O CHEFE DO EXÉRCITO DÁ
O EXEMPLO
O nacionalismo é sempre uma temática muito sensível. Não
vamos abordá-la neste post. Apenas dar conta de um episódio ontem ocorrido em
Espanha e do como a ele reagiu o PSOE.
O Chefe do Exército de Terra, Jaime Dominguez Buj, respondendo
a uma pergunta sobre se competia às Forças Armada, nos termos da Constituição,
garantir a unidade de Espanha, disse que “os militares não são garantes de
nada, mas uma ferramenta do Governo e do Parlamento para fazer cumprir a lei e
a Constituição”.
Acrescentando que "o Exército está preparado para intervir onde e quando o
Governo o decida, no interior ou no exterior, em Valencia ou no Afeganistão”.
Mas recordou também que os movimentos centrífugos se produzem quando o “poder
central é débil” e citou a independência das colónias americanas depois da Invasão
Napoleónica como exemplo do que acabara de afirmar, bem como o que aconteceu ao
Império Romano, ao Otomano e ao Britânico quando a metrópole se tornou débil. Nessas
ocasiões há sempre quem entenda que é melhor estar separado do que juntos, acrescentou.
Perguntado depois sobre que sentimentos tinha relativamente à
Catalunha, Buj respondeu: “A todos nos dói Espanha, nos dói a Catalunha, nos
dói a corrupção de que diariamente vamos tendo conhecimento pela imprensa”. E
acrescentou que “as coisas ainda se podem parar, mas não mudar mediante o uso
da força”. E citando um general norte-americano, disse: “Há que ganhar as
mentes e os corações para que os cidadãos compreendam que juntos têm um futuro
melhor”.
Quem reagiu vivamente a estas declarações, considerando-as “profundamente
inadequadas” e “impróprias de uma pessoa com as responsabilidades” de quem as
proferiu, foi o PSOE, que exigiu ao Ministro da Defesa uma rectificação urgente
do Chefe militar, principalmente por ter atribuído o auge do “soberanismo
catalão” a uma situação de crise como a ocorrida no início do séc. XIX ou em 1898.
O PSOE que, mesmo sem governar, já “está ligado à máquina” bem
podia aprender com este militar sensato e inteligente como tentar “sair dos
cuidados intensivos”. Infelizmente, vai ter de fazer companhia ao PP e fazer
jus àquele célebre ditado do País Vasco (certamente também corroborado por
muitos portugueses), segundo o qual “não há nada mais parecido com um espanhol
de direita do que um espanhol de esquerda”.
Enfim, o ditado estará hoje desactualizado não tanto pelo
lado de ser espanhol…mas pelo de ser de esquerda.
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