O PSOE ENTALADO
Más notícias para Portugal. A renúncia de Mas, que a CUP (Candidatura de Unidade Popular) se
recusava a votar como presidente da Generalitat, a favor de Carles Puigdemont,
igualmente militante da CDC (Convergência Democrática da Catalunha) e actual alcaide de Girona, praticamente liquida a
pretensão de Pedro Sanchez de formação de um governo à esquerda.
Quando Sanchez decidiu visitar António Costa, simbolizando,
em Espanha, com essa visita, a simpatia por uma “solução à portuguesa” , ainda
se supunha que a palavra de Mas era “irrenunciável”. Tal como noutras paragens,
a palavra da direita na Catalunha também vale pouco.
Resolvido o problema que Mas representava, afastada a
realização de eleições na Catalunha e retomado, sem interrupções, o processo
independentista, Rajoy fica com margem de manobra suficiente para pressionar,
com êxito, o PSOE para colaborar na investidura de um governo de “toda a
Espanha”.
Como se previa, o PSOE está metido num beco sem saída. Se
Sanchez persistir numa solução à portuguesa acabará a breve trecho por ser
expulso da presidência pelos “barões” do seu partido; se se abstiver na votação
de investidura de Rajoy ficará politicamente desacreditado.
A única hipótese que ainda se pode pôr de uma saída a médio
prazo relativamente satisfatória para o PSOE só poderá existir se Rajoy vier a
actuar na Catalunha com a tradicional brutalidade espanhola. Embora uma facção
muito significativa do PP (Partido Popular) advogue a linha dura, não é de crer que Rajoy e a sua
tradicional manha galega alinhem por um caminho sem retorno. Rajoy é bem capaz
de ter a arte suficiente para saber jogar eficazmente com as desinteligências existentes
entre os catalães.
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