quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A PRIVATARIA DE PASSOS E RELVAS NÃO PASSOU


MAS AINDA É CEDO PARA CANTAR VITÓRIA
 
 
Um dos mais escandalosos negócios da história da democracia portuguesa esteve a milímetros de se concretizar. De momento o negócio foi inviabilizado, mas ainda é cedo para cantar vitória.
Dentro do próprio Governo, na sociedade portuguesa, na oposição e até em sectores influentes do estrangeiro, tanto de portugueses como de estrangeiros, um coro de reprovações e de protestos impediu que o que já estava “acordado com todos os pormenores” acabasse por não vingar.
Mas “eles” continuam lá e não vão desistir com facilidade. É certo que nem sequer tiveram coragem de vir dar a notícia, tal o estado de prostração em que se encontram. Mandaram os juniores dar as explicações. Mas o povo percebeu o que se passou.
Também não pode haver dúvidas de que as forças que advogam a privatização, embora sem os processos imaculados defendidos por Relvas e Passos, continuarão apostados em fazê-la rapidamente, de preferência dentro da União Europeia.   Muito provavelmente vão contar doravante com a oposição daqueles que já tinham “tudo acordado”. E dessa luta fratricida entre os defensores dos processos imaculados e outros, os que acima de tudo se querem ver livres da dívida (e que desempenharam um importante papel na inviabilização da operação) podem tirar partido todos aqueles que na sociedade portuguesa querem manter a TAP no domínio público.
Na defesa deste objectivo, além dos múltiplos sectores da sociedade portuguesa que se manifestaram contra a privatização e dos partidos de esquerda que a ela se opõem, desempenhará um papel decisivo o PS.
Sobre o PS recai a responsabilidade maior de advogar sem reticências a natureza pública da TAP, defendendo a sua viabilidade e a recapitalização da empresa nos mesmos termos em que outros países o têm feito na União Europeia relativamente a sectores estratégicos da economia de cuja propriedade ou controlo o Estado não abdica. Nada no direito comunitário o impede, por maiores que sejam as dificuldades levantadas ou a levantar pelos sectores (hegemónicos) da ortodoxia neoliberal da Comissão Europeia.
É para este combate que o PS tem de estar preparado se quiser ter uma actuação conforme ao reclamado pelo sentimento popular.
E tem de estar preparado não apenas para fazer face às dificuldades levantadas pela Comissão Europeia, mas também cá dentro àqueles que já “tinham tudo acordado”. E nem sequer será necessário indicar nomes para imediatamente se perceber qual ou quais, além dos que no Governo defendiam a "venda" imediata da empresa, os representantes do sector financeiro altamente interessados na realização do negócio agora abortado por via de uma conjugação muito heterogénea de forças. Esse ou esses sectores financeiros sempre muito empenhados, tal como Relvas, em processos imaculados de negócios tudo farão, tudo continuarão a fazer, para relançar as bases de um negócio que também já davam por concluído.
Finalmente, pode dar-se o caso – tudo vai depender de desenvolvimentos futuros – que esta enxovalhante derrota marque o princípio do fim (próximo) do Governo de Relvas e Passos Coelho!

10 comentários:

Anónimo disse...

Desculpe, mas não posso concordar com esta sua opinião que revela um fanatismo acéfalo. Não sou defensor deste governo nem das suas políticas. MAs neste caso aprece que toda a gente estava à espera que a privatização da TAP avançasse para iniciar um chorrilho de críticas ao processo, lançando todas as suspeitas e mais algumas sobre a honestidade e honorabilidade das pessoas. Como tal não sucedeu, tenta-se ver a questão por outro prisma, culpabilizando na mesma os intervenientes. Em que ficamos? (Sobre o processo, nada me apraz dizer, porque é muito complexo e não tenho opinião formada e fundamentada sobre o mesmo).

Anónimo disse...

como é óbvio, fanático e acéfalo é quem acha que o Governo teria desistido do criem sem o coro alto de pressões.

Anónimo disse...

crime e não criem

Anónimo disse...

tb é curioso que quem diga que não tem nada para dizer sobre o processo por ser "muito complexo e não te[r] opinião formada e fundamentada sobre o mesmo" conteste as críticas ao mesmo.

deve ser a central laranja a trabalhar. e se não é militante é ao menos muito militonta.

Anónimo disse...

tb é curioso que quem diga que não tem nada para dizer sobre o processo por ser "muito complexo e não te[r] opinião formada e fundamentada sobre o mesmo" conteste as críticas ao mesmo.

deve ser a central laranja a trabalhar. e se não é militante é ao menos muito militonta.

j.e.simões disse...

Gosto da palavra "privataria", é expressiva...

anamar disse...

Um anónimo persistente...

Boa noite Zé Manel.

Por ora, respira-se um pouco mais fundo até ao próximo embate (?).

Abracinho

Anónimo disse...

A Anamar percebeu pouco do diálogo entre anónimos,ou não?

Albino M. disse...

Privataria, parece-me bem...
Quanto ao resto, é como dizia o outro: Mirá-la e leixá-la...

Anónimo disse...

"Privataria" foi bem esgalhada. Como bem é dito não devemos diminuir Passos frente a Relvas sao irmãos gémeos nos truques e negóciozecos desde pelo menos a Tecnoforma. Já antes Relvas, de acordo com o que é público e não desmentido, tinha revelado o alto sentido ético e de defensor do interesse público quando deputado com aquelas trafulhices de roubar ao erário público uns dinheiros com as facturas falsas das viagens virtuais e com as moradas falsas para mais um suplementos de deslocações. A ser assim e não foi desmentido nao foi único mas ter como 1º ou 2º no governo gente assim é demais. Agora conseguiram não uma empresazeca Tecnoforma mas a empresazona Estado Português. Mas o essencial nem serão os putativos milhões de comissões para consultores e quem os controla mas o irreversível prejuizo para o país da perda de um bem tão estratégico como a TAP.