terça-feira, 12 de outubro de 2010

CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS


PORTUGAL ELEITO

Contra as expectativas que aqui expus, Portugal será eleito membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU para o biénio 2011-2012, juntamente com a Alemanha, a Índia, a África do Sul e a Colômbia.
Eleita a Alemanha na primeira volta, na segunda votação, perante o resultado inconclusivo entre os dois concorrentes em disputa, o Canadá desistiu da candidatura, abrindo assim o caminho para a eleição portuguesa numa terceira votação.
Esta eleição, além do mérito que cabe a quem fez a campanha, é também muito devida à perda de prestígio do Canadá, principalmente em África, já que na América do Sul as suas relações há muito estavam “azedadas” com vários países por razões comerciais. Por outro lado, uma política menos agressiva de Washington no plano internacional, não obstante a continuação da guerra no Afeganistão, e um melhor entendimento com os árabes em geral, diminuiu a importância do papel que o Canadá costuma desempenhar, como uma espécie de lado bom da América do Norte.
Resta agora esperar que Portugal não defraude as expectativas dos seus eleitores mais numerosos…ponto sobre o qual gostaríamos de estar mais convencidos…

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Correia Pinto:
Lamento dizê-lo, mas a sua análise é imprecisa e tendenciosa: o Canadá não retirou a candidatura devido ao carácter "inconclusivo" da votação, mas sim porque esta, à segunda volta, lhe era claramente desfavorável. Subtilmente, o C.Pinto desvaloriza a vitória portuguesa, que tanto lhe desagrada.

JMCPinto disse...

Meu Caro Anónimo:
Bem ao estilo português, o comentário é um processo de intenções de uma ponta à outra.
A segunda votação foi inconclusiva, porque não permitiu a eleição de nenhum dos dois candidatos, mas, pelos vistos, foi conclusiva para o Canadá que retirou a candidatura por ter admitido que não a ganhava. O texto do post não permite outra leitura que não esta.
Em segundo lugar, é óbvio que o governo conservador do Canadá, alinhado com Bush, e com uma política externa muito distanciada daquilo que era a tradição canadiana das últimas décadas, facilitou a eleição de Portugal. Ito não é desvalorizar, é ver as coisas como elas são.
Em terceiro lugar, a eleição de Portugal, à partida, nem me agrada, nem me desagrada. Depende do que lá fizer. Se souber corresponder às expectativas dos Estados da Ásia, do Pacífico, das Caraíbas, da África e da América do Sul que nele votaram, eu ficarei muito satisfeito e muito feliz. Duplamente: primeiro, por tal política ter sido feita por Portugal; em segundo lugar, pela política em si, que, sendo boa, é sempre bem vinda, venha de quem vier...
Como aqui tenho dito, com excepção da política europeia - uma verdadeira desgraça -, a política externa de Sócrates é indiscutivelmente um dos domínios onde houve progressos, apesar do MNE e do Ministro...
Já agora, o meu Caro Anónimo esqueceu-se de agradecer aos nossos "queridos parceiros europeus" não só o apoio que deram à candidatura, mas também os votos!
CP