Acabou há pouco tempo o debate entre o Presidente do Conselho espanhol, José Luis Zapatero, e o Presidente do PP, Mariano Rajoy, transmitido por várias cadeias de televisão espanholas, no quadro da campanha eleitoral para as próximas eleições legislativas de Março.
Para um estrangeiro que assista ao debate fica a ideia de que os problemas que afectam a Espanha e que interessam aos espanhóis são muito diferentes dos que costumam ser discutidos na generalidade das eleições europeias. Ou melhor, são interpretados pelos dois oponentes de forma diametralmente oposta. Os êxitos reais, efectivos, que Zapatero possa legitimamente exibir como resultado do seu mandato - criação de 3 milhões de empregos, a maior taxa de crescimento económico de toda a União Europeia, saneamento das contas públicas com largos superavides em cada ano, alargamento dos direitos sociais, nos domínios da saúde, do ensino, da segurança social e da habitação, bem como dos direitos em geral, nomeadamente no desenvolvimento de uma política de igualdade entre géneros, da cidadania e do estado de direito e, acima de tudo, o cumprimento sem falhas e sem mentiras do programa com que foi eleito – parecem nada interessar ao seu opositor, que, queira-se ou não, representa uma parte significativa da Espanha, e para o qual apenas contam verdadeiramente dois temas: a unidade de Espanha (e as questões com ela conexas, desde logo o terrorismo) e a imigração. A fixação de Rajoy nestes dois temas, inclusive com desprezo pela apresentação do seu próprio programa eleitoral, e o ataque impiedoso e pessoal feito à pessoa de Zapatero e à sua política demonstra que o tema é de importância fundamental para uma parte considerável da sociedade espanhola.
Mas demonstra também que a Espanha está mais dividida que nunca: dividida entre uma Espanha fortemente centralizadora, imperial, para a qual a democracia não passa de um instrumento útil de legitimação e de consenso necessário à aplicação de uma política destinada a reduzir por qualquer via as suas diferenças históricas e uma Espanha dialogante, multicultural, multinacional, em suma, democrática, que procura através do aprofundamento da democracia manter a sua unidade.
Veremos em Março para que lado se inclinam os espanhóis.
Para um estrangeiro que assista ao debate fica a ideia de que os problemas que afectam a Espanha e que interessam aos espanhóis são muito diferentes dos que costumam ser discutidos na generalidade das eleições europeias. Ou melhor, são interpretados pelos dois oponentes de forma diametralmente oposta. Os êxitos reais, efectivos, que Zapatero possa legitimamente exibir como resultado do seu mandato - criação de 3 milhões de empregos, a maior taxa de crescimento económico de toda a União Europeia, saneamento das contas públicas com largos superavides em cada ano, alargamento dos direitos sociais, nos domínios da saúde, do ensino, da segurança social e da habitação, bem como dos direitos em geral, nomeadamente no desenvolvimento de uma política de igualdade entre géneros, da cidadania e do estado de direito e, acima de tudo, o cumprimento sem falhas e sem mentiras do programa com que foi eleito – parecem nada interessar ao seu opositor, que, queira-se ou não, representa uma parte significativa da Espanha, e para o qual apenas contam verdadeiramente dois temas: a unidade de Espanha (e as questões com ela conexas, desde logo o terrorismo) e a imigração. A fixação de Rajoy nestes dois temas, inclusive com desprezo pela apresentação do seu próprio programa eleitoral, e o ataque impiedoso e pessoal feito à pessoa de Zapatero e à sua política demonstra que o tema é de importância fundamental para uma parte considerável da sociedade espanhola.
Mas demonstra também que a Espanha está mais dividida que nunca: dividida entre uma Espanha fortemente centralizadora, imperial, para a qual a democracia não passa de um instrumento útil de legitimação e de consenso necessário à aplicação de uma política destinada a reduzir por qualquer via as suas diferenças históricas e uma Espanha dialogante, multicultural, multinacional, em suma, democrática, que procura através do aprofundamento da democracia manter a sua unidade.
Veremos em Março para que lado se inclinam os espanhóis.
Sem comentários:
Enviar um comentário