isso sido apenas assinado pelos embaixadores dos dois países, Monteros e Stohrer.  A Espanha sabia que não tinha condições para entrar na guerra, embora quisesse fazer parte dos vencedores. E como a história demonstrou com outros aliados de Hitler, a Alemanha só teria perder, mesmo quando estava a ganhar, com um aliado como a Espanha.
Não obstante, Hitler ficou decepcionadíssimo com Franco e logo percebeu que dali não resultaria nada de útil. Se decidisse tomar Gibraltar teria de fazê-lo pelos seus próprios meios. Talvez por isso Franco tenha encarregado o seu estado-maior de preparar um plano para a invasão de Portugal com vista ao domínio da costa marítima, caso Hitler desencadeasse um ataque destinado a tomar Gibraltar, para obviar a um desembarque inglês nas costas portuguesas.
Como se sabe, nada disso aconteceu. A Alemanha, em fins de 1940, deparou-se com problemas no sudeste da Europa por um dos seus aliados se ter revelado incapaz de levar a cabo a acção que havia empreendido – conquista da Albânia e da Grécia pela Itália. Logo a seguir as coisas também deixaram de correr bem no norte de África e passaram a correr muito pior depois da entrada dos Estados Unidos na Guerra (Dezembro de 1941) e a partir de Junho de 1941 as suas atenções focaram-se fundamentalmente na frente leste, onde apesar das facilidades iniciais, tudo começou a correr muito mal desde fins de 42.
Assim, a questão da Espanha deixou de ser relevante para a Alemanha. Quanto a Portugal, nem a Inglaterra nem a Alemanha estavam interessadas na entrada de Portugal na guerra. E Portugal, mesmo contra vontade própria, só não entrou, porque quando a Inglaterra e os Estados Unidos fizeram as grandes exigências a Salazar, concedidas depois de um longo e complexo enredo, a Alemanha já não estava em condições de belicamente as poder contrariar.
No governo de Salazar as simpatias dividiam-se entre ambos os contendores, embora numa primeira fase os simpatizantes do Eixo nazi-fascista fossem predominantes. Salazar começa por defender convictamente a neutralidade, mas fica muito abalado com a participação da URSS ao lado da Inglaterra e dos Estados Unidos, a ponto de não se coibir de censurar asperamente essa aliança em vários discursos.
Acabou por tudo lhe correr bem tacticamente. Até essa inusitada aliança, pelos seus efeitos posteriores. A vitória das potências do Eixo não lhe traria, em princípio, problemas de continuidade, embora tivesse de dar outra visibilidade à doutrinação nazi-fascista, o que não era completamente do seu gosto pelas movimentações populares que a transformação da União Nacional num partido de massas necessariamente implicaria. A vitória das forças aliadas, pelo contrário, constituiria do ponto de vista teórico um sério risco à sua continuidade. Quis o destino que a rápida emergência de um clima de Guerra Fria lhe tivesse garantido a continuidade de um lugar que doutro modo estaria em causa.
Salazar teve sorte, mas também teve o mérito de impedir, nomeadamente no seio das forças armadas, a formação de uma força moderada que gozasse da confiança da Inglaterra e dos Estados Unidos capaz de promover as mudanças cosméticas de que o regime necessitava para se legitimar “democraticamente” aos olhos das potências vencedoras.
Por um lado, o facto de a Península ameaçar virar exageradamente à esquerda em caso de deposição dos dois regimes de tipo fascista que nela governavam e, por outro, a agudização cada vez mais intensa da Guerra Fria salvaram Franco e Salazar. Tiveram sorte tanto um como outro,
Aliás, era com essa mesma Guerra Fria num contexto já internacionalmente diferente com que Salazar contava vinte e tal anos mais tarde para resolver a seu contento as guerras coloniais. Só que ai o seu falhanço por incapacidade de compreensão do mundo em que então vivia é total e sem salvação possível.

Comemorar o 9 de Maio, dia da vitória, com um elogio a Franco não é necessariamente uma aberração, é apenas uma opção política. Mas afirmar que Portugal se manteve neutral na II Guerra Mundial, que a Península ficou à margem da guerra e que Hitler não tomou Gibraltar por Franco, em Hendaye, se ter recusado a entrar na guerra é dar da história uma visão incompleta que corre o risco de a deturpar, por muito que o objectivo seja apoucar Salazar (agora que ele já morreu há 50 anos…).

