quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ECOS DE LISBOA



POUCAS NOVIDADES

De Lisboa chegam poucas novidades. Sócrates realinhou o PS às suas ordens, como se esperava, nem que para isso tivesse de cometer, como teve, o supremo sacrilégio de convocar os órgãos do partido, há tanto tempo silenciados. Sem surpresas, Sócrates impôs a sua estratégia ao PS e o PS, obediente, aceita colapsar com ele.
Entretanto, na PT reina a confusão. Para além das declarações contraditórias dos seus dirigentes máximos, que nenhuma habilidade póstuma consegue harmonizar, assiste-se à inevitável queda do “Homem de Sócrates” na empresa. Mais um “apertão” e outros cairão.
Finalmente, Fernando Nobre anuncia na sexta-feira a sua candidatura a Belém. Os soaristas,digam eles o que disserem, “esfregam as mãos” de contentes. Mas, como irão ver mais à frente, não têm motivos para isso. Se a candidatura de Fernando Nobre constitui um sinal de dinamismo da sociedade civil, como já se ouviu dizer, isso só pode querer significar que a sociedade civil não existe, o que também não constitui motivo de espanto para ninguém, minimamente informado. Entre a sociedade dos subsídios e a sociedade política, viva a política.

3 comentários:

João Manuel Vicente disse...

O Dr. Fernando Nobre fez e pode mostrar urbi et orbi o que fez: cada um pode apreciar e valorar a sua obra altruísta.

Está aí para visionamento geral o seu labor em prol dos outros.

O Sr. Manuel Alegre terá cerca de 71 anos. Nenhuma obra tem e já pouca escassamente terá.

A única "obra" são cerca de € 6.000,00 de pensão, designadamente fruto do seu "labor" escassos meses na RDP.

Que "esquerda" é essa a do Sr. Manuel Alegre?

Os "povos de esquerda" não mereciam diferente, não mereceriam mais, não mereceriam melhor?

Não sei se votarei e, fazendo-o, se votarei afinal no Dr. Fernando Nobre. Agora é certo para mim que à esquerda já existe desde ontem um candidato "votável".

Anónimo disse...

1. só um analfabeto cultural pode referir-se assim à "não obra" de Alegre.

2. só um megafone do alarido rasca da plebe pode vir trautear essa canção das pensões.

3. só um distraído pode ver no Dr. Nobre um candidato de esquerda.

João Manuel Vicente disse...

Impolidez à parte (foi este o eufemismo que consegui arranjar para aludir à sua má-criação, caro Sr. Anónimo), para mim parece-me muito evidente que a generosidade vai do que se quer fazer e,portanto, se faz MESMO em prol dos outros.

Fernando Nobre fê-lo sempre, tem um lastro de acções meritórias que o antecedem e que valem de per se.


Essa postura, que só posso reputar como altruísta, contrasta flagrantemente com a mera retórica do Sr. Alegre.

Sabe, caro Sr. Anónimo, que as palavras, algumas em particular, devem ser muito bem tratadas e mesmo poupadas? Pois que se forem usadas em vão uma vida inteira, se tiverem sido instrumentalizadas inconsequentemente, perdem elas próprias o que fora o seu imediato valor significante.

Ora, Manuel Alegre quase conseguiu despir de seu valor imanente muitas das palavras que reputo valiosas. Fraternidade, empatia, dignidade, contenção, humildade ou altruísmo por pouco iam perdendo o seu valor por obra canibalizante e predatória do Sr. Manuel Alegre.

E sim, desde logo em razão da pensão de perto de seis mil euros que o mesmo aufere, rectius, da manifesta incompatibilidade entre o seu labor e um tal montante insultuoso: é que quem lhe paga essa pensão sou também e para que ele receba isso muitos, REALMENTE carecidos, recebem obviamente MENOS.