PARA MEMÓRIA FUTURA
COVID19 E A DEMAGOGIA
Há maneira de conter a propagação do vírus na grande Lisboa? Sim, claro que há. É muito simples: testar, retirar imediatamente do seio da comunidade as pessoas infectadas e isolá-las em hospitais de campanha ou em qualquer outro alojamento com condições para as acomodar. Rastrear logo a seguir as pessoas que contactaram com os infectados e juntá-las aos anteriores se estiverem contaminadas. Por último, vigiar policialmente todas as regras (e não as simples recomendações) que não estejam a ser cumpridas – distanciamento social, ajuntamentos, máscaras, higienização, etc.
Há condições para fazer isto em Portugal ou num qualquer outro país ocidental? Não, não há.
Então,
se não há por que se insurgem contra quem não o faz? E por que igualmente se
insurgem contra quem o fez e continua a fazer…com êxito?
A isto
se chama demagogia
20/07/02
A DECADÊNCIA
Durante anos e anos os anglo-saxónicos e, em geral, os ocidentais atacavam a URSS e a República Popular da China, bem como os demais países socialistas, por recusarem o "free market” e terem instituído um sistema económico que não lhes permitia satisfazer as necessidades das suas populações.
Durante
anos e anos imiscuíram-se despudoradamente na política interna desses países
para os destabilizar politicamente através dos mais variados meios (entre os
quais nunca faltaram as sanções e as ameaças) de modo a criar um clima que
pudesse levar ao seu colapso.
Hoje,
esses mesmos países atacam a República Popular da China por inundar o mundo com
os seus produtos e passam o seu tempo a acusá-la, juntamente com a Rússia, de
ingerência nas suas políticas internas. Invocam razões de segurança nacional
para esconder a sua derrota no "free
market", ou seja, no campo em que eles até há bem pouco exigiram que
se jogasse.
A isto
chama-se perder a hegemonia. E a perda da hegemonia terá como consequência
inevitável a decadência do mundo ocidental.
Todavia,
perder a hegemonia ideológica mantendo, ou supondo manter, a hegemonia
armamentista é um perigo para toda a humanidade. A arrogância e o desespero,
unidos, não auguram nada de bom para o futuro do mundo.
20/07/17
MARK RUTTE
Alguém acredita que o PM dos Países Baixos esteja a actuar por conta própria? Alguém acredita que a Holanda, um verdadeiro viveiro de lacaios americanos na NATO e de batedores especializados em abrir caminho a fins inconfessáveis dos seus mandantes na União Europeia (primeiro, durante muitos anos, os ingleses e, ultimamente, os alemães), tenha a ousadia de apresentar propostas radicais numa reunião tão importante como a que desde ontem está a ter lugar em Bruxelas?
Eu não
acredito. Evidentemente, que as propostas neerlandesas não são para aprovar tal
como são apresentadas, mas destinam-se a criar uma barreira intransponível ao
primitivo sentido dos financiamentos a fundo perdido, transformando-os em
fundos condicionados a um conjunto de exigências que nada tenham a ver com a
causa que os determina.
Ou seja,
houve quem no quadro trágico causado pela pandemia tivesse sentido a
preocupação de apagar a péssima imagem que a UE deixou nos cidadãos europeus
pela sua actuação nos primeiros meses da propagação da doença na Europa
mediante o anúncio de um programa em que afloravam alguns elementos altruístas
inabituais no comportamento corrente da União Europeia. Obtido esse efeito propagandístico,
conviria encontrar alguém que pudesse fazer reverter ao seu sentido habitual os
fundos destinados ao dito "programa de recuperação económica".
E, para
isso, nada mais eficiente do que encarregar dessa tarefa quem não tenha
qualquer problema em acusar os países do Sul de gastar o "dinheiro dos
outros" em álcool e mulheres, ou, como se diria cá por cima, em "putas e vinho verde".
Creio
que foi o que se passou e para tanto nada mais prático do que reclamar os
serviços de um país especializado em “off
shores”, em deslocalizações fiscais, em drogas e prostituição. A cada um o
seu papel!
20/07/18
OS COMENTADORES DA RTP
Os
comentadores da RTP acham natural que os estrangeiros interfiram directa ou
indirectamente em Hong Kong, como também achavam natural que os "exemplos"
de Macau e de Hong Kong “contagiassem" toda a China.
Pelo
contrário, interpretam como uma grave quebra dos compromissos assumidos o
exercício da soberania chinesa em Hong Kong.
Provavelmente,
também acharão normal que dois porta-aviões americanos naveguem nos mares da
China e que um outro do Reino Unido se prepare para rumar a essas mesmas paragens,
mas certamente considerariam como uma gravíssima ameaça à paz internacional a
deslocação de dois porta-aviões chineses para os mares da Florida ou das Caraíbas.
