quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

AS VIGÍLIAS


O ESTADO DE DIREITO E OS ASSALTANTES

Resultado de imagem para AS VIGÍLIAS POR RUI PINTO

Era de esperar que as vigílias fossem promovidas e frequentadas por cidadãos vigilantes. Não parece que seja esse o caso das que por ai se vão fazendo (quase sem vigilantes). Elas são frequentadas por populistas vulgares que pretendem fazer passar a ideia de que o denunciante é um cidadão exemplar e que se além de denunciante for também um assaltante é um cidadão no limiar da condecoração.
E a obsessão pela denúncia vai a tal ponto que até se aceita que um conhecido assaltante da privacidade alheia, acusado penalmente de tentar extorquir com base nos assaltos chorudas vantagens patrimoniais, aceite ser também o autor de um gigantesco assalto a uma companhia de petróleos angolana, propriedade do Estado de Angola. Até aqui tudo bem. Apesar de este assalto se situar num “ramo de negócio” pelo qual o assaltante nunca antes mostrara qualquer apetência, por que não admitir que quem já fez tantos assaltos seja o autor material de mais um?
Começa por não deixar de ser estranho o tempo que levou a reivindicar o assalto. Mas muito mais estranho é o assaltado ter ficado muito feliz com o assalto de que foi vítima. De facto, tanto a companhia de petróleos, como o seu titular, o Estado angolano, parecem ter ficado muito felizes com este assalto. Mas então se os documentos eram propriedade da companhia petrolífera, se estavam na sua posse, como podem ambos ter ficado tão felizes por terem tido conhecimento do que tinham na sua própria casa?

Publicado no FB em 30/01/20

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