Mentiria se não confessasse a
minha profunda admiração por Vasco Pulido Valente. Por me ter ensinado muita
coisa que eu não sabia? Não. Por concordar com as suas Interpretações
históricas ou com os seus comentários políticos? Também não. Muita admiração
por esse bem inestimável que não dá, quase nunca, para ter no banco uma muito
bem recheada conta bancária, mas que enche de prazer quem o tem e quem se abre
à admiração de quem o tem: a inteligência. Uma inteligência crítica, diletante,
emocionalmente distanciada da nauseabunda matéria sobre que incide o seu juízo.
Fala das coisas com um esgar facial que não deixa dúvidas quanto à repugnância
que elas lhe suscitam mas sempre com uma escrita primorosa, do melhor que a
língua comporta, que nos deixa numa ambivalência emocional e intelectual
difícil de decidir – a rejeição do conteúdo e a fascinação que a forma empresta ao conteúdo rejeitado.
Vou ter saudades tuas, Vasco
Pulido Valente!
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