quarta-feira, 8 de maio de 2013

8 DE MAIO DE 1945


 

RENDIÇÃO DA ALEMANHA

Não interessa agora evocar a efeméride para sobre ela tecer considerações. Já tudo terá sido dito, quer sobre o 8 de Maio, quer sobre o 7, quer mesmo sobre as bolsas de resistência que se mantiveram aqui e ali por mais algum tempo.

O que interessa mesmo é o “fait divers”. Esse é que ainda hoje pode ser interessante. Vamos então a duas notinhas muito simples.

Já depois de Hitler se ter suicidado e de a guerra estar irremediavelmente perdida, Himmler ainda acreditava que Eisenhower não poderia passar sem ele. A conversa que manteve com Speer quando este vinha da sua última visita ao “bunker” é surreal. Cada um procurava enganar o outro sobre o futuro governo da Alemanha ambos convencidos de que seria um deles a chefiá-lo.

Só mesmo quando foi preso, depois de várias tentativas para chegar à fala com Eisenhower, é que Himmler percebeu que o seu fim tinha chegado e suicidou-se.

Já Speer manteve essa ilusão por muito mais tempo, praticamente até ir para a prisão de Nuremberga. Também ele acreditava que a reconstrução da Alemanha não se faria sem ele. É certo que os ingleses tiveram nisto alguma culpa, mas Speer já acalentava essa esperança muito antes de contactar os ingleses.

E ambos eram muito inteligentes. Speer era mesmo considerado um génio e todavia…

A que propósito vem isto? Numa altura em que por toda a Europa se agravam as medidas de austeridade e em que aos países do sul todos os dias são exigidos mais sacrifícios e mais cortes com tudo o que isso implica há por aí uns pândegos a dizer que a austeridade tem os dias contados e que o bom senso vai acabar por prevalecer em toda a Europa.

Mas se a Alemanha, mesmo derrotada, tem dificuldade em aceitar a realidade como se pode esperar que vitoriosa mude de rumo?

2 comentários:

Anónimo disse...

...Mas Senhor Dr. josé Manuel, a Alemanha não está vitoriosa; o que a Alemanha está é numa posição de vantagem que, não obstante ser mais aparente do que real, vai prevalecendo, enquanto convier à França, Italia e até mesmo à Espanha. Quando à França e à Itália, sobretudo, não convier a situação, irão "tirar o tapete" à Alemanha e tudo se irá alterar. Isso não significa que a situação em Portugal irá melhorar, pois, para isso, terão que ser os Portugueses a lutar,e não ficarem, ingenuamente, à espera da solidariedade dos outros, porque estes "estão-se nas tintas"como sempre, para Nós e, se possível ainda exportam a sua crise cá para o "rectângulo."

Anónimo disse...

Peço desculpa, pois onde está escrito josé, deveria estar José