Os
Estados Unidos podem estar no grau zero da sua capacidade de influenciar o
mundo pela persuasão, a que chamam “soft
power”, apesar de essa persuasão não
dispensar os bombardeamentos cirúrgicos nem os assassinatos com “danos
colaterais”, mas do que não se podem queixar é da falta de lacaios.
20/07/18
AS DECLARAÇÕES DE RUI RIO
É a
mania dos pobres quererem parecer ricos. Ou seja, a verdadeira pelintrice dos
pobres é quererem comportar-se como os ricos!
20/07/18
A TAP E MARCELO
Alguém me explica que necessidade tinha MRS,
Presidente da República, de no diploma em que promulgou a aquisição pelo Estado
da participação accionista do sócio americano-brasileiro-maltês vir dizer que
se o Governo tivesse optado pela nacionalização não o promulgaria?
Isto é formal e substancialmente inaceitável.
Primeiro, porque a promulgação não é o instrumento adequado para exprimir esses
estados de alma. Que Cavaco, como economista-contabilista, o não saiba,
compreende-se, mas que MRS, como professor de Direito Constitucional, o
desconheça é que já nos parece inaceitável.
Substancialmente, também é uma posição difícil de sustentar num quadro
diferente daquele que acabou por se verificar. Basta pensar na hipótese de o
tal sócio americano-brasileiro-maltês dificultar propositadamente as
negociações. Iria MRS, nesse caso, arcar com a responsabilidade de deixar falir
a TAP?
20/07/18
RUSSIA
INTERFERIU NOS REFERENDOS BREXIT, ESCÓCIA E NAS ELEIÇÕES AMERICANAS, FRANCESAS,
ETC.?
Parece que não encontraram nada. Então como é que
interferiu? Propaganda? Bem, mas como é possível que as mais velhas democracias
do mundo, os campeões dos direitos democráticos e os velhos revolucionários da
Europa se deixem influenciar pela propaganda?
Isso é o que os Estados Unidos têm feito desde há 70
anos em países atrasados ou nos outros com batotas e ameaças.
Sim, como é que Estados que estão permanentemente a
dar lições de democracia ao mundo, que se gabam de ter uma população culta e
ancorada nos grandes princípios democráticos, podem admitir que venham uns
tipos lá das profundezas das estepes influenciar o seu bem avisado eleitorado?
Isso seria passar aos seus povos um grande atestado de incompetência. Mas
se essa incompetência realmente existe que legitimidade têm os governantes que
dela emergem para criticar ou acusar quem quer que seja?
20/07/20
O "POLÍCIA" POMPEO E A EUROPA
O ex director da CIA, agora Secretário de Estado de Trump, depois de ter conseguido que Londres desse o dito por não dito a propósito da Hauwei na 5 G britânica, quer agora que Downing Street, onde está em visita oficial, alinhe com eles (americanos) na acusação de negligência chinesas na difusão do novo corona vírus
Esta
acusação feita pelos dois mais "diligentes" países da comunidade
internacional na contenção e combate à COVID 19, a que somente o Brasil se
poderá juntar com o mesmo grau de eficiência, dá-nos uma ideia muito precisa do
que é hoje Ocidente no mundo. Dir-se-á que nem todo o Ocidente se revê nesta
forma de fazer política nem na mais completa desfaçatez que a caracteriza, mas
a essa objecção nós responderemos que somente depois de sabermos como vai a
Europa da UE responder às pressões americanas se poderá confirmar ou infirmar a
validade da objecção.
A
experiência até nos ensina que por mais "coices" que recebam de
Washington há sempre nas banda de cá - e não apenas na Holanda, na Polónia ou
nos Bálticos - quem esteja disposto a compreender e a justificar o tratamento recebido.
20/07/21
SALAZAR
Há cinquenta anos morreu Salazar. Não foi uma vitória a morte de Salazar. Para todos os que lutaram contra o fascismo salazarista, a morte do ditador, convencido de que continuava sendo o dono do poder ou fazendo de conta que continuava sendo-o (a verdade jamais se saberá), sem que antes dela tenha sido confrontado com o derrube do regime que durante um pouco mais de 40 anos tinha conseguido manter, se não foi uma derrota por não ter sido possível confrontá-lo com as consequência desse derrube, também não passou de uma triste consolação porventura expressa num duplo sentimento que, suponho, a todos perpassou: pelo menos, com ele não continuaremos, aconteça o que acontecer, e pode ser que com o seu ou os seus sucessores as coisas fiquem um pouco mais fáceis.
20707/27
SIC
Se é
verdade o que acabei de ler, tenho de dar os parabéns à SIC, o que me acontece,
se não erro, pela primeira vez.
Os
programas de adeptos foram eliminados da programação. Até que enfim!
Desde 28
de Fevereiro que não vejo nenhum programa desportivo. Nem depois dessa data
voltei a assistir a um jogo de futebol.
Os
programas a que a SIC agora pôs termo, e ao que me dizem também a TVI, eram o
que há de mais tóxico para o futebol. Pior que o COVID 19. Que alívio!
20/07/27
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