A CONFUSÃO ESTÁ INSTALADA
Para começar tenho de fazer autocrítica por ter formalmente antecipado
uma conclusão que os factos posteriores desmentiram. Substancialmente as
conclusões não estarão erradas, mas formalmente Cavaco quer outra solução.
Cavaco não acredita nestes dois tipos que estão à frente da
coligação, além de que está ressabiado com eles pelas razões que se conhecem. E
sabe-se como ele é vingativo…
Acontece que a proposta de Cavaco não foi entendida. Pelo
menos é essa a conclusão que se tira doa primeira hora de comentários e das
reacções partidárias. É provável que Silva Pereira estivesse a desconversar
enquanto a direcção do partido se não pronunciasse formalmente. Alberto
Martins, habitualmente pau para toda a obra, acabou dizendo que o PS estava como sempre
disposto a participar no diálogo.
Mas vamos ao que interessa: Cavaco fez uma proposta que
desautoriza Coelho e Portas e que pode dar lugar à maior das confusões se não
vier a ser aceite nos termos em que foi pensada. É provável, por isso, que por
esta altura Cavaco saiba mais do aquilo que disse…
O que Cavaco realmente propôs foi a constituição de um governo
de salvação nacional que assegure a governação do país até às próximas
eleições, em 2014, logo a seguir ao fim do chamado “programa de assistência”.
Esse governo tanto quanto se percebe seria chefiado por uma
personalidade independente aceite pelos três partidos - PSD/PS/CDS – e contaria
com o apoio dos mesmos durante todo o tempo da sua vigência. Não foi dito, mas
depreende-se da natureza do dito acordo, que o governo assim constituído não
contaria com os líderes partidários nem obedeceria às típicas regras das
coligações governamentais. Contava apenas – e já seria muito – com o apoio
parlamentar tripartido.
Tendo em conta a natureza dos partidos envolvidos, é de
prever que a maior dificuldade virá do CDS e do PSD, nomeadamente do CDS, que
já estava a “afiambrar” com aquele imenso “pote” que o “náufrago” Passos Coelho
lhe ofereceu. Do lado do PSD, as dificuldades não serão menores principalmente
por pressão das máfias concelhias e distritais que, como já se viu, estavam
dispostas a tudo para, pelo menos formalmente, se manterem à frente do Governo.
O PS, ao contrário do que possa pensar-se, é o que estará mais
perto de o poder aceitar. Vê-se livre deste governo. Põe Portas e Coelho em “casa”,
ou seja, no Parlamento e pode continuará garantir que não participou no governo
deles como sempre havia dito. Além do mais, os inimigos de Seguro, tacticamente
silenciados, aproveitarão esse entretempo para lhe “fazer a cama”.
Este acordo, na proposta de Cavaco, iria para além das
eleições e destinar-se-ia a assegurar o compromisso daqueles três partidos no
período pós Troika relativamente às questões importantes para os credores e os “mercados”.
Só que ninguém se vai preocupar muito agora com um assunto que acontecerá
apenas aqui a um ano…
Em conclusão: Cavaco “matou” mesmo Portas e Coelho que depois
desta intervenção deixaram de ter espaço para continuar. Ou eles ou Cavaco…
Substancialmente nada do que está dito no post anterior se
altera. O objectivo desta proposta de governo é fazer aquilo que Portas e Coelho já não
estão em condições de levar a cabo.
3 comentários:
Um dia falaremos de gente séria
Cavaco - o coveiro -
cada vez mais se enterra
Quem nosvgovernavjá tinha dito que quer alguem para assinar em Junho e que os garotos brinquem mas só dentro do smuros do recreio e que não se ouça de fora.Foi traduzido por Cavaco e mais a tentativa de evitar aparecimento dum D.Sebastião porque os eleitores estão mais que desejosos que ele avance, o que obvio estragava o regime se fosse bem vitorioso!! e acabava com o recreio dos garotos de vez; e das corporaçoeso que já é mais grave.!!
Não vai haver "pós-Troika" coisissíma nenhuma. Se o houver, estaremos no pós-Euro, muito provavelmente, se essa for a escolha dos poderosos, acompanhados pela Espanha, para além da Grécia claro! Nesse cenário não será de excluir, ante spelo contrário, fome em larga escala e, consequentemente, violenta convulsão social. O braseiro até pode ter origem na vizinha Espanha onde a real falência do sistema bancário se combina e potencia mutuamente com o seccionismo, Então havereria condições para um novo Caudillo? Se acontecer lá ...
Mas...quem vai decidir não é o Cavaco nem o Rajoy nem sequer a Merkell... é o Imperador. Também é verdade que os acontecimentos nem sempre correm de acordo com a vontade de imperador.
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