A BEM DE
PORTUGAL E DOS PORTUGUESES
Cavaco é hoje o
grande problema com que os portugueses se defrontam. Sem Cavaco não haveria
Passos nem Gaspar, o Governo já teria sido demitido e ter-se-ia certamente
encetado um esforço sério para inverter o caminho de ruina e de descalabro que
tem vindo a caracterizar a vida político-económica portuguesa desde há cerca de
dois anos. Contrariamente ao que parece suceder com o país político, partidos
de esquerda e PS, que tendem a ver em Cavaco um simples comparsa dos que estão
no poder ou, no caso do PS, o grande responsável pelo derrube do último governo
socialista, o povo anónimo que se manifesta nas ruas, nas antenas abertas e nas
redes sociais tem uma ideia muito mais precisa da responsabilidade de Cavaco na
crise portuguesa e do obstáculo que ele representa para a sua superação.
Cavaco Silva é
o primeiro Presidente da República eleito por sufrágio universal que tem contra
si a esmagadora maioria dos portugueses, além de nunca ter reunido a sua
simpatia, mesmo durante o primeiro mandato. Os portugueses não confiam em
Cavaco nem acreditam que ele esteja à altura das exigências da função. Os
portugueses compreenderam que Cavaco é parcial e que sob a falsa capa de
político apolítico coloca permanentemente os interesses partidário-pessoais
acima dos interesses nacionais, como aliás sempre fez durante os mandatos em
que exerceu as funções de Primeiro Ministro.
Com um passado
político de escasso apego aos valores democráticos, Cavaco é também o primeiro
Presidente da República saído do 25 de Abril que não pode, como cidadão, exibir
no seu curriculum um único gesto ou atitude que o tivesse demarcado da
ditadura, facto tanto mais notado quanto é certo ter vivido numa época em que
essa era a norma da geração estudantil a que pertenceu.
Essa difícil
convivência com os valores genuinamente democráticos teve mais tarde plena
confirmação quando, surpreendentemente, desempenhou durante dez anos o cargo de
Primeiro Ministro, em cujas funções pautou politicamente a sua conduta por um
propositado afastamento dos princípios que regem a vida política em democracia.
Cavaco desprezava o Parlamento, de cuja maioria se serviu como simples caixa de
ressonância do governo, fazendo-a aprovar acriticamente as medidas que por
imposição constitucional não poderiam deixar de ai ser aprovadas, assim como
desprezava as oposições e os seus deputados tanto em ostensivas manifestações
de ausência como em arrogantes e prepotentes demonstrações de poder sempre que,
também por impositivo constitucional, se não podia furtar à presença no
Parlamento.
Esta recusa de
diálogo com os seus opositores políticos e de indisfarçável desprezo pela
função parlamentar são a marca de uma atitude, herdada do salazarismo, que
pretende fazer passar a ideia junto do povo apolítico ou insuficientemente
politizado de que o verdadeiro chefe tem coisas mais importantes a fazer do que
gastar inutilmente o seu tempo a discutir com os deputados da oposição.
Autocrata por
convicção, mesquinho por formação e vingativo por temperamento, Cavaco era, a
todas as luzes, dos políticos portugueses aquele que menos condições políticas
e emocionais reunia para o desempenho do cargo de Presidente da República.
E se logo no
primeiro mandato Cavaco deu provas seguras dessa incapacidade de suportar a
crítica e a divergência, absolutamente normais na vida política, transformando
pequenos e insignificante episódios em verdadeiros casus belli, foi no segundo
mandato, primeiro perante a fragilidade do Governo em funções e depois na
convivência com um governo do seu partido, que Cavaco teve e tem tido a
oportunidade de se exibir tal qual é.
Depois da
triste figura que fez nas comemorações oficiais do 25 de Abril, colando-se
aberta e declaradamente a um governo que não dá tréguas na sua obstinada
caminhada para a destruição do país, ao serviço e em obediência a interesses
estrangeiros, Cavaco prepara-se para aceitar, sem críticas ou com críticas de
circunstância de circunstância, mas sempre falsas e despidas de consequências, o demolidor ataque que o Governo hoje à noite anunciou contra Portugal e os
portugueses.
