quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

AS PRIMÁRIAS NA AMÉRICA

JOGO SUJO
A uma semana das decisivas eleições da próxima terça-feira (Texas, Ohio, Vermont e Rode Island) a tensão entre os candidatos democráticos está ao rubro. O estado-maior da campanha de Obama acusou a Senadora de NY de “práticas divisionistas” e de estar por trás da “mais penosa e repugnante manobra que se viu nestas eleições com o objectivo de criar um clima de terror entre os eleitores”. Referia-se à divulgação na internet de uma fotografia de Obama em trajes típicos da Somália, tirada durante a viagem que o Senador de Illinois fez ao Quénia, em 2006. Obviamente que finalidade última da foto era a de subliminarmente fazer passar a mensagem da ligação de Obama ao Islão, tanto em consequências das suas origens familiares (pai queniano) como em consequência de ter passado grande parte da sua infância no maior pais muçulmano do mundo – a Indonésia.
A manobra tinha ainda em vista desmoralizar o Senador para o debate de ontem à noite, em Cleveland (Ohio). Só que, mais uma vez, a manobra não resultou. Não resultou, em primeiro lugar, porque segundo uma sondagem USA Today/ Gallup, sete em cada dez americanos apostam na vitória de Obama; e, em segundo lugar, porque Obama voltou a ganhar o debate. Além de, segundo a última sondagem de The New York Times/CBS News, a maioria dos democratas entender que Obama é o candidato mais bem colocado para derrotar John McCain.
A única mensagem de Hillary Clinton que parece ter passado com algum êxito é a que insiste no facto de Obama não estar bem preparado para dirigir a América: republicanos e democratas entendem que McCain é mais bem preparado (73%), Hillary (57%) e Obama (39%). Obama tem vindo a responder a esta campanha dizendo que a América precisa de audácia, de sangue novo, de novas ideias e não mais do mesmo.
Nos dois grandes estados que na próxima terça-feira vão a votos (Texas, 228 delegados e Ohio, 141 delegados), a luta está muito renhida, com uma ligeira vantagem para Clinton no Ohio. Positivo para a campanha de Obama foi o importante apoio que ontem lhe foi prestado pelo influente senador demográfico de Canneticut, Cristopher Dodd.

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