segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

"O LUGAR DE EUSÉBIO"




POR OCASIÃO DA MORTE DE EUSÉBIO


A propósito do muito que hoje se disse nas televisões, na rádio, na imprensa digital e nas redes sociais sobre Eusébio e sobre o aproveitamento pelo Estado Novo dos feitos desportivos do Benfica e da selecção nacional na década de 60 do século passado, ocorre-me voltar a relembrar o artigo que aqui publiquei no passado dia 23 de Agosto sobre o "Lugar de Eusébio" como comentário crítico a um artigo publicado no Público do dia 21 de Agosto sobre "Racismo e colonialismo".

E como hoje esse artigo voltou a ser relembrado nas redes sociais e foi frequentemente aflorado em alguns comentários televisivos acho que vale a pena revisitar o assunto.

Antes de terminar gostaria ainda de acrescentar uma afirmação e deixar uma pergunta.

Hoje, mais do que nunca, os governos tentam apropriar-se dos êxitos desportivos dos seus atletas ou dos seus clubes, mesmo quando nas suas fileiras não militam, ou só militam residualmente, atletas nacionais, como frequentemente acontece com algumas das mais importantes equipas de futebol.

Quantos jogadores de origem africana integraram as equipas europeias no Mundial de 66? No Mundial de 66 participaram 10 equipas europeias: Inglaterra, Alemanha Ocidental, Itália, Bulgária, Hungria, Suiça, França, União Soviética, Espanha e Portugal.



5 comentários:

Nuno Pereira disse...

Eusébio não partiu como se vê pela multidão
É um até já, que vai ao céu ensinar a jogar
Leva nos pés, um Portugal banhado em emoção
E no frágil coração, a humildade enaltecida pela Nação

Anónimo disse...

Afinal, como V. Exa. acaba de reconhecer não era só o Estado Novo que se servia do Grande Eusébio, agora também se servem de "outros eusébios", alguns que andam por aí a ser condecorados e endeusados, que não têm nada a ver com o "Pantera Negra"

Rogério G.V. Pereira disse...

Não quero prolongar, a propósito da morte de Eusébio, o tema do significado do futebol (e do desporto, em geral)para as massas e o aproveitamento que disso fazem e fizeram os regimes políticos. Talvez mais fora deste contexto "patrioteiro" e também de luto o venha a fazer.

Contudo, e porque lhe li (no link que deixou) serem exíguos os estudos profundos e sérios deixo-lhe uma boa exepção, cuja leitura recomendo:

http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/5.pdf

O livro "O Desporto e as Estruturas Sociais" de vez em quando aparece nas vendas on-line das antiguidades e coisas usadas. Se for o caso, cace-o. Vale a pena!

Francisco Seixas da Costa disse...

Bela memória. Um abraço amigo

Anónimo disse...

Uma contribuição da imprensa não censurada: “A selecção nacional de futebol e a guerra em África”: http://www.ges.pcp.pt/bibliopac/imgs/AVT6369.pdf