Vamos aos factos: No outono de 1940 Hitler já sonhava com uma Alemanha vencedora e porventura com um plano de paz que pusesse termo ao conflito no Ocidente europeu susceptível de reflectir a correlação de forças existente no campo militar. Depois de derrotada a França, ocupada a Polónia e dominada a Europa do norte, só faltava a rendição da Inglaterra e a repartição dos seus despojos imperiais pelos vencedores.  

Para abreviar o termo do conflito, à Alemanha interessava a entrada da Espanha na guerra e a Espanha também estava interessada em sentar-se à mesa dos vencedores, desde que não tivesse que fazer um grande esforço, dada a penúria em que se encontrava, e pudesse tirar dessa participação uma grande vantagem. Foi assim, neste contexto bélico e de interesses não necessariamente coincidentes, que decorreu o encontro de Hendaye entre Hitler e Franco em finais de Outubro de 1940.

A situação de Espanha era à época deplorável. Completamente exaurida por uma guerra civil de três anos, a Espanha estava faminta, atrasadíssima, com péssimas vias de comunicação e militarmente fraca, apesar da vitória interna alcançada um ano antes.

Franco, como qualquer outro espanhol megalómano (de que Aznar nos tempos modernos é também um bom exemplo, mas não o único), sonhava com uma Espanha imperial. Daí que nas negociações com os alemães, mesmo quando conduzidas do seu lado por confessos simpatizantes nazis, a Espanha pretendesse como contrapartida da sua entrada na guerra, além de comida, combustíveis e fornecimento de material bélico em quantidades absurdas, a transferência dos territórios franceses do norte de África e Gibraltar, claro.

Os alemães jamais cederam a esta pretensão, Hitler inclusive. A justificação era muito óbvia: Hitler não queria hostilizar a França de Vichy, com a qual ainda contava para fazer a guerra à Inglaterra, e, portanto, não se ia comprometer com a entrega de vastos territórios de um potencial aliado, que na estratégia alemã era muito mais importante para o futuro próximo da guerra do que a da depauperada e miserável Espanha. Assim, no Protocolo que reflecte o ponto das conversações de Hendaye, a Alemanha limitou-se a aceitar:

 Além da união de Gibraltar, as potências do Eixo declaram que, em princípio, estão preparadas para dispor, no decurso do acerto geral em África, que se levará a cabo nos tratados de paz após a derrota da Inglaterra, que sejam cedidas a Espanha certas áreas em África precisamente com a mesma extensão das que a França possa ser compensada com outras secessões territoriais em África com o mesmo valor. As reclamações a fazer pela Alemanha e a Itália à França não deverão ser afectadas por isso”.

Este compromisso, negociado por Ribbentrop, que a Alemanha aceitou fazer por escrito, não satisfez Franco nem o seu cunhado Serrano Süner, tendo por isso sido apenas assinado pelos embaixadores dos dois países, Monteros e Stohrer.  A Espanha sabia que não tinha condições para entrar na guerra, embora quisesse fazer parte dos vencedores. E como a história demonstrou com outros aliados de Hitler, a Alemanha só teria perder, mesmo quando estava a ganhar, com um aliado como a Espanha.

Não obstante, Hitler ficou decepcionadíssimo com Franco e logo percebeu que dali não resultaria nada de útil. Se decidisse tomar Gibraltar teria de fazê-lo pelos seus próprios meios. Talvez por isso Franco tenha encarregado o seu estado-maior de preparar um plano para a invasão de Portugal com vista ao domínio da costa marítima, caso Hitler desencadeasse um ataque destinado a tomar Gibraltar, para obviar a um desembarque inglês nas costas portuguesas.

Como se sabe, nada disso aconteceu. A Alemanha, em fins de 1940, deparou-se com problemas no sudeste da Europa por um dos seus aliados se ter revelado incapaz de levar a cabo a acção que havia empreendido – conquista da Albânia e da Grécia pela Itália. Logo a seguir as coisas também deixaram de correr bem no norte de África e passaram a correr muito pior depois da entrada dos Estados Unidos na Guerra (Dezembro de 1941) e a partir de Junho de 1941 as suas atenções focaram-se fundamentalmente na frente leste, onde apesar das facilidades iniciais, tudo começou a correr muito mal desde fins de 42.