Na ausência de
entidades que institucionalmente os defendam do descalabro e da ruina e de
instituições capazes de assegurar a dignidade nacional, os portugueses, no
estado de calamidade pública em que se encontra o país, têm o direito de exigir
alterações radicais na superestrutura política com vista à viabilização
das políticas que necessariamente se impõem.
Como Cavaco não
está à altura das exigências do país, os portugueses devem exigir a sua
renúncia com o mesmo empenho e determinação com que exigem a demissão do
Governo.
A renúncia do
Presidente da República e a demissão do Governo são exigências impostas pela
sobrevivência de Portugal como país ao serviço dos portugueses!
16 comentários:
De acordo!
Como?
Cavaco para a estrumeira, já !
Não gosto do Cavaco, já não gostava no primeiro mandato mas foi ele o mais votado. Achar que o povo a meio do mandato já escolheria diferente é negar as bases da nossa democracia. Também não gosto deste governo nem votei neles mas não foi o povo que o escolheu?
O Cavaco, como era chamado pelos alunos, já assim era nos anos 70, já então pontificava entre o grupo de professores, ele era assistente de Finanças Públicas, mais recalcitrantes às movimentações e exigências progressistas dos estudantes no então ISCEF. Além da sua atitude conservadora/reaccionária face à situação, o que mais sobressaía na sua realção com as turmas era a extrema dificuldade em enfrentar qualquer situação de conflitualidade. Era assim e assim foi como P.M.. Agora com P.R. é que ficaram mais evidentes as suas "qualidades" mas o "bicho", para utilizar um termo do V.P.V., já cá andava há muito, o pessoal estava cego ou lembrava-se apenas da época da, por ele proclamada, pertença ao "gupo da frente"?
Diz no seu texto que os portugueses estão contra Cavaco, mas o que é certo é que a maioria votou nele e elegeu-o duas vezes. Este povinho labrego e simplório tem precisamente aquilo que merece.
Este homem é o principal culpado de tudo que está a acontecer ao país, desde que foi primeiro-ministro criou maus hábitos...
Prisão para ele e para todos eles que levaram este país a esta miséria! Prisão com trabalhos forçados para ajudar o país a uma sustentabilidade!!!
Um velho fundador do PSD, e seu deputado na Assembleia Constituinte, dizia-me há dias que se tinha demitido do PSD, porque o partido dele tinha sido tomado de assalto pelos ladrões e assassinos, comandados pelo Cavaco.
Zé Manel,
sem problemas....
Abracinho
Por mim é já hoje,este homem nunca me convenceu,acho ate que segundo dizem as boas ou más linguas ele pertenceu a PIDE/DGS,mas deve ter-se safo no meio da confusão,mas todos os dias tem provado que de DEMOCRATA não teve nem têm nada...fora com a péste...mama/sumae
(-.-)...Tribunal Constitucional podia deliberar que o homem está impróprio para consumo...
http://sem-anos-de-republica.blogspot.pt/
Constitucionalmente, como, por quem e por iniciativa de quem pode ser o Presidente da República declarado impedido de exercer as suas funções? Não querendo transformar um comentário num artigo de opinião, sugeria-lhe que dedicasse um post a este interessante assunto.
É claro para mim que, violando clamorosamente o PR o seu dever de cumprir e fazer cumprir a CR, deve ser impedido de o fazer.
Será necessário suspender as instituições politicas por recurso a um levantamento militar?
Vamos colocar esse anjinho no cimo da azinheira de fatima. já está há muito tempo em Belém.
PARA QUEM TEM DUVIDAS SOBRE ESTA PERSONALIDADE FAÇAM O FAVOR DE CONSULTAR:
http://www.mediafire.com/?aob6samab4fif9o
NO PONTO 12 ESTÁ CLARO COMO ÁGUA.
Parabéns pelo seu blogue, é preciso criar núcleos de norte a sul do PAÍS para derrubar o PR e o Governo, o país está ser destruído, há pessoas a passar fome, não existe emprego, as pessoas não conseguem pagar as suas responsabilidades, e necessario imprimir novas políticas para dar um novo rumo ao país.
Só há um pequeno problema... Derrubar o Presidente e o Governo consubstancia um golpe de Estado! Por muito que a nossa esquerda simpatize com a ideia, o Povo não está para aí virado. E na Democracia o Povo (leia-se voto) é quem mais ordena!
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