Assim, a questão da Espanha deixou de ser relevante para a Alemanha. Quanto a Portugal, nem a Inglaterra nem a Alemanha estavam interessadas na entrada de Portugal na guerra. E Portugal, mesmo contra vontade própria, só não entrou, porque quando a Inglaterra e os Estados Unidos fizeram as grandes exigências a Salazar, concedidas depois de um longo e complexo enredo, a Alemanha já não estava em condições de belicamente as poder contrariar.

No governo de Salazar as simpatias dividiam-se entre ambos os contendores, embora numa primeira fase os simpatizantes do Eixo nazi-fascista fossem predominantes. Salazar começa por defender convictamente a neutralidade, mas fica muito abalado com a participação da URSS ao lado da Inglaterra e dos Estados Unidos, a ponto de não se coibir de censurar asperamente essa aliança em vários discursos.

Acabou por tudo lhe correr bem tacticamente. Até essa inusitada aliança, pelos seus efeitos posteriores. A vitória das potências do Eixo não lhe traria, em princípio, problemas de continuidade, embora tivesse de dar outra visibilidade à doutrinação nazi-fascista, o que não era completamente do seu gosto pelas movimentações populares que a transformação da União Nacional num partido de massas necessariamente implicaria. A vitória das forças aliadas, pelo contrário, constituiria do ponto de vista teórico um sério risco à sua continuidade. Quis o destino que a rápida emergência de um clima de Guerra Fria lhe tivesse garantido a continuidade de um lugar que doutro modo estaria em causa.

Salazar teve sorte, mas também teve o mérito de impedir, nomeadamente no seio das forças armadas, a formação de uma força moderada que gozasse da confiança da Inglaterra e dos Estados Unidos capaz de promover as mudanças cosméticas de que o regime necessitava para se legitimar “democraticamente” aos olhos das potências vencedoras.

Por um lado, o facto de a Península ameaçar virar exageradamente à esquerda em caso de deposição dos dois regimes de tipo fascista que nela governavam e, por outro, a agudização cada vez mais intensa da Guerra Fria salvaram Franco e Salazar. Tiveram sorte tanto um como outro,

Aliás, era com essa mesma Guerra Fria num contexto já internacionalmente diferente com que Salazar contava vinte e tal anos mais tarde para resolver a seu contento as guerras coloniais. Só que ai o seu falhanço por incapacidade de compreensão do mundo em que então vivia é total e sem salvação possível.

4 comentários:

Jaime Santos disse...

Um bom texto. Mas o texto de Seixas da Costa a que se refere não faz nenhum elogio a Franco, limita-se a constatar que a atitude do ditador espanhol contribuiu provavelmente mais para poupar Portugal a uma entrada na Guerra do que a de Salazar, pelo menos a nível externo (fazer-se de morto, parece-me que era isso que ele queria dizer com a neutralidade colaborante). Aliás, diz o mesmo no seu texto quando refere que Franco não alinhou com Hitler numa invasão de Gibraltar.

Diga-se que a acção do Estado Português conteve episódios que podemos considerar de louvar. As organizações de apoio aos refugiados, nomeadamente aos judeus, puderam actuar sem problemas e mau grado o caso de Sousa Mendes, Salazar honrou, se não estou em erro, todos os vistos que o consul português passou à revelia das instruções de Lisboa. E mais tarde em Budapeste, em 1944, os diplomatas portugueses, com o respaldo dos seus superiores, actuaram também em prol dos refugiados. Os tempos, claro, eram outros.

Salazar actuou sempre com um claro sentido das relações de força, tendo a consciência que Portugal pouco poderia fazer perante potências com uma capacidade militar e industrial infinitamente superior à do nosso País. Pautou, como bem diz, a sua acção por uma prudência e um realismo que não soube mostrar duas décadas mais tarde, quando era claro que as duas super-potências apostavam na dissolução dos impérios coloniais europeus (Roosevelt já tinha feito essa exigência a Churchill) e na consolidação de zonas de influência ou mesmo na criação de estados clientes (Europa de Leste para a URSS e inúmeros exemplos na América Latina para os EUA, no primeiro caso recorrendo se necessário à intervenção militar directa, no segundo caso patrocinando o derrube de governos quando as políticas interferiam com os interesses americanos).

JM Correia Pinto disse...

Concordo, no essencial.
Gibraltar não foi tomado pelos alemães pelas razões que exponho no texto. Franco não estava contra a tomada de Gibraltar. O que Franco queria era uma compensação excessiva para permitir a passagem das tropas alemães pelo seu território. Hitler não cedeu às pretensões de Franco naquela altura, para não criar problemas com a França (Vichy) e uns meses depois começava a ser muito difícil para os alemães abrir uma frente na Península contra, muito provavelmente, os ingleses. E certamente também percebeu, quanto mais não fosse pelas pretensões de Franco, que a Espanha, como aliada, daria muito mais prejuízo do que lucro. Aliás, os alemães conheciam razoavelmente a situação em que a Espanha se encontrava.
Não acho que Franco tenha tido qualquer mérito. Teve foi sorte, muita sorte. Só por cegueira política se não perceberá - embora eu ache que se perceba e apenas se pretende com base em análises de factos passados já politicamente irrelevantes tirar vantagens políticas presentes...de graça - dizia que somente por cegueira política se não reconhecerá que atitude de Salazar relativamente às exigências anglo-americanas exigiu muito mais trabalho diplomático de alto risco do que a bazófia franquista. Aliás, Salazar retardou a satisfação das exigências anglo-americanas por um tempo, em estado de guerra, absolutamente inaceitável para ir vendo como as coisas iam parando. Quando cedeu já a Alemanha estava de rastos. Também teve a sorte de contar com alguns amigos (Anthony Eden) na Inglaterra que lhe iam "aparando" o jogo.
Lembro-me, como se fosse hoje, de já na década de 60 - não recordo se a propósito da Índia ou de Angola - Salazar num discurso em que criticava a falta de solidariedade dos seus aliados ter afirmado que outra tinha sido a atitude de Portugal, relativamente aos "pedidos" que durante a guerra lhe foram feitos, num tempo em que o poder da Alemanha estava "intangível" . Não estava e Salazar sabia perfeitamente que já não estava, embora não acreditasse numa rendição incondicional. Ou seja, admitia que nem a Inglaterra nem os Estados Unidos iriam exigir, no fim, uma "rendição incondicional". Era o que se poderia chamar uma "fezada" por nessa altura os três aliados já terem acordado nesse fim da guerra.

Jaime Santos disse...

Creio, teria que verificar, que Salazar cedeu a utilização das Lajes sob ameaça anglo-americana de ocupação. Mas fê-lo o mais tarde possível, é verdade.

Quanto ao que chama basófia franquista, uma táctica clássica da reserva mental é colocar condições numa negociação que se sabe serem inaceitáveis. Não posso saber o que ia na mente do ditador espanhol, mas dado o estado da Espanha que refere, Franco não deveria querer entrar na guerra nessas condições. Deixar os alemães invadir Gibraltar sozinhos seria uma forma de não hostilizar completamente o outro lado.

Parece-me uma hipótese tão provável como a de que Franco efectivamente sofria dessa megalomania de que fala.

Franco era provavelmente demasiado inteligente para ficar refém de Hitler. Já lhe devia a ajuda durante a Guerra Civil. Olhe para o que aconteceu com o regente húngaro, por exemplo, que aceitou uma aliança para recuperar território perdido no Tratado de Trianon e acabou deposto e com um governo nazi na Hungria, quando tentou negociar com a URSS. Ou para o que aconteceu com Mussolini...

Franco acabou por deixar que uma divisão de voluntários participasse na operação Barbarossa, mas não em operações contra os aliados ocidentais. A coragem de tais fanáticos foi elogiada por Hitler.

Não estou aqui a defender Franco ou Salazar, obviamente. Reconhecer que eram dois indivíduos argutos, e provavelmente demasiado católicos e conservadores para alinharem nas aventuras de Hitler, não é secundar as suas posições. Odiavam o Comunismo, mas não sofriam de paranoia anti-semita, os judeus em Portugal e Espanha não foram incomodados...

E talvez essa argúcia justifique a longevidade de ambos.

MarycNava disse...

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